Para a obtenção de boas produtividades de soja, além de um adequado manejo fitossanitário, é necessário fornecer adequado aporte nutricional que supra as necessidades da cultura para a expectativa de produtividade definida. Além da já conhecida adubação de base (base de semeadura), a adubação foliar vem ganhando espaço principalmente se tratando de alguns micronutrientes e macronutrientes específicos.

Entretanto, se tratando de aplicações de nutrientes via foliar, é necessário cuidado para evitar desperdício de dinheiro, utilizando produtos efetivamente funcionais. Para isso, deve-se atentar para a mobilidade dos nutrientes nas plantas e estádios de aplicação.

Embora haja uma variedade de produtos os quais podem ser aplicados via foliar na cultura da soja e em diferentes estádios segundo recomendações dos fabricantes e finalidade da aplicação, cabe destacar que aplicações foliares a partir de R7 não surtem efeito na produção de grãos ou sementes.

 Isso, porque segundo Zanon et al. (2018), esse estádio marca o início da maturação fisiológica da cultura, sendo que não há mais ligação entre a planta mãe e os grãos ou sementes produzidas, sendo assim, todo ou qualquer produto aplicado na soja a partir desse estádio não surtirá efeito produtivo.



Mas e quanto a mobilidade dos nutrientes?

Todo ou qualquer nutriente absorvido pelas plantas entra por via radicular ou foliar na forma iônica ou molecular. Após absorvidos, alguns nutrientes permanecem retidos no tecido de absorções enquanto outros são transportados para outros órgãos das plantas.

Dessa forma, especialmente quando tratamos da aplicação foliar de nutrientes, é fundamental conhecer os nutrientes que apresentam mobilidade na planta, sendo esses mais aconselháveis para uso na adubação foliar, podendo ser translocados pela planta, resultando em maior aproveitamento por ela. Na tabela 1 é possível observar a mobilidade de nutrientes aplicados em folhas.

Tabela 1.  Mobilidade comparada dos nutrientes aplicados nas folhas. Em cada grupo os elementos aparecem em ordem decrescente.

Fonte: Malavolta (1980, apud Prado, 2004)

Assim como o conhecimento da mobilidade de nutrientes nas plantas é essencial para o posicionamento de fertilizantes via foliar, também é fundamental para compreender características relacionadas a deficiências nutricionais, visto que nutrientes como Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K) e Magnésio (Mg) apresentam sintomas em folhas velhas, enquanto nutrientes como Cálcio (Ca), Enxofre (S), Boro (B), Cobre (Cu), Ferro (Fe) Manganês (Mn) e Zinco (Zn) apresentam sintomas de deficiência em folhas novas.


Veja também: Enxofre – nutriente indispensável para altos rendimentos


Referências:

PRADO, R. MELO. ABSORÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DE NUTRIENTES NAS PLANTAS. Nutrição de Plantas: A chave para alta produção com qualidade, 2004. Disponível em: < http://www.nutricaodeplantas.agr.br/site/culturas/maracuja/abs_mov_nutr_plantas.php >, acesso em: 10/02/2021.

ZANON, A. J. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Ed. 1, Santa Maria, 2018.

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