No RS a soja andou mais um pouco, com cerca de 320 mil toneladas negociadas. Estima-se que 71% da safra esteja vendida e fixada haja mais 2% vendida a fixar. Em números absolutos isto representa, de uma produção estimada pela Conab em 16,25 MT para esta safra, há ainda uma disponibilidade ainda por vender ao redor de 4,7 milhões de toneladas, a ser repartida entre indústrias e exportação até a próxima colheita, que começa em outubro. Os preços terminaram a semana em alta: R$ 86,00 sobre rodas no porto para 16/09; R$ 87,00 para 21/10; R$ 83,50 para maio 2020.
Em SC os preços ao produtor subiram cerca de 2,82% em Chapecó e Concórdia para R$ 73,00 e 2,43% em Mafra para R$ 73,75. No atacado, as altas foram de 2,12% em Campos Novos para R$ 82,00, 2,56% em Mafra para R$ 80,00 e 4,23% em Chapecó para R$ 81,30.
No PR houve bons negócios e bons volumes, estimados em aproximadamente 400 mil toneladas. Mas, a partir de quarta-feira, os vendedores ficaram mais na defensiva, especulando com o clima e atraso do plantio americano. As ideias de preço nesta sexta-feira giram ao redor de R$ 83,00 nos Campos Gerais, R$ 81,00 em Campo Mourão e R$ 81,00 no Oeste, com embarque em setembro e pagamento em outubro e R$ 87,00 no porto.
No MS foram comercializadas nesta semana cerca de 100.000 toneladas no mercado spot, das quais 80 mil tons FOB, a preços ao redor de R$ 71,30 em Campo Grande, R$ 74,00 Dourados, R$ 72,50 em São Gabriel d’Oeste e R$ 73,00 em Sidrolândia. Para a safra 2020 foram negociadas cerca de 150.000 tons ao redor de R$ 71,00. A Indústria comprou bastante, impulsionada pelo leilão de biocombustíveis.
No MT soja spot 2019 comercializou cerca de 200.000 toneladas, a preços entre R$ 70,00 e R$ 76,00, conforme a localização dos lotes. Para a safra 2020 foram comercializadas 100.000 toneladas a preços entre R4 67,00 e R$ 73,00.
Em GO foram comercializadas 120.800 toneladas de soja disponível nesta semana e 104.500 para a safra 2020. Os preços giraram ao redor de R$ 74,80 em Brasília, R$ 75,00 em Anápolis, R$ 74,00 em Cristalina, R$ 69,00 em Formosa e R$ 73,40 em Rio Verde.
Na BA os produtores tinham como objetivo R$ 73,00/saca e quando os preços chegaram neste nível na quarta-feira, foram negociadas cerca de 40.000 toneladas. Depois caiu para R$ 72,00 e o mercado ficou sem negócios. Para maio de 2020 os vendedores querem R$ 74,00/saca.
Continuamos afirmando que o clima é o fator que poderá mudar o mercado
Dos cinco principais fatores que estão influenciando os preços neste momento, dois se referem ao clima: a situação atual de clima quente e seco que, se continuar, reduziria a oferta americana e prognósticos de chuvas que, conforme a sua intensidade, poderia melhorar a oferta americana. Tudo indefinido, portanto.
Outros dois se referem à situação com a China. Os técnicos chineses, assim como a T&F, fizeram as contas e concluíram que a América do Sul, com seus mais de 90 milhões de toneladas exportáveis, poderia suprir, sozinha, a demanda chinesa de 2020, estimada pelo governo chinês em 83 MT e pelo Rabobank em 80 MT. Com isto, já foram adquiridas, nas últimas duas semanas mais de 4,0 milhões de toneladas nesta região, aumentando os prêmios ao redor de 20 cents/bushel, como mostramos acima.
Correndo por fora está o dólar no Brasil, cuja composição é 70% influenciada pelo exterior e 30% pelos fatores domésticos. Os fatores domésticos estiveram calmos, nesta semana, mas os do exterior se mostraram muito voláteis, elevando a cotação do dólar em 1,54% e permitindo bons fechamentos no Brasil.
Fatores de Altas
- Prognósticos de clima quente e seco;
- Para a América do Sul, aumento da demanda chinesa, depois da decisão do país de não comprar mais produtos americanos;
- Dólar no Brasil.
Fatores de Baixa
- Agravamento da negociação com a China;
- Prognósticos de chuvas.
Fonte: T&F Agroeconômica