Hoje mantivemos uma discussão, via Buenos Aires, com um jornalista que nos falava de outro analista brasileiro que dizia que os produtores de milho estavam vendendo mal. Não discutimos colegas, apenas mostramos a nossa opinião e a fundamentamos.
Há mais de um mês estamos alertando, em nossos comentários da B3, abaixo, que o mercado tinha viés de alta a médio e longo prazos (a curto prazo havia a pressão da colheita da Safrinha). Nossa recomendação sempre foi: venda apenas o que for necessário para abrir espaço nos armazéns ou fazer caixa, mas guarde a maior parte para vender mais tarde.
Hoje soubemos de um ex-aluno nosso que fez uma posição de investidor de milho na B3 a R$ 51,70 e que agora esta posição está a R$ 54,70, rendendo um bom dinheiro! A alta já veio, a médio prazo, não casualmente logo depois da divulgação do quadro de Oferta & Demanda da Conab de agosto, onde ela constatava (e nós assinalamos em nossos comentários), os segundos menores estoques finais dos últimos 8 anos, suficientes apenas para um mês de consumo.
Qualquer fator que aumentasse de leve este consumo (sendo o principal deles, o dólar, que elevaria as exportações do grão e das carnes), iria provocar falta de matéria prima no final da safrinha e antes do início da colheita da próxima safra de verão, em fevereiro. São, portanto, sete meses de consumo em alta escala, que poderão facilmente usar os poucos estoques finais e provocar falta de matéria-prima e alta dos preços. E o dólar, se valorizou 5,41% desde a semana finda em 19 de junho. No ano, o dólar salta 34,88%.
É certo que ainda restam aproximadamente 30% do milho safrinha para ser colhido, mas todos sabemos que este volume será apertado para atender exportações e mercado interno. Então, a tendência é de preços em alta, daqui para frente até a entrada da safra de verão que ainda nem foi plantada.
Na opinião dos analistas da T&F os preços do milho deverão se manter firmes durante todo o segundo semestre de 2020 e também do primeiro trimestre de 2021, antes da entrada da safra de verão nos estados do Sul.
Fonte: T&F Agroeconômica