França produzirá quase 3,0 MT de tons a menos: O Ministério Agricultura da França estimou a safra de milho em 12,66 T, uma queda de 19% em relação à safra do ano passado, citando a seca. A FranceAgriMer informou que 63% da safra estava boa/muito boa em 01/08, em comparação com 68% na semana passada. De um modo geral a Europa importa cerca de 16 MT de toneladas/ano, mas nesta safra poderá elevar este número para
quase 20 MT, com o excedente vindo diretamente do Brasil. Aguardaremos o próximo USDA WASDE.
China confirma interesse em receber logo milho do Brasil e diminui exigências: Fontes do governo confirmam haver possibilidade de o Brasil embarcar o primeiro lote de milho para a China ainda este ano. Inicialmente havia a expectativa de que o cereal a ser enviado ao país asiático seria o da safra 2022/23, a ser plantado, mas os chineses precisam de milho antes.
Para tanto, o Brasil precisa atender os requisitos de ordem técnica exigidos pela China, segundo um interlocutor que acompanhou a negociação. Esses critérios estão sendo analisados pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura. Mas, de acordo com o interlocutor, a China concordou com a antecipação dos embarques da safra 2022/23 para milho produzido em 2021/22, abrindo mão do monitoramento de eventuais pragas que possam ter acometido as lavouras do cereal, em virtude da sua necessidade de suprimento. “Reforço o que disse o ministro: eles querem nosso milho ‘imediatamente’ e, por isso, cederam nas exigências”, afirmou a fonte. (AE).
Exportadores brasileiros consideram positivos os protocolos: Representantes de exportadores de grãos consideraram positivos os protocolos de exportação negociados com a China para exportar milho, farelo de soja, proteína de soja e polpa cítrica, apresentados nesta sexta-feira pelo Ministério da Agricultura ao setor.
Conforme diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Grãos (Anec), Sérgio Mendes, o documento “ficou o mais razoável possível”, tornando viável exportar milho para a China. Para tanto, o representante reforçou que não haverá tolerância para pragas quarentenárias. Sem dúvida nenhuma o milho brasileiro, dada a sua maior fotossíntese, é o que tem melhor qualidade do mundo, sendo mais duro e de maior conteúdo de óleo e proteína que qualquer outro.
FATORES DE BAIXA
O primeiro comboio de navios deixa Odessa o que isto pode significar para o Brasil? O primeiro comboio de navios ucranianos composto pelos graneleiros Navi Star, Rojen e Polarnet, carregando quase 60 mil toneladas de milho, partiu do porto de Odessa na manhã desta sexta-feira, em um sinal de que o acordo do mês passado com a Rússia para facilitar as exportações de alimentos ucranianos está se mantendo mesmo com o conflito em todo o país.
A partida segue um teste realizado pelo navio Razoni, com bandeira de Serra Leoa, que deixou Odessa na segundafeira e, após uma inspeção conjunta entre os países envolvidos no tratado, em Istambul, foi autorizado a prosseguir para o Líbano. Os inspetores também liberaram o primeiro navio em direção à Ucrânia em cinco meses, o Fulmar S, com bandeira de Barbados, disse o Ministério da Defesa turco. Autoridades ucranianas disseram que esperam que ele chegue a Odessa amanhã.
Os três portos de Odessa podem receber cerca de 100 navios de carga e exportar perto de 3 milhões de toneladas de grãos por mês, disse Oleksandr Kubrakov, ministro de Infraestrutura da Ucrânia. Para o Brasil isto pode esfriar levemente o interesse sobre as nossas exportações. Este interesse estava calcado sobre o corte das exportações ucranianas para a China e para a Europa, que tinham se voltado para o nosso país. Com a retomada das exportações ucranianas, ele pode ficar um pouco menor, mas, ainda assim, haverá neste ano um volume maior de exportações de milho do que no ano passado, porque ambos os países tiveram grandes perdas nas suas produções.
CONCLUSÃO DOS ANALISTAS DA T&F
a) Tradings chinesas elevam preço e já conseguiram 1,1 MT no Brasil: Os preços pagos pelas Tradings chinesas no Brasil aumentaram 1-2 reais/saca porque os preços também subiram na China, que não está recebendo nada das 10 milhões de toneladas que normalmente trazia da Ucrânia e, por outro lado, está enfrentando sérios problemas com a lagarta do cartucho. Resultado: menor abastecimento local, urgência de receber milho do Brasil, elevação dos preços de originação no Brasil, já tendo conseguido cerca de 1,1 milhão de toneladas nas últimas duas semanas;
b) Por sua vez a Europa está reduzindo a sua provisão de produção de milho em algo próximo a 5 milhões de toneladas, de modo que também precisará adquirir mais milho do Brasil, que tradicionalmente envia para aquele continente cerca de 10 MT ao ano.
c) O milho, portanto, está subindo e provavelmente vai subir mais. Nesta semana os preços do milho na B3 subiram 1,10%, passando de R$ 86,11/saca para R$ 87,06 de sexta a sexta, mas, durante a semana chegaram a subir 1,39% para R$87,39. No mercado físico também os preços subiram entre R$ 1-2 reais/saca em relação à semana anterior, mas nós achamos que poderá subir mais, porque a demanda é de aproximadamente 10+4+10 milhões de toneladas e foram adquiridas adicionalmente apenas 1,1 MT.
d) Destaques para frango, soja e suíno, que subiram no ano mais que a inflação: Segundo o boletim Focus, a inflação deve fechar 2022 em 5,38% e o IPCA acumulado até julho é de 5,49%. No comparativo anual, os preços do FRANGO subiram 25,43% em 2022, os preços da SOJA subiram 20,27% e os preços do SUÍNO subiram 11,95% até o momento. Estão perdendo para a inflação as altas dos preços do MILHO, de 3,35%, do TRIGO, de 2,44% e do BOI, que recuou 7,68%.
Mas, note-se bem, os lucros subiram devido à exportação e não tanto às vendas no mercado interno, que recuaram, ou reduziram os preços. Aparentemente, portanto, é mais lucrativo produzir frangos e suínos, do que milho (sua principal matéria-prima).
e) Como será o protocolo do MILHO CHINA para a próxima safra? O protocolo sobre os requisitos fitossanitários para a exportação de milho para a China indica que o grão a ser exportado para o país asiático deve estar livre de insetos vivos e de 18 pragas quarentenárias de preocupação para a China. O protocolo detalha ainda que o ministério fará a vigilância durante a produção de milho para evitar uma das pragas listadas no documento, a Peronosclerospora sorghi, e, caso seja encontrada, orientará produtores a aplicar medidas de controle. O ministério também estabelecerá medidas de sistema de manejo integrado para minimizar a ocorrência das pragas de preocupação para a China e fiscalizará sua aplicação por empresas que pretendam exportar o cereal para o país asiático.
O produto brasileiro ficará ainda sujeito a inspeção fitossanitária e quarentena nos pontos de ingresso chineses. Se alguma praga quarentenária dentre as citadas no protocolo for encontrada, o ingresso da remessa será permitido após tratamento efetivo e, no caso de não haver tratamento, a remessa deverá ser devolvida ou destruída, com custo pago pelo exportador. “Se o problema for sério o suficiente, o exportador brasileiro e o armazém portuário, e até mesmo todo o milho brasileiro, poderão ser suspensos imediatamente até que a GACC confirme que o MAPA tomou medidas eficazes para resolver o problema”, aponta o documento
PORQUE AS COTAÇÕES DO MILHO ESTÃO CAINDO/SUBINDO?
B3: Milho fecha em baixa, com tomada de lucros por incertezas do mercado
CAUSAS DA OSCILAÇÃO DE SEXTA FEIRA (05/08): Nesta sextafeira o mercado de milho na B3 voltou a fechar em baixa, com tomada de lucro dos investidores, mais uma vez, trataram de garantir lucros. O período que o milho atravessa no Brasil, com marchas e contramarchas da exportação, é muito sensível e pode virar o jogo a qualquer momento, resultado nesta ação de garantir lucros dos investidores.
Mas, a mais longo prazo (novembro em diante) os preços fecharam em alta, justamente devido ao aumento sazonal da exportação de milho do Brasil.
OS FECHAMENTOS DO DIA: Com isto, as cotações futuras fecharam mistos: o vencimento setembro/22 fechou a R$ 87,06 queda de R$ 0,25 no dia e alta de R$ 0,95 na semana nos últimos 5 pregões (semana); já novembro/22 fechou a R$ 89,34, alta de R$ 0,08 no dia e de R$ 1,03 na semana e janeiro/23 fechou a R$ 92,60, alta de R$ 0,37 no dia e de R$ 1,67 na semana. Veja os demais resultados, na tabela de fechamento acima.
CHICAGO: Milho sobe mais 1,12% com preocupações climáticas nos EUA
FECHAMENTOS: A cotação do milho para setembro, que é o novo mês base, fechou em alta de 1,12% ou $ 6,75 cents/bushel a $ 609,0. A cotação para março 2023, início da nossa safra de verão, fechou em alta de 0,37% ou $ 2,25 cents ou a $ 616,50.
CAUSAS DA ALTA DE SEXTA-FEIRA (05/08): Compras técnicas e incertezas devido às mudanças climáticas nos EUA enquanto as lavouras passam por fases importantes de desenvolvimento, sustentaram os preços. As expectativas sobre novos embarques que estariam saindo da Ucrânia, condicionaram maiores avanços.
POSIÇÃO DOS FUNDOS AUMENTAM APOSTA NA ALTA: Os dados semanais da CFTC mostraram que os fundos estavam comprando milho durante a semana que terminou em 02/08. Os 6,3 mil novos longos (contratos líquidos de compra) e 2,8 mil curtos (contratos líquidos de venda) a menos deixaram os fundos com 129.921 contratos longos líquidos. Os
comerciais também estavam adicionando 4 mil novos hedges ao longo da semana, levando sua venda líquida para 362.067 contratos.
PRODUTIVIDADE AMERICANA MENOR: A IHS Markit reduziu suas perspectivas para o rendimento nacional de milho dos EUA de 179,5 (12.071,57 kg/hectare) para 176,9 bpa (11.896,71 kg/hectare).
MILHO ARGENTINA: A BCBA da Argentina informou que a colheita de milho atingiu 81,4% concluída em 04/08.
MILHO FRANÇA-QUEDA DE 19%: O Ministério Ag da França estimou a safra de milho em 12,66 T, uma queda de 19% em relação à safra do ano passado, citando a seca. A FranceAgriMer informou que 63% da safra estava boa/muito boa em 01/08, em comparação com 68% na semana passada.
Fonte: T&F Agroeconômica