ANÁLISES DOS MERCADOS E ESTRATEGIAS PARA A COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA EM GRÃO:
O contrato de soja para agosto22 fechou em queda de 1,05% ou $ 18,0 cents/bushel a $ 1691,50. A cotação de maio23, que já está sendo negociada no Brasil, fechou em leve alta de 0,05%, ou $ 0,75 cents/bushel a $ 1455,50. O contrato de farelo de soja para setembro fechou em nova alta de 2,02% ou $ 9,2/ton curta a $ 465,7 e o contrato de óleo de soja para setembro fechou em alta de 0,43% ou $ 0,30 libra-peso a $ 69,60 ou $ 0,30 libra-peso a $ 69,60.
CAUSAS DA ALTA DA ÚLTIMA SEXTA FEIRA: Após um dia volátil devido aos dados baixistas do USDA, o mercado voltou a pesar o risco climático. Os mapas continuam a indicar pouca chuva para algumas regiões produtivas dos EUA Enquanto isso, o relatório mensal do USDA trouxe segurança, estimando produtividades, produção e estoques acima do esperado pelo mercado. Subprodutos firmes adicionaram apoio.
COMENTÁRIOS SOBRE O RELATÓRIO DO USDA:
- 1. SOJA
- 1.1. SAFRA 21/22 – EUA: Estoques finais menores (6,13 MT) do que o esperado pelo mercado (6,15 MT) e bem menores do que os da safra anterior 20/21 (6,99) – fator altista;
- 1.2. SAFRA 22/23 – EUA Produção de soja maior (123,3MT) do que a esperada (121,95 MT) e maior do que a safra anterior (120,7) – fator baixista;
- 1.3. Estoques finais safra 22/23:
- 1.3.1. EUA maiores (6,6 MT) do que o esperado (6,26 MT) e bem maiores do que a safra anterior (6,13 MT) – fator baixista;
- 1.3.2. MUNDO, estoques maiores (101,4 MT) do que o esperado (99,5 MT) e bem maiores do que os da safra anterior (89,73) – fator baixista. Como resultado, as cotações da soja fecharam o dia em queda de $18 cents/bushel em Chicago, para o primeiro mês.
WASDE BAIXISTA: O relatório de produção agrícola desta manhã do NASS registrou que a soja nos EUA rendeu 0,4 bpa (26,9 kg/hectare) a mais em relação ao número WASDE de julho, no topo das estimativas comerciais. Isso ajudou a produção a subir para 4.531 bbu (123,31 MT), um aumento de 26 mbu (707,59 mil t) em relação ao número oficial de julho. O ganho foi limitado por um corte de 300.000 acres no multiplicador (acres colhidos). Os novos estoques da safra aumentaram em 15 mbu (408,22 mil t) para 245 mbu (6,67 MT), em parte devido à maior produção em maior transferência de 21/22. Esses estoques de safra velha aumentaram 10 mbu (272,15 mil t), como esperado para 225 mbu (6,12 MT), através de um corte de 10 mbu (272,15 mil t) nas exportações.
USDA MANTEVE PRODUÇÃO DO BRASIL/ARGENTINA: O USDA deixou os números de produção do Brasil e da Argentina em 126 MT e 44 MT, respectivamente. O aumento para os EUA ajudou a elevar a estimativa de estoque final mundial em 1 MT para a safra velha (89,73 MT) e 1,8 MT para a nova safra em 101,41 MT.
FUNDOS AUMENTAM APOSTA NA ALTA: Os dados do Commitment of Traders mostraram que os Fundos adicionaram 2.038 contratos à sua posição líquida de compras em futuros e opções de soja, elevando essa posição para 101.509 contratos em 09/08.
CLIMA-PÉSSIMAS NOTÍCIAS: O cenário de uma nova fase “Niña” durante o plantio de grãos grossos está praticamente confirmado. A última previsão divulgada pelo Climate Prediction Center e pelo International Research Institute for Climate and Society (CPC/IRI) indica que a probabilidade de continuação de uma fase Niña para o último trimestre deste ano é de 79%, enquanto há um mês a mesmo foi de 66%. O fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENSO), que inclui a oscilação dos parâmetros meteorológicos do Oceano Pacífico equatorial, é uma variável chave que geralmente causa chuvas abaixo do normal em grande parte das regiões agrícolas da América do Sul. A má notícia é que a previsão oficial elaborada pelo CPC/IRI mantém uma alta probabilidade de um cenário Niña até janeiro de 2023, situação que só começaria a migrar para uma fase “Neutra” por volta de fevereiro ou março do próximo ano.
Ou seja: a prevalência de uma nova fase Niña – que ocorreria pela terceira safra consecutiva – já estaria praticamente confirmada no período de plantio de soja e milho 2022/23 na Argentina, Uruguai e sul do Brasil. O fato de estarmos no mês de agosto torna bastante improvável que o processo de resfriamento do Pacífico equatorial possa ser revertido nos próximos meses, que é justamente o que caracteriza o fenômeno chamado “Niña”. A persistência do “Niña” já está afetando muitos lotes de trigo presentes na Argentina, que não possuem reservas de umidade suficientes para desenvolver seu potencial. E se as chuvas não aparecerem em quantidade suficiente durante a primavera, o resultado final da safra não será dos melhores. Fonte: Valor Soja
GIRO PELOS ESTADOS:
RIO GRANDE DO SUL: Mercado passa por quedas de R$ 1/saca e vendedores se ausentam
Mercado operou de forma positiva por todo o período matutino, antes da saída do relatório WASDE, mas assim que o informativo saiu, rapidamente mudou para o lado negativo, com Chicago passando novamente por alguma volatilidade, alcançando novamente níveis positivos, mas perto do fechamento passou por nova oscilação e caiu cerca de 1,05% para soja grão. Isso, somado as consistentes perdas do dólar, foi o suficiente para manter o mercado abaixo dos níveis de ontem.
PREÇOS DE PEDRA: foi a R$ 175,00 após perda de R$ 1,00/saca.
PREÇOS NO PORTO: Rio Grande passa por um dia de perdas indo novamente ao valor de R$ 193,00 após pequena perda de R$ 1,00/saca.
PREÇOS NO INTERIOR: todas as posições marcaram o mesmo nível de perda, com as regiões decaindo em R$ 1,00/saca. Dada a definição: Ijuí e Passo fundo foram a R$ 187,00. Cruz Alta foi a R$ 188,00 e Santa Rosa foi a R$ 186,00.
SANTA CATARINA: Mercado parado, nada de negócios
Porto de São Francisco do Sul em Santa Catarina segue por mais um dia sem movimentos ao se manter a R$ 193,00. Isso mostra uma relação muito estática entre oferta e demanda e pouquíssima disposição a efetuar negócios, em especial no período da manhã deste dia, onde os agentes aguardavam o relatório WASDE. Após a saída do relatório o mercado seguiu sem apresentar muitos efeitos.
PARANÁ: Perdas R$ 3/saca, sem vendedores
O produtor paranaense segue extremamente defensivo e esse aspecto se reforça diante da iminência de novas informações conjunturais. No caso de hoje, todos aguardavam o relatório WASDE que, até sua saída, trazia a expectativa de melhora, mas acabou por impactar negativamente o mercado. Apesar das perdas de hoje, a demanda chinesa lentamente se revitaliza e a oferta norte americana parece incerta com as consistentes perdas de qualidade. Também contribuiu para a queda dos preços a forte baixa do dólar (-1,71%) no dia.
PREÇOS NO PORTO FUTUROS: marcaram perda total de R$ 3,00/saca. Os preços foram a R$ 187,00 para 05/09, R$ 188,00 para 05/10 e R$ 189,00 para 04/11.
PREÇOS NO INTERIOR: desvalorizações também gerais, com Cascavel e Maringá indo a R$ 168,00 após perda de R$ 1,00/saca e Pato Branco a R$ 167,00 após perda de igual magnitude. Ponta Grossa por sua vez caiu de forma muito mais expressiva, acompanhando o porto e foi a R$ 185,00 após perda de R$ 3,00/saca.
MATO GROSSO DO SUL: Dia ausente de movimentos ou negócios
Região de MS segue sem movimentações diante de uma grande apatia por parte do mercado. Agora o produtor seguiu à espera do relatório da USDA, com a atenção voltada à colheita do milho e quase nenhum interesse na soja. É difícil pensar que apenas 10.000 toneladas negociadas no começo da semana parariam o mercado dessa forma por mais de um dia, portanto o principal motivo deve ser de fato o relatório e a falta de interesse geral. após a divulgação, nenhum efeito imediato no mercado interno foi explicitado.
PREÇOS: Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia seguem respectivamente a R$ 180,00, R$ 180,00, R$ 179,00 e R$ 178,00. Chapadão do Sul, por sua vez, também não se movimentou e segue a R$ 175,00.
MATO GROSSO: Dia de alta geral ao redor entre R$ 4-6/saca
Mesmo com a forte queda de 1,71% do dólar, acentuada pela queda de 1,05% os preços subiram fortemente no estado
Vamos aos preços: Campo Verde a R$ 166,50 após alta de R$ 6,50/saca. Lucas do Rio Verde a R$ 159,60 após alta de R$ 4,45/saca. Nova Mutum a R$ 164,60, sem movimentos. Primavera do Leste a R$ 166,60. Rondonópolis, por sua vez a R$ 171,permaneceu inalterado., mesma situação para Sorriso, a R$ 161,20.
GOIÁS: Negociadas 57.000 toneladas na semana, comercialização atinge 72,8%
No estado de Goiás foram negociadas ao todo cerca de 57.000 toneladas de soja, das quais 50.700 toneladas foram da safra 21/22 e 6.300 toneladas da safa 22/23. Com isto a comercialização do estado atinge 72,8% para a safra 21/22 e 11,1% da safra 22/23.
MATOPIBA: Dia de poucos movimentos
Região de Balsas no Maranhão traz novas cotações com preço a R$ 170,00 após evolução de R$ 2,00/saca. O Porto Franco-MA, por outro lado, permaneceu a R$ 170,00. Porto Nacional-TO, por sua vez, permaneceu a R$ 152,40. Uruçuí-PI fechou o dia a R$ 163,00. E por fim, em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, preço ficou a R$ 170,00, com maio de 2023 indo a R$ 153,00, também sem movimentos.
Fonte: T&F Agroeconômica