Manchetes da Agência Estado de uma webinar feita nesta quinta-feira pela Conab e empresas particulares:
- Expectativa é de rentabilidade positiva na safra 2021/22 após boa rentabilidade em 2020/21;
- Expectativa é de aumento de 3,6% na área plantada em 2021/22 para 39,91 milhões de hectares;
- Produção pode chegar a 141,26 MT em 2021/22, aumento de 3,9% ante 2020/21;
- Brasil deve continuar a ser o maior produtor mundial em 2022;
- Produtividade pode alcançar 3,54 tons por hectare em 2021/22, alta de 0,29%;
- Previsão de esmagamento interno é de 51,47 MT em 2022 ante 46,5 MT em 2021;
- Previsão de exportação de soja é de 87,58 MT em 1022 ante 83,42 MT em 2021;
- Teremos chuvas abaixo do normal em 2022 e previsão de La Niña
RIO GRANDE DO SUL: Mercado de soja sente o peso da demora, Tradings oferecendo over-price
No Rio Grande do Sul o mercado está repleto de sentimentos pois se deparou com algo que tem sido dito nesses relatórios há meses. Se a soja não for vendida, a colheita americana será feita e os preços mais competitivos norte-americanos fecharão a janela de exportação brasileira.
Por conta disso, tradings estão pagando over-price (preços acima do valor), para fechar o mais rápido possível suas posições abertas e, com isso, demonstrando total indisposição para abrir novas posições, tudo em função da maior competitividade americana. Os preços para entrega setembro e recebimento abril/maio de 202 bateram R$183,50 CIF Porto. Os preços de pedra por sua vez sofreram também desvalorização de R$1,00/saca em relação ao dia anterior e foram cotados em R$157,00.
Já no mercado de lotes, no melhor momento, os preços podem ser checados na tabela acima. Notando que aqueles preços se referem aos melhores momentos e não a uma média, mesmo esses momentos se mostraram expressivamente piores do que os de ontem. Apenas volumes de manutenção foram vendidos, estima-se que por volta de 6.000 toneladas.
SANTA CATARINA: Pequenos volumes negociados a R$173,00
Agora com a ameaça da saída completa das tradings, o mercador catarinense parece ter diminuído suas expectativas. Isso possibilitou que hoje, com preços apenas R$0,50 mais altos do que os de ontem, alguns poucos volumes tenham sido negociados. Os relatos são imprecisos, no entanto, estima-se que sejam mais volumes de manutenção, por volta de 2.000 toneladas.
O produtor estará sendo mais cauteloso nesse momento, devendo aguardar por quaisquer altas para abrir mão de mais alguns volumes, ou até mesmo fazer isso a esses níveis.
PARANÁ: Mesmo com altas da CBOT e do dólar, os preços recuaram e vendedor se ausentou
Mercado se estabiliza e começa a ganhar força de novo no PR, mas, de fato, não há muito interesse a esses níveis. A comercialização segue muito avançada e, por conta disso, mesmo em um momento perigoso como esse os produtores não se animam. Mais de 90 % da produção do oeste do Estado já foi comercializada e, para o todo, a comercialização já deve estar se aproximando desses níveis.
Como bem se sabe, o produtor capitalizado não quer saber de preços a níveis passados, busca o máximo de valorização que as economias permitirem, portanto espera-se que aguardem mais um bom tempo antes de abrir mão dos últimos volumes, talvez ainda não tendo desistido das ideias de R$180,00 que podem vir em outubro.
MATO GROSSO DO SUL: Preços de lotes inalterados retraem vendedores
O mercado do Mato Grosso do Sul contou novamente apenas com manutenção em relação aos valores de ontem. Sabe-se que a presença das tradings e cerealistas é mais forte no MS e o mercado continua sendo sustentado por essas estruturas, diferente das demais regiões que estão abrindo foco para as esmagadoras.
O principal problema para que volumes sejam vendidos é de fato a oferta por parte do produtor que quer assegurar lucros máximos e tende a sumir do mercado nos menores indícios de negatividade, deixando mais um dia sem volumes vendidos. No entanto, é fácil perceber que a preocupação começa a aumentar um pouco: hoje o mercado permaneceu ainda sem respostas, mas é preciso continuar observando para compreender os próximos passos.
MINAS GERAIS: Mais um dia sem ofertas, porque os preços estão longe dos desejados
Os volumes restantes permanecem sendo os mesmos, nada foi feito. Os volumes segurados no Estado permanecem em cerca de 5% da produção total. O produtor que ainda guarda seus volumes, está pedindo R$170,00 pela saca de soja, mas com as quedas de hoje, as melhores ofertas recebidas ficam próximas de R$163,00, isso se de fato houve alguma oferta, visto que a ausência do produtor é absoluta.
As ofertas atuais são inferiores as ideias mínimas do produtor em ao menos R$7,00. Nenhum negócio de soja foi feito no Estado em mais uma quarta-feira, continuando a sexta semana segurando os volumes disponíveis, em breve serão dois meses sem vender soja.
Fonte: T&F Agroeconômica