A grande notícia do momento é o clima sobre as lavouras de milho do Rio Grande do Sul, que deveria produzir uma safra ao redor de 5,0 milhões de toneladas e pode (anda não está confirmado), produzir apenas 4,0 MT, reduzindo ainda mais as disponibilidades não só do estado, como de outros estados fornecedores para os compradores gaúchos
Isto está fazendo os vendedores permanecerem fora de mercado, na expectativa de algum aumento de preço, enquanto os compradores aguardam justamente a colheita de verão na expectativa de redução de preços.
As médias apuradas hoje pelo Cepea refletem esta expectativa dos vendedores, além do mercado em si. O instituto registrou alta de 0,54% nos preços médios da região de Campinas, principal referência para os preços do milho no país.
A pesquisa particular da T&F registrou vendedores a R$ 45,00 e compradores a R$ 43,50 no Oeste do Paraná. Nos Campos Gerais o preço do milho tem comprador a R$ 43,00 nas fábricas no spot, R$ 42,00 no porto e R$ 43,0 futuro para abril posto fábricas. No Rio Grande do Sul preços do milho entre R$ 41/42 no interior, mas as indústrias estão focadas em receber seus contratos negociados anteriormente e buscando ofertas para fevereiro.
No Centro-Oeste a situação começa a apertar. Restam apenas cerca de 15% da Safrinha, colocando em risco o abastecimento de matéria prima para quem ainda precisa comprar. Os preços em Luca do Rio Verde estão ao redor de R$ 23,00, Rondonópolis R$ 34,00, Patos de Minas R$ 30,00.
No Norte do país os preços estão muito bons, ao redor de R$ 48,00 em Barreiras e R$ 46,00 em Balsas. O clima está se tornando cada vez mais importante para a Safrinha brasileira de 2020, não apenas para o abastecimento interno, como para atender a exportação, potencializada com o dólar.
Comentários futuros:
- Cotações do milho retomaram a alta nesta segunda-feira
As maiores altas ocorreram para o mês de janeiro, com as preocupações sobre o clima no Rio Grande do Sul, que está retirando as ofertas de circulação, na esperança de preços maiores. Preocupações com a falta de chuva em algumas regiões do país também contribuem para a alta, embora parcialmente compensadas com as precipitações dos últimos dias.
O ano de 2020 deverá ser de grande aumento de volumes no mercado futuro de São Paulo, com boas coberturas de grandes consumidores de milho, antes que as cotações subam. Nossa recomendação é que os compradores coloquem ordens de compra sempre que o mercado tiver uma pequena queda, para garantir custos de produção menores.
- Expectativa de alteração da produção no Wasde de sexta pressiona cotações
Leve variação negativa, pressionado por vendas técnicas. No entanto, os operadores começam a focar a sua atenção no próximo informe semanal do USDA, que será publicado na próxima sexta-feira. Não se descartam alterações no volume de produção.
Milho continua mantendo posições líquidas de venda pelos Fundos de Investimento, que reduziram sua posição líquida por 3 semanas consecutivas e estavam líquidos vendidos em 82.456 contratos em 31 de dezembro.
Os dados de exportação do milho americano para a semana que terminou em 02/01 revelaram que 550.930 toneladas foram embarcadas. Isso foi um aumento de 9,84% em relação aos embarques da mesma semana do ano passado.
O relatório semanal de inspeções de exportação do USDA também mostrou que o acumulado anual dos embarques de milho cresceu 6,4%, em relação à mesma semana do ano passado, onde as exportações acumuladas cresceram 2,71% na semana. As exportações de Sorghum foram de 937.362 tons, 91% a mais do que há um ano.
Fonte: T&F Agroeconômica