Por T&F Agroeconômica
FATORES DE ALTA
a) No Brasil, os estados que são os maiores produtores de carnes também foram os que tiveram grandes quebras de safra de milho; então, deverão comprar, ou no exterior, ou de estados mais distantes, elevando os preços locais, principalmente no segundo semestre de 2024;
b) Os Fundos continuam acumulando posições vendidas que, quando forem liquidadas, poderão voltar com a regra dos 50% para níveis mais pertos dos custos de produção.
FATORES DE BAIXA
a) Oferta volumosa de milho dos Estados Unidos e a perspectiva de mais uma safra robusta no país em 2024/25 também pesam sobre as cotações;
b) Exportações menores nos EUA, acumulando estoques: Dados semanais de vendas externas dos EUA vieram dentro da expectativa do mercado. O Departamento de Agricultura do país (USDA) disse que exportadores venderam 820,4 mil toneladas de milho da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 15 de fevereiro. O volume representa queda de 37% ante a semana anterior e de 30% em relação à média das quatro semanas anteriores. Para a safra 2024/25, foram vendidas 177,7 mil toneladas. O volume total vendido, de 998,1 mil toneladas, ficou dentro das estimativas de analistas, que iam de 700 mil a 1,5 milhão de toneladas;
c) melhora da condição das lavouras na Argentina também estão influenciando os negócios. Na quinta, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que 85% da safra de milho do país tinha condição entre normal e excelente na última semana, em comparação a 83% na semana anterior.
MERCADO DO DIA 23/02
MILHO fechou o dia e a semana em baixa com a grande disponibilidade de milho no mundo
FECHAMENTOS DO DIA 23/02:
A cotação de março24, referência para a nossa safra de verão, fechou em baixa de -1,54 % ou $ -6,25 cents/bushel a $ 399,75. A cotação para maio24, fechou em baixa de -1,19 % ou $ -5,00 cents/bushel a $ 413,50.
ANÁLISE DA BAIXA:
O milho negociado na bolsa de Chicago fechou o dia e a semana em baixa. Com a mais recente queda, o milho ficou abaixo dos $4 por bushel para a cotação de março24. Este é o menor valor desde novembro de 2020. Os Fundos de Investimentos estão em uma posição vendida recorde para a época do ano e muito próximos do maior patamar da série histórica.
A grande safra 23/24 com uma perspectiva de volume parecido nos EUA em 24/25 e o grande volume de milho disponível na América Latina trouxeram o cereal até este ponto.
Com isso o milho de Chicago teve a maior queda percentual da semana, -10,82% ou $-48,50 cents/bushel no período.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA CONTINUAM A EXPORTAR FORTE:
Os dados semanais de vendas de exportação mostraram que 820 mil toneladas de milho foram vendidas durante a semana que terminou em 15/02. O mercado esperava 700 mil MT. O USDA tem compromissos acumulados de 37 milhões de MT, ou 30% acima do ritmo do ano passado.
EUA-CONSUMO INTERNO-ETANOL:
Dados da EIA mostraram que a produção de etanol aumentou 1 mil bpd, para 1,084 milhão de barris por dia durante a semana encerrada em 16/02. Os estoques de etanol foram 308 mil barris menores, para 25,5 milhões. A EPA concordou em permitir a venda de gasolina E-15 durante todo o ano; começando em 2025. No ano passado, eles emitiram uma isenção temporária para permitir as vendas do E-15 no verão – uma ainda não foi emitida para este ano.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: Apesar do corte na Bolsa de Cereales, traders ainda veem grande oferta, e mercado cai nesta sexta.
Os principais vencimentos de milho fecharam o dia em variações negativas nesta sexta-feira (23). Os fundamentos que permanecem na visão de traders dizem respeito a uma grande oferta mundial, embora no dia de hoje, a Bolsa de Cereales de Buenos Aires tenha reduzido em 2 milhões de toneladas a projeção de safra de milho argentina. De acordo com o órgão, as novas estimativas são de 57 milhões de toneladas.
O maior impacto para as baixas, no entanto – e que fez com que Chicago chegasse a US$ 3,99, na menor cotação em 3 anos – foi o comentário do presidente norte americano, Joe Biden, sobre uma possível redução no uso de etanol, o que elevaria ainda mais os estoques norte-americanos.
OS FECHAMENTOS DO DIA 23/02:
Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa: o vencimento de março/24 foi de R$ 61,96, apresentando baixa de R$ 2,11 no dia, baixa de R$ 2,55 na semana; maio/24 fechou a R$ 61,09, baixa de R$ 2,92 no dia, baixa de R$ 3,62 na semana; o vencimento julho/24 fechou a R$ 60,94, baixa de R$ 2,86 no dia e baixa de R$ 3,42 na semana.
Fonte: T&F Agroeconômica