A Secretaria de Agricultura do Paraná, através do seu Departamento de Economia Rural-DERAL, divulgou nesta quarta-feira seu primeiro relatório sobre as perdas com as geadas ocorridas entre os dias 6 e 8 deste mês, no estado. Na ocasião, a estimativa inicial da T&F era de uma perda de 350 mil toneladas, mas agora os técnicos atualizaram esta estimativa de perdas para 500 mil toneladas. Veja abaixo os detalhes destas perdas por região do estado:

Fonte: SEAB/DERAL/DEB

Esclarecemos que não se trata de “perda de qualidade” (em que o trigo poderia servir para ração, por exemplo), mas sim, “perda de quantidade” mesmo, porque a geada mata a planta, pelo congelamento do perfilho, havendo perda definitiva da produção. Com isto, a nova estimativa do potencial produtivo do estado passa a ser de 2,72 milhões de toneladas, cerca de 16,05% a menos do que a expectativa inicial, que era de 3,24 milhões de toneladas.

Como consequência, os preços do trigo da safra 2019/20 não terão mais tendência de queda, mas de estabilidade e até de alta

A principal consequência disto é a manutenção e muito provavelmente a elevação dos preços do trigo daqui para frente, porque haverá uma sucessão de quebras e compensações. Como MG também teve quebra de safra, da ordem de 61,0% em relação à expectativa inicial da Conab (que estimou uma safra de 218 mil tons e, na realidade, o estado deverá colher apenas 85 mil toneladas), então os moinhos mineiros e goianos deverão se abastecer de aproximadamente 200 mil tons no PR que, assim, verá reduzida ainda mais a sua disponibilidade interna.

Como o PR tem uma moagem histórica entre 2,75 e 3,0 MT, deverá suprir estas necessidades com importações do trigo paraguaio e de trigo gaúcho, mantendo um pouco mais elevada a demanda nestes dois mercados. Como consequência, os preços em todos os mercados (paranaense, gaúcho e paraguaio) deverão permanecer nos níveis atuais (sem cair, como estava previsto) ou até subir um pouco, à medida que a disponibilidade for ficando menor ao longo do tempo.

É evidente que estamos contando com uma safra boa no RS, mas, se isto não ocorrer, tudo poderá mudar novamente, para menor disponibilidade e preços mais altos ainda. Então, a atenção ao clima deverá continuar.

Fonte: T&F Agroeconômica


DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.