FECHAMENTOS: A cotação do milho para setembro, que é o novo mês base, fechou em forte alta de 4,39% ou $ 26,75 cents/bushel a $ 660,25. A cotação para março 2023, início da nossa safra de verão, fechou em alta de 4,25% ou $ 24,50 cents ou a $ 662,25.
CAUSAS DA ALTA DE HOJE: O mercado descartou fortemente a possibilidade de menor produtividade e produção nos EUA. Por um lado, o USDA cortou ontem o percentual de lotes classificados como bons e excelentes para 55% (de 57%) quando o mercado não esperava mudanças. Por outro lado, o Crop Tour pesquisou as safras em Dakota do Sul e as projeções de rendimento estão abaixo do ano anterior e abaixo da média histórica. O petróleo em alta e um dólar fraco adicionaram suporte adicional às commodities.
LAVOURAS AMERICANAS: De acordo com o relatório
semanal do NASS Crop Progress, 97% da safra nacional de milho atingiu o estágio de espigamento e 75% estava no estágio de massa em 21/8. O NASS viu 31% da safra amassada e 4% madura. Isso se compara a 35% e 4% em média. Quanto às condições, 57% foi bom/ex – igualando na semana passada, para uma pontuação de 342 Brugler500 – 5 pontos abaixo da semana passada devido à deterioração na extremidade inferior.
UCRÂNIA COLHE MENOS MILHO: A Associação Ucraniana de Grãos reduziu suas perspectivas de colheita de milho em 12% de sua estimativa anterior de 27,3 MMT para 24 MMT – citando uma área colhida menor devido à destruição da invasão russa. A UkrAgroConsult elevou suas perspectivas para a safra de milho em 800k MT para 26,5 citando clima favorável durante a estação de crescimento.
BRASIL-COLHEITA ATINGE 90%: uma consultoria privada brasileira informou que a colheita da 2a safra atingiu 90% de conclusão contra 85,4% na semana passada e 79% na temporada passada.
CROP TOUR: A tão esperada turnê de colheita do Pro Farmer lançou seu S.E. Descobertas de Dakota do Sul esta manhã. Eles viram que alguns campos foram colhidos para silagem e mencionaram isso como um sinal potencial de milho de baixa qualidade. Os rendimentos foram em média para um potencial de 118,6 bpa (7.975,98 kg/hectare), em comparação com os 154,6 bpa (10.397,02 kg/hectare) vistos no ano passado durante a seca.
Em Ohio, eles viram um potencial de rendimento de 174,2 bpa (11.715,14 kg/hectare) em comparação com 185,1 (12.448,17 kg/hectare) no ano passado. Tenha em mente que estes são para as rotas executadas e não o que eles esperam para o estado como um todo. Como exemplo, o Tour superou o rendimento final do USDA para Ohio em 8 bpa (538,01 kg/hectare) no ano passado (NASS em 193).
CROP TOUR DETECTA PROBLEMAS NAS LAVOURAS DOS EUA: Participantes da expedição anual Pro Farmer Crop Tour, que está percorrendo lavouras em Estados do Meio-Oeste dos Estados Unidos, preveem safras menores de milho e de soja em Ohio e Dakota do Sul. Em Ohio, a produtividade média de milho foi estimada em 174,17 bushels por acre (10,93 toneladas por hectare), recuo de 5,9% ante a projeção de um ano atrás, de 185,06 bushels por acre (11,62 toneladas por hectare).
Na comparação com a média das últimas três temporadas, o rendimento está 3,04% acima. Em Dakota do Sul, a estimativa para o milho foi de 118,45 bushels por acre (7,43 toneladas por hectare), 21,8% menor na comparação com a do ano passado, de 151,45 bushels por acre (9,51 toneladas por hectare). Na comparação com a média das últimas três temporadas, o rendimento está 26,7% inferior. Em seu relatório mensal de oferta e demanda, no dia 12 de agosto, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projetou o rendimento nacional da safra de milho em 177 bushels por acre (11,11 toneladas por hectare).
BRASIL-EXPORTAÇÃO DE MILHO AINDA MUITO DEVAGAR: Corretores de milho no Brasil continuam informando que o mercado está muito lento. As ondas de compra vêm, mas logo esfriam. Importadores continuam comprando somente o necessário, e sempre no spot. Na semana passada os prêmios no Brasil recuaram 5 centavos por bushel, 3a semana seguida de queda. Tem muito milho no Brasil para ser precificado. O milho do Paraguai continua entrando no PR, SC e RS com desconto em relação ao diferido (em torno de 3 a 5 reais por saca). Os consumidores internos estão cobrindo o outubro e novembro e as usinas de milho no MT (as maiores) estão bem cobertas até a boca da safrinha do próximo ano.
ANEC REDUZ PREVISÃO DE EXPORTAÇÃO EM AGOSTO PARA ATÉ 7,5 MILHÕES DE TONELADAS: A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) ajustou sua estimativa de exportação de milho em agosto para 7,529 milhões de toneladas, ante previsão de 7,200 milhões a 8,090 milhões de toneladas uma semana atrás. Na semana de 14 a 20 de agosto, foi embarcado um total de 1,600 milhão de toneladas de milho. Para a semana de 21 a 27 de agosto, a Anec estima que sejam enviados para o mercado externo 1,793 milhão de toneladas de milho. As projeções se baseiam na programação de navios nos portos brasileiros.
FECHAMENTO DO MILHO NA B3 DE SÃO PAULO: Alta de 1,03% puxada por Chicago
CAUSAS DA OSCILAÇÃO DE HOJE: Embora o dólar tenha recuado 1,30% no dia, a cotação do milho em Chicago, base para o cálculo da exportação no Brasil, subiu 4,39%, abrindo folga apara a alta de 1,03% hoje no mercado futuro brasileiro.
A forte pressão da grande oferta de milho Safrinha, principalmente do Centro-Oeste do país, fez pressão contrária, impedindo altas maiores. Com isto, os investidores do mercado futuro da B3 também se sentiram estimulados a retomar as compras, como mostramos abaixo:
OS FECHAMENTOS DO DIA: Com isto, as cotações futuras fecharam em alta, no dia, mas em queda na semana: o vencimento setembro/22 fechou a R$ 85,25, alta de R$ 0,87 no dia e queda de R$ 0,46 na semana (últimos 5 pregões); já novembro/22 fechou a R$ 87,90, alta de R$ 0,56 no dia e queda de R$ 1,97 na semana e janeiro/23 fechou a R$ 91,41, alta de R$ 0,81 no dia e queda de R$ 1,52 na semana.
Fonte: T&F Agroeconômica