Os preços do óleo de soja alcançaram R$ 4.300,00/t na última semana, um recorde para MT! Este valor é 79,24% superior ao do mesmo período de 2019 e a causa desta valorização envolve a demanda aquecida pelo subproduto, muito utilizado para a produção de biodiesel.
Com isso, os maiores preços influenciaram as esmagadoras do estado, que vêm ofertando um spread maior para a soja que ainda resta nos armazéns. Porém, apenas 2,88% da soja ainda não foi comercializada pelos agricultores (até final de jul-20), o que já vem refletindo na dificuldade de atuação das esmagadoras que dependem mais do mercado spot para adquirir o grão.
Além disso, a menor oferta de óleo de soja no mercado brasileiro acabou sendo a justificativa do Ministério de Minas e Energia na semana passada, quando divulgou que haverá uma redução (temporária) da mistura obrigatória do biodiesel ao diesel, passando de 12% para 10% da mistura.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• A alta demanda interna, aliada aos maiores preços em Chicago e à valorização do prêmio e do dólar, impactou na alta de 4,20% do indicador Imea-MT, que fechou a semana em média a R$ 114,79/sc.
• A redução da oferta de soja influenciou no prêmio exportação em Santos-SP. Na média semanal houve alta de 6,31%, a US$ 1,99/bu.
• As discussões em relação às contas públicas e a recente saída de dois secretários da equipe do Ministério da Economia motivaram a valorização de 1,52% no dólar frente o real na última semana.
• Apesar dos preços recordes do óleo, a soja em grão está cada vez mais valorizada no mercado interno, o que está pressionando as margens das esmagadoras (relação soja/farelo e óleo).
Diferença Histórica:
A diferença de base entre o preço em MT e em Chicago (CME-Group) atingiu os maiores patamares (nominais) dos últimos 20 anos. Enquanto a média diária histórica é de -R$ 8,35/sc, a diferença de base percebida na última sexta-feira foi de R$ 9,39/sc.
Isso significa que os preços no estado estão acima dos de Chicago, o que é raro. A justificativa para este nível de preços é a comercialização adiantada, o que refletiu nas exportações recordes de MT mesmo antes de fechar o ano.
Ampliando a visão para o Brasil, o USDA acabou de rever seus números e já estima escoamento de 93,50 mi de t do país nesta safra, valor 25,35% acima ao da temporada anterior.
Ademais, no mercado interno, o esmagamento previsto até o final do ano é recorde, o que possivelmente pressionará os estoques. Por fim, vale salientar o aumento das importações de soja neste ano, que estão vindo para ajudar a fechar a conta da oferta e demanda nacional.
Fonte: Imea