ANÁLISE DA TENDÊNCIA DA SOJA
Com o feriado de Martin Luther King, nos EUA, a Bolsa de Chicago esteve fechada nesta segunda-feira. Então, utilizamos o espaço abaixo para apresentar as considerações dos analistas do Banco Itaú sobre o mercado.
SOJA/ITAÚ BBA: PREÇOS SOBEM COM ATENÇÕES VOLTADAS PARA CLIMA NA AMÉRICA DO SUL
OFERTA & DEMANDA APERTADA: O balanço global de oferta e demanda de soja seguirá apertado, o que limita espaço para quedas na Bolsa de Chicago, disse o Itaú BBA. Segundo o relatório mensal do banco sobre commodities, um dos principais motivos é a o clima na Bacia do Prata, “principalmente pela intensificação da seca na Argentina na última semana de novembro e no começo de dezembro, o que resultou em um atraso ainda maior do plantio que já é considerado um dos piores em mais de 20 anos”, justificou a nota. O Itaú BBA listou ainda como fatores de impulso para as cotações da oleaginosa a abertura econômica da China e a valorização do óleo de palma.
ESPAÇO LIMITADO PARA QUEDAS: “O balanço global de oferta e demanda seguirá apertado, o que limita espaço para quedas em Chicago”, afirmou o banco, considerando que, do lado altista, o clima da América do Sul deve continuar atraindo atenção, apesar da previsão de uma safra 2022/23 robusta. O relatório citou ainda a redução feita pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para as produções dos EUA e da Argentina. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento reduziu marginalmente a produção do País.
SOJA ARGENTINA MUITO RUIM: Os analistas também ressaltaram as condições preocupantes das lavouras argentinas. “De fato, o percentual da lavoura classificada como ruim ou muito ruim no dia 5 de janeiro estava em 38% frente a 13% no mesmo período do ano passado”, destacou o banco.
MENOR DEMANDA MUNDIAL: Do lado da demanda, o USDA diminuiu as estimativas de consumo global do grão para 379 milhões de toneladas, 0,4% abaixo do valor divulgado em dezembro. Segundo o banco, a redução se deve a variações negativas no consumo dos EUA, da Argentina e da China.
MESMO INTERNAMENTE O DÓLAR DITA TENDÊNCIA: No mercado doméstico, o Itaú BBA destacou que as cotações brasileiras apresentaram volatilidade ao longo do mês de acordo com movimentações do dólar. Já as exportações do Brasil somaram 2 milhões de toneladas em dezembro, apresentando uma redução de 25% quando comparadas com o mesmo mês em 2021. “No acumulado de 2022, também pode-se observar uma diminuição das exportações na ordem de 8%, com um total de 78,9 milhões de toneladas”, disse o banco. (Agência Estado).
ARGENTINA VENDEU SUA DISPONIBILIDADE E AGORA PRECISARÁ IMPORTAR SOJA: Em entrevista ao site Infocampo Gustavo Idígoras, presidente da Câmara das Indústrias Azeiteiras da República Argentina e do Centro de Exportação de Cereais (CIARA-CEC) disse que “o dólar da soja em dezembro provocou uma compra maior do que o esperado“. “Com isto, não haverá mais estoque comercial para comprar até a próxima safra em maio ou meados de abril”, disse ele. “Portanto, os atuais estoques de soja na maioria das fábricas são suficientes apenas até fevereiro“, disse o empresário e dirigente, porta-voz regular do setor. O que o CIARA-CEC fará? A ideia é buscar mais provisões no período de fevereiro a maio. “E é aí que entra a questão temporária, que historicamente é o Paraguai e boa parte do sul do Brasil, mais um pouco da Bolívia. Isso é o que está sendo visto agora”, disse. (Infocampo).
GIRO PELOS ESTADOS
Sem as referências de Chicago, a comercialização de soja ficou praticamente paralizada, em todo o território nacional, nesta segunda-feira,motivo pelo qual deixamos de apresentar nossos comentários habituais, que retornarão amanhã.
Fonte: T&F Agroeconômica