A rentabilidade da segunda safra de milho para os produtores que conseguirem semear dentro da janela de plantio pode ser elevada na temporada 2019/2020 no Cerrado e no Sul do Brasil. As cotações do cereal estão em patamares elevados, principalmente devido ao bom volume exportado pelo País.

No entanto, com o atraso no semeio da soja, muitos agricultores podem não conseguir realizar o plantio do milho na janela ideal. Assim, o risco de enfrentar condições meteorológicas adversas aumenta, o que pode diminuir a produtividade e, consequentemente, a rentabilidade.

Neste quadro de atraso no semeio da soja no Brasil, a apreensão de agricultores reduziu o ritmo de negociações de insumos para a safrinha de milho. Enquanto os negócios ultrapassaram 50% do volume total em grande parte do Cerrado até outubro, as praças sulistas estão bastante atrasadas, com algumas cooperativas se preparando para lançar campanhas de comercialização para a segunda safra de milho na primeira quinzena de novembro, o que ocorre normalmente no mês anterior.



Na média das praças de Balsas/MA, Sorriso/MT e Rio Verde/GO, a margem bruta em outubro/2019 foi 36% superior em comparação a outubro/2018. Vale ressaltar que, dentre as regiões analisadas, Sorriso/MT foi a que teve o resultado mais favorável, gerando uma margem bruta 52% e lucro 19% maiores na comparação do período citado.

Balsas/MA também gerou lucro, contudo apenas 1% maior. Destaca-se que o cenário de aumento do lucro é atípico para o milho. Historicamente, a receita bruta não remunera todos os fatores envolvidos na produção do milho segunda safra nas regiões de Sorriso/MT e Balsas/MA.

Considerando as principais regiões produtoras do cereal, as localidades mais ao Sul e as do Mato Grosso do Sul, a elevação da margem bruta foi de 25% superior em outubro/2019, contra 6% no mesmo período no ano anterior. Dentre as praças analisadas, a que obteve melhor retorno sobre o custo operacional efetivo (COE) foi Londrina/PR, com 35% de elevação da margem. Porém, diferentemente do Cerrado, estas regiões não obtiveram lucro, muito em função dos maiores custos de remuneração do capital
imobilizado e da terra.

Assim, para que o produtor pague os custos totais de produção, utilizando como base o preço de venda de outubro, a região de Sorriso/MT teria que alcançar a produção de ao menos 96 sc/ha, Balsas/MA, de 71 sc/ha, Londrina/PR 94 sc/ha e, Cascavel/PR, 133 sc/ ha. Nesse sentido fica evidente a necessidade do produtor modal dessas regiões melhorar a sua eficiência produtiva.

Gráfico1. Comparativo entre a Margem Bruta e o Lucro obtido entre out/2018 e out/2019 para a 2ª safra de milho.

Fonte: Projeto Campo Futuro CNA

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