Para alcançar o potencial produtivo, é fundamental garantir condições de crescimento ideais para o desenvolvimento da cultura. No entanto, essa condição é complexa de ser atingida devido à multiplicidade de fatores que influenciam o crescimento e desenvolvimento das plantas. Dessa forma, a melhor abordagem para identificar o potencial produtivo de uma lavoura ou região é a utilização de modelos matemáticos baseados em processos de culturas, que simulam o crescimento e o desenvolvimento da planta (Lobell et al., 2009).
Considerando-se os fatores que definem o potencial produtivo do milho e a grande variabilidade climática existente no Brasil, nota-se que o potencial produtivo difere significativamente entre as regiões produtoras. Por essa razão, a maneira mais eficaz de delimitar grandes áreas para identificar seu potencial é por meio de zonas climáticas. Essa divisão agrupa áreas que apresentam similaridades em relação a índices climáticos específicos: 1) soma térmica (graus-dias); 2) índice de aridez (razão entre a precipitação média anual e a evapotranspiração potencial média anual); e 3) sazonalidade da temperatura (desvio padrão das temperaturas médias mensais) (mais informações em: www.yieldgap.org).
Para que as zonas climáticas escolhidas sejam representativas, elas devem, em conjunto, cobrir pelo menos 50% da área colhida na primeira e na segunda safra de milho no Brasil (Van Wart et al., 2013). O potencial de produtividade (PP) e o potencial de produtividade limitado por água (PPA) foram determinados pela equipe do Global Yield Gap Atlas – Milho (GYGA – Milho). Os resultados obtidos indicaram que os potenciais são superiores na primeira safra. Ao se considerar ambas as safras, o PP, em geral, é maior nas regiões mais ao Sul do país (Figuras 1 a 4).
Figura 1. Potencial de produtividade do milho (PP) na primeira safra para o Brasil.

Figura 2. Potencial de produtividade do milho (PP) na segunda safra para o Brasil.

Figura 3. Potencial de produtividade do milho limitado pela água (PPA) na primeira safra para o Brasil.

Figura 4. Potencial de produtividade do milho limitado pela água (PPA) na segunda safra para o Brasil.

Referências Bibliográficas
GLOBAL YIELD GAP ATLAS (2025). Home – Global yield gap atlas. https://www.yieldgap.org/
LOBELL, D. B.; CASSMAN, K. G.; FIELD, C. B. Crop Yield Gaps: Their Importance, Magnitudes, and Causes. Annual Review of Environment and Resources, v. 34, n. 1, p. 179–204, nov. 2009. Disponível em: < https://www.annualreviews.org/content/journals/10.1146/annurev.environ.041008.093740 >, acesso: 10/10/2025
PILECCO, I. B. et. al. Ecofisiologia do milho visando altas produtividades. Santa Maria, ed. 2, 2024.
VAN WART, J. et al. Use of agro-climatic zones to upscale simulated crop yield potential. Field Crops Research, v. 143, p. 44–55, mar. 2013. Disponível em: < https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378429012004121 >, acesso: 10/10/2025




