Os fatores que pesam sobre o mercado neste momento são os seguintes

1. Disputa comercial EUA-China: Nesta semana haverá mais uma reunião entre funcionários americanos e chineses para tratar dos assuntos comerciais pendentes entre os dois países, entre os quais a soja, mas não se espera nada de muito substancial como conclusão.

Podem acontecer três movimentos desta reunião:

a) ficar como está (e o mercado também ficaria como está, dependendo de outros fatores, não deste);

b) a China comprar uma quantidade até substancial de soja americana (que não deve acontecer, porque ela não precisa neste momento, devido à queda de demanda por causa da peste suína). Se isto acontecer, o mercado reagiria para cima em Chicago, mas, para os
brasileiros, pouco mudaria, porque os prêmios cairiam quase na mesma proporção. Para os preços realmente subirem muito a China precisaria comprar algo ao redor de 25-30 MT, algo que ela definitivamente não precisa;

c) os chineses fazerem acordo com os EUA sobre os itens de propriedade industrial, mas comprarem apenas pequenas quantidades (como nesta semana, em que adquiriram apenas 180 mil toneladas, mas cancelaram 148,4 mil tons anteriores). Então, por este lado, não se espera grande elevação do preço da soja no Brasil.

2. O dólar no Brasil: Tem pouquíssima chance de voltar a subir acima dos R$ 3,80, diante dos atuais movimentos de queda nos juros nos EUA e na União Europeia e de continuação das reformas no Brasil. Neste momento está em R$ 3,77. Então, também deste lado, há poucas chances de o preço da soja subir no Brasil.

3. O clima nos EUA: É o único fator que poderá fazer as cotações de Chicago e, por tabela, os preços no Brasil subirem, se e quando ocorrerem danos maiores à safra americana, que começará a ser colhida dentro de dois meses e está em fases decisivas de formação de grãos, necessitando de muita chuva – que está rara em algumas regiões.

Se a safra americana for duramente afetada, caindo para volumes negativos recordes, do tipo 20% ou 30% de perdas, então os atuais (enormes) estoques teriam que ser usados internamente para alimentação animal ou exportado para países não-China, reduzindo-os na mesma proporção. Por enquanto, as chances disto acontecer são pequenas: como dissemos há secas em algumas regiões, mas, não em proporção a causar grandes danos.

A falta de chuva teria que continuar por mais uns 20/30 dias para ser realmente séria. Por isto, o clima é o fator que mais está influenciando Chicago neste momento e no qual todo o mercado está prestando muita atenção.

Fonte: T&F Agroeconômica

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