Pulverização com drone é tão eficiente quanto a terrestre para o controle de pragas?

Com o advento de novas tecnologias, diversas ferramentas têm sido desenvolvidas e aprimoradas em prol da produtividade e sustentabilidade das culturas agrícolas. Uma delas esta relacionada a tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, através do uso de drones. Além de não causar amassamento da cultura, o emprego de drones em pulverizações de defensivos possibilita a pulverização sob condições de solo úmido, além de dispensar a necessidade do aplicador dentro da lavoura, utilizar menor volume de água, melhorar a agilidade para aplicação em pequenas áreas e áreas de difícil acesso, entre outros benefícios.

Visando o controle de pragas, o uso de drones para pulverização demonstra eficiência?

Avaliando o controle do percevejo-marrom (Euschistus heros) em soja com inseticidas químicos pulverizados com drone, Bassetto Filho et al. (2021), observaram que a pulverização com drone, utilizando 10 L de calda/ha apresenta desempenho de controle de percevejos equivalente a pulverização com trator utilizando volumes de calda de 36 L e 80 L/ha e costal com 200 L/ha.

Os autores comparam diferentes métodos de pulverização de (drone, tratorizado com e sem cortina de ar, e costal). Em todos os tratamentos foi preparada calda de pulverização com as seguintes doses e produtos, na ordem que foram adicionados à calda: 35,25 g/ha de tiametoxam + 26,50 g/ha de lambdacialotrina (Engeo Pleno™ S, Syngenta) e 30,00 g/ha de bifentrina + 90,00 g/ha de carbossulfano (Talisman®, FMC). Para avaliação dos tratamentos foi realizada amostragem dos percevejos antes e 3, 5, 7 e 10 dias após a aplicação (Bassetto Filho et al., 2021).

Conforme resultados obtidos por Bassetto Filho et al. (2021), a pulverização com drone, utilizando 10 L de calda/ha, apresentou resultados equivalentes ao melhor tratamento, com aplicação costal, utilizando 200 L de calda/ha, indicando que é possível obter bom desempenho de controle de percevejos mesmo com reduzido volume de calda, quando utilizada a aplicação via drone.

Tabela 1. Densidade de percevejos1 em soja pulverizada com diferentes tecnologias de aplicação. Londrina, PR, safra 2020/2021.

Pesquisas demonstram que o uso de drones é capaz de atingir pragas como o percevejo-marrom e a lagarta-falsa-medideira Rachiplusia nu em partes das plantas de soja que, normalmente, não são alcançadas pelos métodos tradicionais de pulverização, como o interior do dossel, fato  proporcionado principalmente pela combinação do espectro de gotas do pulverizador – ponta, pressão de trabalho e concentração de produtos na calda – e do efeito do movimento das hélices do drone (downwash), possibilitando maior penetração de inseticida no interior do dossel da soja, aumentando a eficiência de controle (Embrapa, 2022).

Sobretudo, cabe destacar que a eficiência de aplicação de defensivos agrícolas, independentemente do método empregado, pode ser influenciada pelas condições climáticas e ambientais, tais como umidade relativa do ar, temperatura e velocidade do vento, devendo-se portanto, atentar para essas condições ao realizar pulverizações de defensivos agrícolas.

Referências:

BASSETTO FILHO, J. J. et al. CONTROLE DO PERCEVEJO Euschistus heros EM SOJA COM INSETICIDAS QUÍMICOS PULVERIZADOS COM DRONE. Embrapa, Documentos, n. 440, Jornada Acadêmica da Embrapa Soja, 2021. Disponível em: < https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1139094/1/PGS-124-130-n.pdf >, acesso em: 17/03/2023.

EMBRAPA. DRONES SÃO CAPAZES DE MELHORAR PULVERIZAÇÃO PARA CONTROLE DE PRAGAS DA SOJA. Embrapa News, 2022. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/69239452/drones-sao-capazes-de-melhorar-pulverizacao-para-controle-de-pragas-da-soja >, acesso em: 17/03/2022.

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