Os aumentos expressivos nas exportações de milho e de carnes, com a abertura de novos mercados e por conta da crise de abastecimento ocasionada pelo surto de peste suína, em toda a Ásia (não apenas na China), estão forçando para cima as cotações do grão no Brasil. Mesmo que, no mercado interno, os compradores estejam controlando suas compras, tentando conter a subida dos preços, as cotações estão em tendência de alta, por conta de uma possível redução de estoques a partir de janeiro próximo.

Por outro lado, a maioria dos vendedores está focada no plantio das safras de verão e, diante da expectativa de alta do preço, decidiram também ficar fora do mercado, forçando a alta. Com isto, aliado ao movimento ascendente do dólar da semana anterior (a queda de hoje não foi suficiente para conter a pressão altista) fizeram com que a média dos preços apurados pelo Cepea registrassem nova alta de 1,21%, a R$ 42,82, na região de Campinas, principal fonte de referência do milho brasileiro.

No Rio Grande do Sul a semana iniciou com mercado travado, com negócios pontuais para pequenos compradores e para granjas de ovos e suínos, com preços na faixa entre R$ 42,00 e R$ 43,00, ou seja, estável em relação a semana anterior. Fontes do mercado indicam que grandes compradores estão trazendo milho do MS, PR, MT e Paraguai, com negócios feitos antes da colheita que estão sendo entregues agora. Os operadores acreditam que, com o início da colheita, em 20/12, “a janela deve se fechar” e consequentemente fechando, também, o frete de retorno do PR.

No Paraná o mercado de milho iniciou a semana, novamente, bem travado, com poucos negócios reportados. Fontes de mercado estimam que foram negociados apenas entre 5.000 e 10.000 tons na região de Ponta Grossa, com preços ficando na faixa entre R$ 38,00 e R$ 39,00.

Em Campinas (SP), mercado de grãos com aspirações altistas. Nesta segunda-feira (11), vendedores e intermediários subiram suas pedidas por estoques de passagem, especulando pequenas cargas de físico. As recentes altas do dólar frente ao real dão suporte ao movimento, visto que os preços nos portos brasileiros também vão se inflacionando e o volume enviado ao exterior é recorde. As incertezas climáticas seguem na mira, dada fase inicial da safra no país. Compradores, ao menos no curto prazo, estão fora de mercado.

Ressaltamos que ontem era feriado de Veteran’s Day nos EUA. A amostra da XP Investimentos tem média de R$ 42,98/sc, valorização de R$ 0,34/dia. As indicações dos portos brasileiros para novembro estão em R$ 41,50/sc, alta de R$ 0,50 no dia. Os preços oferecidos pela exportação, para vendedores distantes 600 km do porto, caiu para R$ 35,41 (35,87 do dia anterior) para dezembro, R$ 36,35 (36,86) e para março R$ 33,62 (34,15) para maio de 2020.

Já os milhos importados do Paraguai chegariam ao Oeste do Paraná ao redor de R$ 33,05 (R$ 33,26 anterior); ao Oeste de Santa Catarina ao redor de R$ 36,55 (36,77) e ao Extremo Oeste de SC ao redor de R$ 36,06 (36,27) /saca. O milho argentino a R$ 55,85 (55,00) e o americano a R$ 59,92 (59,34) no oeste de SC.

Com relação aos preços dos principais consumidores de milho, os preços do frango resfriado para o consumidor em São Paulo, iniciaram a semana com forte alta, cotados a R$ 4,81/kg, levando a variação do mês para 4,34%, positivo.

Os preços dos suínos no Paraná subiram 0,40%, cotados a R$ 5,05/kg, levando a variação do mês para 2,23%, positivo. Os preços do boi gordo em São Paulo continuam subindo, dessa vez a alta foi de 1,19%, levando a valorização do mês para 7,06%.



Fonte: T&F Agroeconômica

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.