Os Futuros de soja fecharam o dia em alta de 4,75 centavos na maioria dos contratos. O contrato de setembro fechou a $ 860,50 (855,75), com máxima de $ 864,0 (862,0) e com mínima de $ 854,25 (853,00).
O farelo de soja de setembro fechou também em alta de US$ 0,7/tonelada a $ 294,7 (294,00). E o óleo de soja, acompanhando o restante do complexo de soja, fechou em alta de 3 pontos, com o contrato de setembro fechando a $ 28,74 (28,68). A soja e o milho encontraram algum respaldo na sessão de hoje, enquanto o trigo continuou se debilitando.
De acordo com participantes da expedição de safra Pro Farmer Midwest Crop Tour, que está percorrendo lavouras do Meio-Oeste do país nesta semana, fica difícil fazer previsões, já que o desenvolvimento está pelo menos um mês atrasado. “Para a soja, é muito difícil dizer o que vai acontecer”, disse o trader da Kapital Investimentos Luís Viera, que participa da expedição. A soja apresentou avanços pelo segundo dia consecutivo.
O desenvolvimento da safra americana capta a atenção de todos. A contagem das vagens a cada 3 pés quadrados nos lotes inspecionados pelo pessoal da Caravana do Crop Tour projeta resultados desalentadores. Nos estados de Indiana e Nebraska a contagem assinala números inferiores aos do ano passado e da média dos últimos 3 anos. Para o primeiro caso, se situou em 923 (contra 1311 do ano passado e 1219 da média histórica). No segundo caso, foram contabilizados 1210 (contra 1299 do ano passado e 1217 da média histórica).
O dólar fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo nesta quarta-feira, o que não acontecia há um mês, diante do dia favorável a ativos de risco no exterior e depois de o Banco Central ter feito venda direta de moeda no mercado à vista pela primeira vez em dez anos.
O dólar negociado no mercado spot caiu 0,50%, a 4,0314 reais na venda. Na véspera, a cotação havia recuado 0,40%. Desde os dias 17 e 18 de julho o dólar não engatava duas baixas consecutivas. Na B3, o dólar futuro cedia 0,53%, a 4,0350 reais. O real teve o quarto melhor desempenho numa lista de 33 pares do dólar, num dia de valorização de moedas emergentes em meio a apetite por risco também nos mercados de ações. A aguardada ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, divulgada nesta tarde, teve efeito limitado nos mercados.
Os membros do Fomc debateram cortar os juros de forma mais agressiva, mas se mantiveram unidos na intenção de evitar sinalizações de mais cortes de juros. Do lado doméstico, o grande evento ficou a cargo do Banco Central, com o início dos leilões simultâneos de dólar à vista e de contratos de swap cambial reverso. Foram vendidos 200 milhões de dólares em moeda física, 4 mil contratos de swap cambial reverso, além de 7 mil contratos de swap tradicional.
A oferta inicial de dólares das reservas era de 550 milhões de dólares. As taxas de cupom cambial subiram, num sinal de dúvida sobre aumento de liquidez. “Acho que o BC foi exigente demais”, disse um gestor, em referência à apuração das propostas para o leilão de dólar à vista. Para ele, sucessivas colocações parciais nesses leilões poderão pressionar mais as taxas de juros em dólar e a própria cotação da moeda. “O BC deveria (também) anunciar a rolagem integral das linhas de dólar e, dependendo dos preços, não rolar tudo”, afirmou.
As ofertas de linhas de dólares com compromisso de recompra ajudam a irrigar o mercado à vista, contribuindo para alívo nas taxas de juros em dólar. Com a venda direta (sem compromisso de recompra) de dólares no mercado pelo BC, há dúvidas sobre a postergação do vencimento das linhas.
“Ainda é cedo para ter uma avaliação mais clara. Se nos próximos dois os três leilões continuar havendo colocação parcial (dos dólares à vista) então talvez essa demanda por moeda à vista de fato não seja tão grande e não seja o principal fator de pressão no cupom”, afirmou Roberto Campos, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos. (Reuters, grifos nossos).
Fonte: T&F Agroeconômica