Na última semana, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou as projeções de mercado até 2029, trazendo informações importantes para o mercado mundial da soja.
O novo relatório apontou que a área estimada para a safra 20/21 ficará em 33,99 milhões de ha no país norte-americano. Já a produção deve ficar em 114,28 mi de t, aumento de 9,80% em relação à safra 19/20. Apesar disso, a produção dos EUA da safra 20/21 ainda deve ficar atrás da produção brasileira da safra atual, que está estimada em 125 mi de t pelo próprio USDA.
É importante ressaltar que, independentemente da alta oferta de ambos os países, os players seguem incertos quanto à demanda mundial da soja, já que a China, principal consumidora, vem passando por dificuldades, tanto no combate ao surto do novo coronavírus quanto no controle da peste suína, que reduziu consideravelmente o rebanho de suínos no país.
Confira os principais destaques do boletim:
• A soja disponível em MT finalizou a última semana cotada a uma média de R$ 72,89/sc, alta de 1,81%. Além de o dólar ter registrado sua máxima, os bons níveis nos prêmios portuários também influenciaram.
• O real desvalorizado auxilia na maior competitividade do Brasil nas exportações de soja e acabou sendo um dos fatores que favoreceu a alta dos prêmios nos portos nesta última semana.
• O dólar corrente renovou suas máximas históricas na última semana e finalizou com média de R$ 4,33/US$, elevação de 1,41%, fundamentada nas incertezas do mercado em meio ao coronavírus e aos dados da economia brasileira.
• A colheita em MT já alcançou 58,22% da área total prevista para a safra 19/20, avanço de 13,72 p.p. Neste mesmo período no ano passado, este número já era de 68,76%.
Diferentes estratégias:
Com 39,52% dos insumos para a soja 20-21 já comercializados em MT, o produtor já fixou considerável fatia de seu custo de produção para a próxima safra. Porém, ainda restam muitos insumos para serem adquiridos pelo agricultor e as estratégias de negociação adiantada podem variar muito.
Assim, considerando que o preço da soja disponível está maior do que o valor das fixações para a safra 20-21, a venda da soja recém-colhida, aliada à compra à vista de insumos, pode ser benéfica ao sojicultor.
Ou seja, simulando um negócio em que o produtor consiga desconto de 2% na compra à vista ele pode economizar mais de 1 saca de soja/ha (aprox. US$ 22/ha – tabela ao lado) em comparação à opção de comprar este insumo a prazo com juros de 0,4% ao mês. Este tipo de cálculo, com adaptações para cada sojicultor, pode gerar diferenças significativas, principalmente para quem utiliza muito o ‘barter’, estratégia crescente no estado.
Fonte: Imea