Os preços do milho e do etanol vêm sentindo pressão no Brasil devido à pandemia e aos recuos nos preços do petróleo. No caso do etanol hidratado em Mato Grosso, mesmo com a baixa comercialização, chegando a ser 11,22% menor em março em relação a fevereiro (ANP), o volume de produção do biocombustível à base de milho aumentou 72,03% na última comparação quinzenal divulgada pela Única (para a região centro-sul do Brasil, que inclui MT).
Por outro lado (e de certa forma surpreendente), a gasolina, combustível fóssil que concorre com o etanol nas bombas, teve aumento no consumo no estado em 0,97% em março (ante fev/20 – ANP).
Dessa forma, a alta oferta e baixa demanda de etanol, aliadas à maior venda da gasolina nos postos em MT, fizeram a relação entre o preço do etanol hidratado e da gasolina reduzir de 70,11% em março para 64,33% em abril, recuo de 8,6%, menor relação entre os dois produtos desde dez/19.
Confira os principais destaques do boletim:
• O indicador Imea – MT fechou em alta na média semanal, após aumento do dólar e em Chicago. Assim, encerrou a semana em R$ 39,61/sc, representando 0,28% de avanço ante a semana passada.
• Os preços do milho em Chicago fecharam a média semanal em alta de 2,28% após resultados de exportações e notícias de aproximação entre EUA-China.
• O preço em Campinas também seguiu a valorização do mercado do milho e finalizou a semana cotado à média de R$ 49,31/sc, alta de 2,30% em relação à semana passada.
• Com problemas políticos, corte da taxa básica de juros e aumento do número de casos por coronavírus no Brasil, o dólar disparou e fechou a semana cotado a R$ 5,69/US$, alta média de 3,29% sobre a semana anterior.
Negócios rolando:
O Imea divulgou o levantamento de comercialização do milho para Mato Grosso referente ao mês de abril. De acordo com os dados do Instituto, mesmo com as incertezas da demanda pelo cereal e os receios com as condições climáticas para o desenvolvimento do grão, a comercialização da safra 19/20 avançou 5,32 p.p. em relação ao relatório anterior (mar-20), totalizando 81,99% do cereal vendido no estado e ficando próximo da máxima dos últimos cinco anos (safra 15/16).
Já para a safra 20/21 as oportunidades foram melhores para os produtores, que aproveitaram os bons preços do mercado (média de R$ 29,21/sc, 1,20% maior que no mês anterior) para fechar negócios e garantir parte do custeio da próxima temporada.
Assim, a safra futura adiantou 6,38 p.p. em relação ao último levantamento e finaliza o mês de abril com 29,47% comercializada, configurando recorde de antecipação dos negócios, uma vez que no mesmo período dos anos anteriores não foram registradas vendas pelo Imea.
Fonte: Imea