Autor: Thomas Newton Martin – Professor da UFSM
Nos aspectos ligados a sobrevivência, serão relacionados três seres vivos de extrema importância para construção de uma produtividade de soja: a semente, a plântula e as bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras do crescimento.
Considerando o primeiro componente de produtividade, que é o número de plantas por área, deve-se relacionar o número de sementes por área, que estará relacionada com o número de plântulas (e por fim o número de plantas no momento da colheita). A sobrevivência das sementes deve ser considerada desde a colheita das mesmas até a sua utilização. O processo de colheita da soja deve levar em consideração a umidade de colheita (próximo a 18%). Relacionado a colheita, estão os danos mecânicos diretos e latentes.
A velocidade da colhedora e do molinete interfere nos impactos que as sementes recebem ao serem retiradas da planta. Além disso, no processo de beneficiamento algumas ações, como o rápido resfriamento (redução da temperatura de colheita que pode chegar a 40º a campo) das sementes de soja, a utilização do esteiras de borracha e evitar ao máximo o impacto das sementes com materiais rígidos, auxiliam na preservação da viabilidade das sementes.
Após ocorrer a germinação das sementes e a formação das plântulas, os cotilédones, que inicialmente convertem as suas reservas para disponibilizar energia, irão atuar como um órgão que realizará fotossíntese. Eles torna-se-ão verdes e irão ser fotossinteticamente ativos, produzindo carboidratos para que a plântula transforme-se em planta sendo auto sustentável. Nesse período a plântula não possui capacidade e/ou reservas para se reestabelecer dependendo do ataque de pragas ou doenças.
Deve-se então proteger as plântulas contras as adversidades com ações culturais, físicas ou químicas (inseticidas e fungicidas). No momento da semeadura cada semente deve ser recoberta pelas bactérias fixadoras de nitrogênio (Bradyrizobium e Azospirillum) no processo de inoculação e/ou co-inoculação com no mínimo 1,2 milhões de bactérias por sementes. Passada a semeadura, e no momento do florescimento devem estar estabelecidos ao menos 80 nódulos vivíveis para que ocorra a fixação biológica de forma suficiente para proporcionar 80 kg de N a ser exportado por tonelada de grãos de soja que serão exportadas.
Dessa forma, algumas condições devem ser seguidas para não ocasionar morte de bactérias, como observar as condições de armazenagem dos inoculantes e das sementes inoculadas. A semeadura deve ser realizada em solo com umidade adequada, temperatura menor que 30º C, com um bom plantio direto evitando que o processo de semeadura reduza demasiadamente a umidade e eleve a temperatura do solo. Preservando assim, mais bactérias potenciais por planta para a fixação de nitrogênio.
“A sobrevivência das sementes, plântulas/plantas e bactérias fixadoras de nitrogênio é fundamental para o início de uma boa safra.”
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