Em março de 2025, os maiores acumulados de chuva ocorreram em grande parte da Região Norte, norte e oeste da Região Nordeste, além de Mato Grosso, com volumes que ultrapassaram 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade do solo nessas áreas. Já na parte leste, que abrange o interior da Região Nordeste até a Região Sul, menores acumulados de chuvas foram observados, reduzindo os níveis de umidade do solo em algumas áreas.
Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 200 mm, exceto em áreas pontuais de Roraima, Rondônia, noroeste do Amazonas e centro-sul do Tocantins, onde os volumes foram menores. No geral, as condições de umidade do solo seguem favoráveis, beneficiando os cultivos em campo.
Na Região Nordeste, diversas áreas do interior tiveram acumulados de chuva abaixo de 90 mm, reduzindo os níveis de umidade do solo, principalmente na parte central da Bahia, Sergipe, oeste de Alagoas e Pernambuco. Volumes mais significativos ocorreram no Maranhão, norte e oeste do Piauí, noroeste do Ceará, além do leste do Rio Grande do Norte e áreas pontuais da Paraíba. Nessas áreas o armazenamento hídrico segue satisfatório.
Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva acima de 150 mm foram observados em grande parte de Mato Grosso. Nos demais estados, os volumes de chuvas variaram entre 40 mm e 120 mm. No leste de Goiás e Mato Grosso do Sul, houve redução dos níveis de umidade do solo, causando restrição hídrica principalmente em algumas áreas de milho segunda safra.
Na Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm, com destaque para a divisa entre São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais, além do sul do Espírito Santo. De maneira geral, as condições climáticas seguem favoráveis para o manejo e o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra nessas áreas. No norte de Minas Gerais, as chuvas inferiores a 80 mm não foram suficientes para elevar os níveis de umidade no solo, resultando em restrição hídrica para o algodão e o milho segunda safra.
Em grande parte da Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 70 mm, e os níveis de umidade foram, no geral, suficientes para o desenvolvimento da maioria das lavouras de feijão e milho segunda safras. Para as lavouras de soja ainda em enchimento de grãos em Santa Catarina e Rio Grande do Sul houve restrição em algumas áreas devido às temperaturas elevadas. Menores acumulados de chuva ocorreram no nordeste do Rio Grande do Sul.
Em março, as temperaturas máximas foram acima da média no interior da Região Nordeste, leste da Região Centro-Oeste, oeste da Região Sudeste e Região Sul. Entre os dias 1º e 8 de março uma onda de calor afetou o Rio Grande do Sul, com registros de temperaturas máximas de até 40 °C em algumas localidades. Quanto às temperaturas mínimas, os valores ficaram acima de 20 °C na maior parte do país, principalmente, no norte das Regiões Norte e Nordeste, onde os valores ultrapassaram os 24 °C. Já em áreas serranas das Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas foram inferiores a 18 °C.
CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA
Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de março de 2025. Neste período, foram observados valores entre -0,5 °C e -2 °C na faixa entre 130°W e 140°E, indicando a presença de águas mais frias que o normal na parte mais oeste do Pacífico Equatorial. Além disso, águas mais quentes foram observadas ao longo da costa oeste da América do Sul até 130°W. A persistência e expansão dessa área de águas mais quentes, em direção à parte central do oceano, favorecem a dissipação do fenômeno La Niña. Nota-se ainda um enfraquecimento das anomalias médias diárias de TSM na área do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W) durante março de 2025, onde houve o predomínio de valores entre 0 °C e -0,5 °C.
A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para uma transição do fenômeno La Niña para Neutralidade durante o trimestre abril, maio e junho de 2025, com probabilidade de 86%.
PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2025
As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas próximas e acima da média no centro-norte da Região Nordeste, áreas pontuais da Região Norte, meio-oeste de Mato Grosso, além do sul da Região Sul, mantendo a disponibilidade hídrica nestas áreas, principalmente em abril. Chuvas abaixo da média deverão ocorrer com maior probabilidade em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste.
Analisando separadamente cada região do país, a previsão indica redução das chuvas durante o trimestre, com volumes abaixo da média no sul e noroeste da Região Norte. Embora o armazenamento de água no solo ainda se mantenha elevado na porção norte da região, em virtude das chuvas dos últimos meses, a parte sul apresenta uma possibilidade de redução nos níveis de umidade do solo entre maio e junho.
Na Região Nordeste, a previsão é de chuvas acima da média no centro-norte da região. Nas demais áreas, a previsão é de distribuição irregular de chuvas, com volumes abaixo da média, especialmente na parte oeste da Bahia. Nos próximos meses, há possibilidade de redução dos níveis de umidade no interior da região.
Para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas próximas e abaixo da média, exceto em áreas do centro-oeste de Mato Grosso, norte de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais, onde são previstas chuvas ligeiramente acima da média. Com a tendência de redução das chuvas ao longo do trimestre, haverá uma diminuição dos níveis de umidade do solo, principalmente entre maio e junho.
Na Região Sul, são previstas chuvas acima da média no Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina, que irão manter os níveis de umidade do solo elevados nos próximos meses. Já no norte de Santa Catarina e Paraná, as chuvas poderão permanecer próximas e abaixo da média histórica.
Em relação à temperatura média do ar, a previsão aponta para valores acima da média climatológica na Região Centro-Sul. Nas Regiões Norte e Nordeste, as temperaturas podem superar os 25 °C. Já nas Regiões Sul e Sudeste, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 20 °C. No entanto, em áreas serranas, as temperaturas poderão ser inferiores a 15 °C devido à passagem de massas de ar frio.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).
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Fonte: Conab