O IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) teve leve aumento de 0,31% entre o segundo e o terceiro trimestres de 2019, de acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Pesquisadores do Cepea indicam que esse movimento esteve próximo ao limite superior esperado para o terceiro trimestre do ano. O Índice foi impulsionado pelo IPPA-Grãos/Cepea, que cresceu 2,37%, e pelo IPPA-Hortifrutícolas/Cepea, que teve alta de 2,04%, tendo em vista que o IPPA-Pecuária/Cepea recuou 2,31% no período analisado.
IPPA-Grãos/Cepea – Segundo pesquisadores, considerando-se os comportamentos sazonal e cíclico conhecidos, o aumento do IPPA-Grãos/Cepea em agosto e setembro não era esperado e estiveram atrelados a choques não antecipados nos preços do milho e do arroz. Os demais grãos acompanhados seguiram o comportamento esperado. No caso do milho, o choque positivo no preço resultou, principalmente, da desvalorização do Real frente ao dólar e da consequente demanda aquecida nos portos no terceiro trimestre, segundo indica a equipe de Milho/Cepea. Esses fatores fizeram com que os preços internos não retornassem ao patamar esperado após o choque de alta em junho, decorrente dos problemas climáticos nos Estados Unidos.
IPPA-Hortifrutícolas/Cepea – A contribuição dos hortifrutícolas para a alta não esperada do Índice, especificamente de agosto a setembro, refletiu o comportamento dos preços da banana e da laranja. Segundo a equipe Hortifruti/Cepea, no caso da banana, a elevação se deve a efeitos climáticos adversos e, no caso da laranja, à demanda industrial aquecida.
IPPA-Pecuária/Cepea – Ao contrário dos demais, o IPPA-Pecuária/Cepea caiu no terceiro trimestre, representando um retorno à normalidade, após a forte alta no primeiro semestre, que, por sua vez, esteve relacionada à Peste Suína Africana (PSA). As reduções de preços para suínos e, principalmente, frangos, foram mais intensas do que o esperado. Segundo as equipes Frango/Cepea e Suínos/Cepea, as baixas podem ser resultado da fraca demanda interna e das exportações aquém do esperado por agentes do setor.
Pela ótica do consumidor brasileiro, segundo o IBGE, em setembro de 2019, o IPCA recuou 0,04% – o menor resultado para um mês de setembro desde 1998 –, sendo o grupo de alimentação e bebidas aquele com maior contribuição para a deflação. Considerando-se o terceiro trimestre, em julho, os destaques em variação negativa no IPCA foram o tomate, o feijão, as hortaliças e a batata; em agosto, a principal contribuição negativa também veio do tomate, além da batata, das hortaliças e verduras e das carnes; e, em setembro, novamente, os destaques negativos foram o tomate, a batata, a cebola e as frutas.
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Fonte: Cepea