Resultado da Safra 2021/22
Os atrativos preços da pluma registrados no início do ano de 2022, atrelado à expectativa de um maior percentual de áreas semeadas dentro da janela ideal, estimulou os cotonicultores a investirem no algodão. Desse modo, a área da safra 21/22 ficou 22,41% superior ao registrado na safra passada, totalizando 1,18 milhão de ha. Esse cenário refletiu em uma adição de 9,26% na produção do estado, mesmo com a produtividade atingindo o menor patamar dos últimos anos.
Cabe destacar que, no decorrer do ano, as cotações exibiram expressivas quedas, pautadas pelas incertezas quanto à economia global. Diante disso, houve uma desaceleração na comercialização da pluma da safra 21/22, que em nov–22 fiocu 4,66 p.p. atrás do mesmo período da safra 20/21. Por fim, o adiantamento da colheita no ciclo contribuiu para o ritmo das exportações, que está 31,31% à frente do acumulado (ago a nov) do mesmo período de 2021, e é projetado que sejam escoados 1,37 milhão de t de pluma deste ciclo, alta de 13,00% ante a safra 20/21.
Confira os destaques do boletim:
- ELEVAÇÃO: devido às valorizações nos preços da pluma na bolsa de NY no início do ano, o contrato de jul exibiu alta de 18,63% no comparativo anual.
- INCREMENTO: reflexo da valorização do petróleo no decorrer do ano, os preços médios
do poliéster apresentaram elevação de 21,99% em relação à média do ano de 2021. - BAIXA: pautado pela menor demanda no decorrer do ano, o preço do caroço disponível
do algodão exibiu uma queda anual de 6,15%, e ficou na média de R$ 1.537,45. - ALTA: com a elevação no custo de produção, o P.E. exibiu alta de 12,28% ante a safra 20/21, sendo necessário o produtor vender sua pluma a R$ 159,39/@ para cobrir seu COE.
Perspectivas futuras para o mercado do algodão indicam retração no consumo
Com as incertezas quanto à economia mundial, somadas às restrições comerciais na China, que visam conter o avanço da Covid–19 no país, o USDA estima uma redução de 2,84% no consumo do algodão na safra 22/23 ante a 21/22, fator que vem afetando negativamente os preços da pluma na bolsa de NY. Esse cenário tem desestimulado as negociações em Mato Grosso, sendo observada uma desaceleração nas vendas da pluma da safra futura, que em nov–22 atingiu 52,51% da produção estimada para o ciclo, 0,13 p.p. atrás da média dos últimos cicno anos. Com isso, a expectativa para a safra 22/23, é que não haja incremento na área, mantendo os 1,18 milhão de hectares registrados na safra 21/22. No entanto, estima–se uma produção de 4,91 milhões de toneladas de algodão em caroço, 12,19% superior à do ciclo 21/22, pautada pela expectativa de um melhor rendimento para a temporada. Por fim, há fatores ainda em aberto, como o clima, que serão determinantes para que essa projeção se concretize.
Fonte: Boletim semanal n°656 – Algodão – IMEA