FATORES DE ALTA
a) Desempenho do óleo de soja, que subiu mais de 2%. O vencimento maio da oleaginosa ganhou 3,00 cents (0,25%), para US$ 11,9825 por bushel. Na semana, acumulou valorização de 1,20%. Esta é a terceira semana consecutiva de alta, após dez semanas de perdas. Também no Brasil os preços do óleo de soja subiram bem: 3,30% no ano de 2024, 8,4% no mês e 8,38% na semana;
b) A boa demanda interna nos Estados Unidos também deu suporte às cotações. De acordo com dados da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa, na sigla em inglês), a indústria norte-americana processou 186,2 milhões de bushels (5,07 milhões de toneladas) de soja em fevereiro. O volume representa aumento de 0,23% ante o mês anterior, quando foram esmagados 185,78 milhões de bushels (5,06 milhões de toneladas). Além disso, o número ficou bem acima da expectativa de analistas, de 178,06 milhões de bushels (4,85 milhões de toneladas).
c) No Brasil, os preços da soja subiram 6,20% no mês, 1,44% na semana e 0,05% no dia, puxados pela boa demanda de óleo de soja, especialmente para biocombustível e pelos bons volumes de exportação.
FATORES DE BAIXA
a) Avanço da colheita no Brasil, pelas boas perspectivas para a safra da Argentina e pela fraca demanda externa pelo grão norte-americano, que não tem sido muito animadora. A entrada da soja brasileira no mercado vem atraindo o interesse de importadores chineses e afetando a demanda pela soja dos Estados Unidos. De acordo com a Consus Ag Consulting, a China comprou um grande volume da oleaginosa do Brasil de ontem para hoje. A notícia de que o Brasil pretende exportar soja, milho e outros produtos pelo porto de Chancay, no Peru, é outro fator de pressão, disse a consultoria;
b) Melhora das lavouras de soja na Argentina na última semana. Segundo a bolsa, 84% da safra apresentava condição entre normal e excelente, ante 83% na semana anterior. A parcela em condição regular ou ruim diminuiu de 17% para 16%. Já a representação do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) em Buenos Aires reduziu sua estimativa para a produção de soja no país em 2023/24, de 50,5 milhões para 49,5.
MERCADO DO DIA 15/03
SOJA fechou em alta com bom desempenho do óleo de soja
FECHAMENTOS DO DIA 15/03
O contrato de soja para maio24, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,25%, ou $ 3,00 cents/bushel a $ 1198,25. A cotação de julho24, fechou em alta de 0,23 % ou $ 2,75 cents/bushel a $ 1212,50. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -0,80 % ou $ -2,7 ton curta a $ 334,7 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em alta de 2,13 % ou $ 1,03/libra-peso a $ 49,42.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em alta. A soja grão fechou em alta com o suporte do óleo de soja. A demanda em alta do subproduto, tanto no mercado interno quanto externo dos EUA, colaboraram para a alta do dia.
Preocupações com o clima, pouco antes do começo do plantio da soja no país também deram suporte à alta diária. O mercado ainda está absorvendo a grande diferença entre a perspectiva da safra do USDA e da Conab. Isso tem gerado diferentes movimentos nas mesas dos operadores americanos.
O farelo de soja mantém a tendência de queda com a volta da Argentina ao mercado do subproduto com a safra cheia. Com isso a soja fechou o acumulado da semana em alta de 1,20% ou $14,25 cents/bushel. O farelo de soja fechou o período em baixa de -1,96% ou $6,7 ton-curta. O óleo de soja acumulou ganhos de 7,04% ou $ 3,25 libra/peso.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
NOPA: ESMAGAMENTO NOS EUA AUMENTA 0,23% EM FEVEREIRO ANTE JANEIRO, PARA 5,07 MILHÕES DE T
A indústria norte-americana processou 186,2 milhões de bushels (5,07 milhões de toneladas) de soja em fevereiro, de acordo com dados da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (Nopa, na sigla em inglês). O volume representa aumento de 0,23% ante o mês anterior, quando foram esmagados 185,78 milhões de bushels (5,06 milhões de toneladas).
Além disso, o número ficou bem acima da expectativa de analistas, de 178,06 milhões de bushels (4,85 milhões de toneladas). Segundo Terry Reilly, da Marex, há especulações de que novas plantas que entraram em operação recentemente tenham contribuído para a alta. Fonte: Dow Jones Newswires.
ARGENTINA: USDA EM BUENOS AIRES REDUZ PRODUÇÃO 2023/24 PARA 49,5 MILHÕES DE T
A representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Buenos Aires reduziu sua estimativa para a produção de soja na Argentina em 2023/24, de 50,5 milhões para 49,5 milhões de toneladas. Segundo o escritório do USDA, o ajuste foi motivado por um período de tempo quente e seco em janeiro e no começo de fevereiro.
“Chuvas acabaram vindo em fevereiro, mas não em volume suficiente para compensar as condições mais secas do que o normal vistas anteriormente”, disse o USDA em relatório. “Para que o potencial inicial da safra seja mantido, serão necessárias chuvas significativas no restante da temporada de cultivo.”
A expectativa de esmagamento foi cortada em 1 milhão de toneladas, para 39 milhões de toneladas.
LOGÍSTICA: BRASIL PRETENDE EXPORTAR SOJA E MILHO PELO PORTO PERUANO DE CHANCAY, DIZ MÍDIA LOCAL
O Brasil pretende exportar soja, milho e outros produtos pelo porto de Chancay, no Peru, segundo a agência estatal Andina. A ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, expressou o interesse em visita ao terminal portuário no começo desta semana, disse a agência citando informações do Ministro da Economia e Finanças peruano, José Arista. Segundo ele, Tebet afirmou que iria conversar diretamente com o presidente brasileiro sobre as possibilidades de exportação de produtos brasileiros por este porto.
Tebet lembrou que Chancay é o maior investimento chinês na América do Sul e ponderou que ele reduzirá em até 10 dias o tempo de viagem para Ásia, de acordo com nota do Ministério de Planejamento e Orçamento. “Exportações e importações vão ficar mais baratas, aumentando a competitividade dos nossos produtos e reduzindo os preços para a população”, disse a ministra.
O terminal está sendo construído pela empresa chinesa Cosco Shipping Ports, que detém uma participação de 60% no porto, enquanto a Volcan, do Peru, tem 40%, segundo informações do ministério brasileiro. Em nota, a pasta disse que o investimento é de cerca de US$ 3,6 bilhões (R$ 17,8 bilhões) e que a primeira fase do projeto deve ficar pronta no fim de 2024.
Fonte: T&F Agroeconômica