O Plano Safra 2024/2025, anunciado na semana passada pelo governo federal, foi detalhado nessa segunda-feira (08/07), no fórum virtual realizado pelo Sistema Ocepar com a participação do secretário adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Wilson Vaz de Araujo. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que participaria do evento, justificou sua ausência por ter sido convocado para uma viagem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O fórum teve a presença do secretário da Fazenda do Paraná, Norberto Ortigara, do presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, e do diretor do ramo agropecuário da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e secretário geral da Ocepar, Luiz Roberto Baggio. O evento foi acompanhado por mais de 200 pessoas, entre dirigentes e profissionais das cooperativas paranaenses.

Carência de recursos – Wilson Vaz disse que inicialmente a previsão era liberar um volume maior de recursos e baixar os juros. “Mas, tivemos um problema que se acentuou, que foi a carência de recurso nas principais fontes com as quais nós trabalhamos. Com a questão da taxa Selic, as pessoas em geral deixaram de deixar seus recursos em depósito à vista e também foram para outras aplicações mais rentáveis que a caderneta de poupança. Essas duas fontes, que irrigam fortemente o crédito rural, tiveram uma redução de cerca de R$ 60 bilhões na disponibilidade de recursos”, explicou Vaz. Com isso, segundo o secretário, o ministério Fávaro tem negociado junto ao BNDES para que o spread bancário (diferença entre as taxas cobradas pelos bancos em relação às pagas na captação de recursos) fique em torno de 1%. “Vamos também conversar com os bancos privados para que essa taxa fique entre 2% e 3% [normalmente os bancos cobram mais que 4%]”, informou. “Com essas taxas negociadas, esses recursos podem ser bastante atrativos para os produtores”, acrescentou.

Armazenagem – O presidente do Sistema Ocepar destacou a atuação de Wilson Vaz na negociação do Plano Safra para viabilizar a elevação do limite de crédito para a construção de armazéns de R$ 50 mil para R$ 200 mil por cooperativa. “Temos tem um déficit de armazenagem e temos duas safras e meia por ano. É algo que a cada dia merece uma atenção melhor”, pontuou. Ricken também informou que as cooperativas de crédito devem continuar liderando o repasse de recursos do crédito rural no Paraná. “Temos convicção de que as cooperativas de crédito vão cada vez mais participar. Já passamos a ser referência no Paraná e, com certeza, mais de 50% da contratação de crédito rural vai ser via cooperativa de crédito”, declarou.

Pronaf – José Roberto Ricken chamou a atenção para uma preocupação em relação ao Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). “Esse ano permanece a exigência de acesso ao programa apenas às cooperativas que tenham pelo menos 75% de seus cooperados como beneficiários do Pronaf. No ano passado, tivemos esse mesmo problema e conseguimos reverter para 60%. Se prevalecer os 75% para este ano vamos ter problemas”, alertou.  Sobre essa questão, Vaz informou que apoia o pedido da Ocepar, “porém é um tema que não está sob a responsabilidade do Ministério da Agricultura, mas sim do Ministério do Desenvolvimento do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA)”.  Ricken informou que o Sistema Ocepar, juntamente com a OCB, vai encaminhar a proposta ao Ministério da Fazenda, já que é uma medida que interessa às cooperativas de todo o Brasil.

Mais dinheiro – “Esse ano, dada a situação do mercado, com a queda de preços das commodities, a agricultura vai precisar de mais dinheiro, mais financiamento. Esse volume que aumentou, ajuda, em que pese a taxa ter ficado cara. A agricultura vai precisar investir e ter dinheiro para custeio e giro”, disse o diretor do ramo agropecuário da OCB, Luiz Roberto Baggio. Ele alertou para o seguro rural, como importante ferramenta e criticou a disponibilidade de mais recursos para investimentos e recuperação de pastagens para os estados da região centro-sul em comparação ao sul do Brasil.

Lucro – O secretário da Fazenda do Paraná, Norberto Ortigara, parabenizou o Sistema Ocepar e o secretário da Política Agrícola do ministério, Wilson Vaz de Araújo, pelo esforço em buscar um plano safra que atenda às necessidades dos produtores. “Não veio como a gente gostaria que viesse, mas temos um plano safra e vamos seguir trabalhando visando a continuidade do desenvolvimento sustentável do Paraná e do crescimento da produção, com lucro, que é importante para o produtor”, declarou Ortigara.

Fonte: Sistema Ocepar



 

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Autor:Sistema Ocepar

Site: Ocepar

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