Para a Safra 2023/2024, projeta-se cultivo de 817.521 hectares com o cereal. A produtividade prevista é de 7.414 kg/ha. Em razão das condições meteorológicas menos
desfavoráveis e da sequência de alguns dias com tempo firme, houve avanço na semeadura da cultura, alcançando 50% da área projetada.
Após as volumosas precipitações, há demanda de reaplicação de adubação nitrogenada em cobertura devido às perdas ocasionadas pela lixiviação e ao aspecto visual das plantas, cuja coloração está verde pálido por causa da redução de clorofila nos tecidos
vegetais. Os produtores prosseguiram o monitoramento de cigarrinha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Manoel Viana e Maçambará, os produtores não puderam concluir o plantio pela terceira semana consecutiva em decorrência dos altos volumes pluviométricos, que impedem a entrada do maquinário nas lavouras.
As aplicações de herbicidas e fertilizantes nitrogenados e potássicos em cobertura também estão prejudicadas. Mesmo em locais de melhor drenagem do solo para a entrada dos distribuidores de adubo, os produtores estão cautelosos devido ao alto risco de perda dos fertilizantes por lixiviação provocada pelas fortes chuvas. Como ponto positivo, houve a diminuição da incidência de cigarrinha nas lavouras.
Em Manoel Viana, fortes ventos ocasionaram danos às folhas da cultura, e as chuvas volumosas, combinadas com solo já saturado de umidade, causaram erosão nas áreas com maior declividade. Em São Borja, o granizo acarretou danos pontuais em algumas lavouras.
Na de Caxias do Sul, a semeadura avançou principalmente nos municípios de menor altitude da Região da Serra e Hortênsias. As primeiras áreas semeadas apresentam boa germinação, com exceção das áreas de baixada, onde ocorreu o encharcamento do solo por ocasião dos altos volumes de chuva no início de setembro. Nos Campos de Cima da Serra, onde se localizam os municípios de área mais expressiva em relação a milho, a semeadura foi iniciada em ritmo lento e deverá se intensificar nos próximos dias, já que historicamente o plantio se concentra no mês de outubro.
Na de Erechim, até o momento, 80% da área foi semeada, e a germinação e o crescimento vegetativo ocorrem com sucesso. Os produtores realizam o controle de cigarrinha, apesar de as chuvas regulares terem ocasionado a diminuição do ataque. Na de Ijuí, o plantio avançou, chegando a 70% da área projetada. Os grandes volumes de chuvas de 01 a 04/09 não comprometeram a emergência das plantas na maioria das áreas semeadas.
Observam-se pequenas falhas pontuais de densidade de semeadura onde houve erosão nos sulcos de plantio. Foi constatado o aumento de cigarrinha, exigindo o controle nos estádios iniciais de desenvolvimento do cultivo.
Na regional de Pelotas, prossegue o período de planejamento, de compra de insumos e de preparo das áreas para a implantação das lavouras. A diminuição de área a ser cultivada, nesta safra, está atribuída, em parte, à cotação do cereal nos últimos meses, que desestimula o investimento.
Na de Santa Maria, tradicionalmente, a primeira quinzena de setembro apresenta plantio intenso. Porém, a sequência de chuvas provocou atraso na atividade. No momento, pouco mais de 10% da área foi semeada. Na regional de Santa Rosa, o clima seco em 11 e 12/9 colaborou para o avanço do plantio, que atingiu 78% da área a ser semeada. Assim, praticamente toda a área de milho grão projetada para o plantio no período de “safra” está pronto, restando 22% a serem semeados no período safrinha, a partir de janeiro de 2024.
Em geral, as plantas apresentam boa emergência e densidade nas lavouras, além de porte uniforme, o que indica que o plantio foi realizado corretamente e em condições adequadas à germinação e ao desenvolvimento vegetativo inicial. Nessas áreas, nos dias que não choveu, foram realizados os trabalhos de controle de plantas invasoras e a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura. A infestação de cigarrinha reduziu consideravelmente; alguns produtores relataram a ausência do inseto na maioria das áreas monitoradas.
Na de Soledade, a cultura está em recuperação após as chuvas excessivas. Algumas lavouras em várzeas em Venâncio Aires e General Câmara foram comprometidas pelas nundações. No Alto da Serra do Botucaraí, a chuva forte pode dificultar a emergência em áreas com semeadura recente em razão da formação de crosta superficial. De maneira geral, houve erosão hídrica em lavouras da região, ocasionando perdas maiores em áreas com plantios em declive. Há relatos da presença de cigarrinha em lavouras recém-emergidas; aplicações de inseticidas estão sendo planejadas.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou redução de 0,13% em relação à semana anterior, passando de R$ 52,95 para R$ 52,88.

Fonte: Emater/RS