De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a produção mundial de trigo deve alcançar um novo recorde histórico, com 809 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pelos grandes produtores. O consumo global deve acompanhar o crescimento, fechando acima do volume registrado na safra anterior. Os estoques finais estão projetados em 262,8 milhões de toneladas, em queda pelo sexto ano consecutivo. Apesar disso, as exportações globais devem se manter elevadas e superiores a safra passada, estimadas em 215,3 milhões de toneladas.

Diante da alta na produção, o cenário é de forte concorrência entre exportadores, o que vem pressionando os preços futuros na Bolsa de Chicago (CBOT). A volatilidade cambial e o ambiente geopolítico, incluindo medidas protecionistas como tarifas impostas pelos Estados Unidos, devem continuar influenciando os preços ao longo da temporada. O trigo também é afetado pelo comportamento do milho, seu substituto na alimentação animal — e a tendência de baixa nos preços do cereal contribui para um viés de queda no mercado do trigo.

Nos Estados Unidos, a produção deve alcançar 52,3 milhões de toneladas, queda de 3% em relação ao ciclo anterior. Já os estoques finais sobem para 24,4 milhões de toneladas, alta de 7%. O preço médio ao produtor é estimado em US$ 5,40 por bushel, ligeiramente abaixo do registrado na última safra. Com maior oferta interna e dólar mais fraco, o trigo norte-americano se torna mais competitivo. As exportações dos EUA devem atingir 22,4 milhões de toneladas, maior volume desde 2020/21, embora o avanço esteja condicionado à disputa com concorrentes como União Europeia e Rússia.

No Brasil, a pressão vinda do mercado internacional deve manter os preços domésticos em patamares baixos. Segundo o Itaú BBA, o produtor brasileiro pode enfrentar novamente margens apertadas na safra 2025/26, sem sinais consistentes de recuperação no curto prazo.

Fonte: Assessoria de Imprensa Itaú



 

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