Por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 12/01:

O contrato de soja para março24, a próxima data negociada nos EUA, fechou em baixa de -0,57%, ou $ -6,50 cents/bushel a $ 1186,25. A cotação de maio24, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,50 % ou $ -6,00 cents/bushel a $ 1191,75. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -1,18 % ou $ -4,1 ton curta a $ 344,8 e o contrato de óleo de soja para março fechou em alta de 0,85 % ou $ -0,40/libra-peso a $ 47,30.

ANÁLISE DA BAIXA:

A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta terça-feira. Com China e Brasi fora do mercado internacional nos próximos dias e sem alguma notícia relevante para a soja, os Fundos de Investimentos realizaram os lucros referentes a sessão anterior.

Os preços estão muito próximos das mínimas de 3 anos, sendo este um fator técnico importante a ser observado. Rompida a linha de suporte de 3 anos, gatilhos de vendas podem disparar e aumentar ainda mais as posições sobre vendidas da oleaginosa.

NOTÍCIAS IMPORTANTES

ÓLEOS COMESTÍVEIS ESTÃO VIRADOS DE “CABEÇA PARA BAIXO” e isto pode ser uma boa oportunidade para óleo de soja e um fator de alta da soja-grão: Os manuais de comercialização agrícola indicam que na escala de qualidade e preço, o óleo de girassol está em primeiro lugar, seguido pelo óleo de soja e, muito mais distante, pelo óleo de palma.

No entanto, embora seja claro que, entre os três, essas diferenças de qualidade são evidentes, em termos de preços internacionais tudo está “virado de cabeça para baixo”.

ÓLEO DE GIRASSOL:

O óleo de girassol, que tem uma qualidade muito superior ao óleo de soja e (especialmente) ao óleo de palma, é comercializado a um valor ridiculamente baixo porque os ucranianos são forçados a exportar o produto a preços de “venda imediata” depois de, em meados do ano passado, a Rússia suspender a sua participação. no “corredor de grãos” implementado em conjunto com a Turquia e as Nações Unidas, o que implicava a impossibilidade de utilizar os grandes portos do Mar Negro para realizar embarques.

Além disso, os governos da Polónia, Eslováquia e Hungria começaram a introduzir restrições à entrada de produtos agro-industriais ucranianos, a fim de proteger os seus próprios produtores.

A Ucrânia é o principal exportador mundial de óleo de girassol e atrás dela está a Rússia, uma nação que também vende óleo de girassol a preços baixos para poder gerar rapidamente divisas devido à necessidade de continuar a financiar a guerra contra a Ucrânia.

ÓLEO DE PALMA:

O segundo fato inusitado é que o preço do óleo de palma está acima do preço da soja. A principal razão para este fenómeno reside nas compras monumentais de óleo de palma por parte da Índia e da China, num contexto em que a produção na Malásia e na Indonésia (os maiores exportadores de óleo de palma) está sofrendo cortes.

As compras de óleo de palma no mercado asiático estão sendo priorizadas em relação às de óleo de soja da América do Sul e dos Estados Unidos porque os embarques dessa origem enfrentam dificuldades e estouros de custos devido à queda registrada no Canal do Panamá e aos problemas geopolíticos no Suez Canal.

Uma particularidade é que grande parte do óleo de palma importado pela China é utilizado para fazer biodiesel, que depois é exportado para a União Europeia como biocombustível “renovável”, supostamente feito a partir de óleo de cozinha usado. Um “truque” gigantesco que a UE-27 evita denunciar abertamente para não sofrer retaliações comerciais por parte da China.

Também não ajuda muito que a Argentina, maior exportador mundial de óleo de soja, tenha decidido desmantelar – ao contrário do resto do mundo – o seu programa de promoção do uso interno do biodiesel, que é produzido no país 100% com óleo de soja.

ÓLEO DE SOJA:

De qualquer forma, o mercado do óleo de soja há muito deixou de sê-lo, porque nos EUA, graças à promoção interna dos biocombustíveis, o óleo de soja deixou de ser uma commodity agroindustrial e passou a ser uma commodity energética. Isto explica a enorme disparidade de preços entre o petróleo americano e o originário da América do Sul. (Fonte: Valor Soja).

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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