Por T&F Agroeconômica
CONAB reduz em 5,87 MT, ou 3,78% para 149,40 MT a safra brasileira de 23/24, sinal de alta
O relatório mensal da CONAB, divulgado nesta quinta-feira, reduziu em 5,87 milhões de toneladas a produção brasileira de soja da safra 23/34 para 149,40 MT, queda de 3,78% em relação à safra passada. Mas, o mais importante foi a redução dos estoques finais internos, que recuaram 41,16% e podem significar alta nos preços domésticos para os próximos 30 dias, pelo menos, devido à menor disponibilidade interna do produto.
Estimamos esta alta em não mais do que R$ 10/saca sobre os preços atuais, de modo que não será nada espetacular, porque os preços de Chicago (e da exportação) tenderão a cair.
USDA: O estoque final aumentou, mesmo com a quebra brasileira, preços devem continuar caindo
O relatório mensal de Oferta &Demanda do USDA, divulgado nesta quinta-feira, registrou aumento de 1,43 milhão de toneladas nos estoques finais globais, como mostra a imagem acima, mesmo com a quebra da safra brasileira. O USDA explicou o seguinte:
SAFRA AMERICANA DE SOJA:
A perspectiva para a soja nos EUA para 2023/24 deste mês é de menores exportações de soja e maiores estoques finais. As exportações de soja estão previstas em 46,81 MT, uma queda de 952,53 mil tons em relação ao mês passado, refletindo o ritmo lento dos embarques até janeiro e a forte concorrência com o Brasil. Com o esmagamento inalterado, os estoques finais estão previstos em 8,57 milhões de toneladas, um aumento de 952,52 mil tons.
O preço médio da soja para a temporada 2023/24 nos EUA está previsto em US$ 12,65 por bushel, queda de US$ 0,10 em relação ao mês passado. O preço do farelo de soja está previsto inalterado em US$ 380 por tonelada curta. O preço do óleo de soja está previsto em 51 centavos de dólar por libra-peso, queda de 3 centavos.
SAFRA GLOBAL DE SOJA:
As previsões globais de oferta e demanda de soja para 2023/24 incluem estoques iniciais mais altos, produção mais baixa, exportações mais baixas e estoques finais mais altos em comparação com o mês passado.
Os estoques iniciais foram aumentados gerados em 1,7 milhão de toneladas, principalmente em uma safra maior de 2022/23 para o Brasil. A produção do Brasil em 2022/23 aumentou 2,0 milhões de toneladas, para 162,0 milhões, com maior área e rendimento, e reflete dados de esmagamento e exportação quase finalizados até o final do ano-safra. A safra 2023/24 do Brasil foi reduzida em 1,0 milhão de toneladas, para 156,0 milhões, à medida que a maior área colhida é compensada por um rendimento menor devido às condições climáticas adversas no sul de Mato Grosso e no Paraná.
As exportações globais de soja para 2023/24 foram reduzidas em 0,4 milhão de toneladas, para 170,6 milhões, devido à redução dos embarques para os Estados Unidos. Em parte, compensando estão o aumento das exportações do Brasil em um ritmo forte no acumulado do ano (outubro-janeiro). As importações são reduzidas para o Vietnã. Os estoques finais globais de soja aumentaram 1,4 milhão de toneladas, para 116,0 milhões, devido aos estoques mais elevados dos Estados Unidos e do Brasil”. (tradução livre do Relatório de hoje).
CONCLUSÃO:
Com o aumento dos estoques finais globais, a conclusão da consultoria é dupla:
a) Os preços das exportações podem continuar caindo, seguindo Chicago, pressionados por estoques globais maiores. Há uma pequena possibilidade de os Fundos liquidarem suas posições e, quando isto acontecer, as cotações de Chicago podem subir e aconselhamos que sejam aproveitadas para fixação de preços de exportação, porque, a tendência continua de baixa e os preços devem voltar a cair;
b) Os preços domésticos, dentro do Brasil, têm boas chances de subir levemente (calculamos em até R$ 10/saca sobre os preços atuais) devido à menor disponibilidade interna. Como mostramos acima.
MERCADO DO DIA 08/02
SOJA fechou em alta com redução da safra brasileira pelo USDA e pela Cona
FECHAMENTOS DO DIA 08/02:
O contrato de soja para março24, a próxima data negociada nos EUA, fechou em alta de 0,38%, ou $ 4,50 cents/bushel a $ 1193,50. A cotação de maio24, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,19 % ou $ 2,25 cents/bushel a $ 1199,75. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -1,17 % ou $ – 4,1 ton curta a $ 347,1 e o contrato de óleo de soja para março fechou em alta de 2,52 % ou $ 1,18/libra-peso a $ 47,94.
ANÁLISE DA ALTA:
A soja negociada em Chicago fechou o dia em alta nesta quinta-feira. O mercado ficou dividido durante boa parte do dia entre a fraca demanda pelo grão norte-americano e a expectativa de quebra de safra no Brasil, mas no fim acabou prevalecendo a menor estimativa para a produção brasileira. Logo pela manhã a Conab cortou a estimativa da safra de soja brasileira de 155,27 milhões para 149,4 milhões de toneladas. No começo da tarde, foi a vez do USDA reduzir a nossa safra de 157 milhões para 156 milhões de toneladas.
Para a Argentina, o fiel da balança desta temporada, o departamento americano não alterou os dados de colheita da soja.No entanto a alta foi pequena, visto que os estoques americanos ficaram acima do esperado pelo mercado, a as vendas externas que ficaram abaixo do esperado pelo mercado.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
ARGENTINA: GOVERNO AUTORIZA COMERCIALIZAÇÃO DE NOVA VARIEDADE DE SOJA GENETICAMENTE MODIFICADA:
A Argentina autorizou a comercialização de uma nova variedade de soja geneticamente modificada, denominada MON-87751-7 x MON-87701-2 x MON-87708-9 x MON-89788, informou a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca do Ministério da Economia do país. Em nota, a secretaria informou que a autorização de importação serve exclusivamente para usos agroindustriais, mas sem permissão para cultivo.
Segundo o subsecretário de Alimentação, Bioeconomia e Desenvolvimento Regional, Pablo Nardone, a medida vai aprimorar a oferta de soja importada de outros países, como Brasil e Paraguai, além de possibilitar “a maximização da utilização da ampla capacidade instalada na Argentina”. Para ele, isso pode ser relevante em casos em que haja uma demanda maior de matéria-prima para a produção de farinhas, óleos e outros derivados da soja, seja para exportação ou consumo interno.
CONAB-CHUVA NO CENTRO-OESTE FOI INSUFICIENTE PARA RECUPERAR POTENCIAL DA SAFRA 2023/24:
As chuvas mais regulares registradas em janeiro, acima de 50 milímetros no País, contribuíram para o aumento da umidade do solo, mas não foram suficientes para a recuperação do potencial produtivo da safra 2023/24, afirmou o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Fabiano Vasconcelos. “No Sul, Sudeste e Matopiba, a melhoria das chuvas contribuíram para a umidade do solo.
No Centro-Oeste, as chuvas elevaram a umidade do solo, sobretudo em Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, o que favoreceu o desenvolvimento dos plantios mais atrasados, mas ainda não foi possível a recuperação do potencial produtivo das lavouras”, disse Vasconcelos, durante webinar da companhia para a apresentação do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024, divulgado nesta quinta-feira.
PLANTIO SOJA ARGENTINA:
o plantio da soja já foi concluído, 31% da safra apresentava condição boa ou excelente na última semana, ante 36% na semana anterior. A parcela em condição normal passou de 50% para 47%. Já a parcela em condição regular ou ruim aumentou de 14% para 22%.
Fonte: T&F Agroeconômica