Análise semanal da tendência de preços:
FATORES DE ALTA

a) Enchentes no Rio Grande do Sul: não se trata apenas da perda de boa parte da rodução do estado (entre 2- 4,0 MT), mas os problemas logísticos para entrega dos compromissos de exportação dos meses de maio, junho e julho, dos quais 720,61 mil toneladas já estavam programadas até o momento, segundo a agência Alphamar, volume que não cobre todos os compromissos para o período.

Não se tem ideia ainda, das perdas de soja que já havia sido colhida e que estavam nos silos inundados e não se sabe quanto volume poderá ser remanejado para outros portos. Estas incertezas todas afetam a oferta internacional e as cotações da CBOT;

b) Desempenho do óleo de soja, cujo quadro de oferta e demanda internacional está muito apertado, com a elevação da demanda na Ásia, especialmente China e Índia;

c) Cortes no Brasil e na Argentina: a safra de soja no Brasil em 2023/24 foi reduzida de 155 milhões para 154 milhões de toneladas, enquanto os analistas esperavam um corte maior, para 152,6 milhões de toneladas. A projeção para a Argentina foi mantida em 50 milhões de toneladas. Os analistas estimavam um corte de 500 mil toneladas;

d) No Brasil, o aumento de B10 para B12 está aumentando a demanda por soja-grão para a produção de biodiesel, que gera disputa entre indústrias e exportadores, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste, que tiveram redução de produção na última safra. Os preços domésticos aumentaram 3,73% no mês, 2,05% na semana, mas recuaram levemente 0,16% nesta sexta-feira, segundo o Cepea, mas estas altas não cobrem os custos de carregamento das posições, como mostramos na semana passada.

FATORES DE BAIXA

a) aumento da safra americana: o USDA estimou a safra 2024/25 de soja no país em 121,12 milhões de toneladas, em comparação a 113,36 milhões de toneladas da safra anterior, de 2023/24. Caso a previsão se confirme, a produção será a segunda maior já registrada, ficando atrás apenas dos 125,2 milhões de toneladas de 2021. Analistas consultados pelo Wall Street Journal esperavam um número menor, de 120,58 milhões de toneladas;

b) grande aumento dos estoques domésticos nos EUA: o USDA estimou as reservas de soja ao fim da temporada 2024/25 em 12,11 milhões de toneladas, enquanto os analistas esperavam 11,76 milhões de toneladas. Para 2023/24, a estimativa foi mantida em 9,25 milhões de toneladas. A média história fica ao redor de 5,6 MT.

c) a relação estoque/uso global está levemente menor, mas ainda muito elevada: era de 27,47% na safra 22/23, passou para 29,15% na safra 23/24 e está projetada para ser 28,73% na safra 24/25, ainda confortável.

FECHAMENTOS DO DIA 10/05

O contrato de soja para maio24, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 1,03%, ou $ 12,25 cents/bushel a $ 1205,00. A cotação de julho24, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,87 % ou $ 10,50 cents/bushel a $ 1219,00. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -0,27 % ou $ -1,0 ton curta a $ 371,9 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em alta de 4,22 % ou $ 1,80/libra-peso a $ 44,44.

ANÁLISE DA ALTA

A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em alta. Apesar das estimativas de produção e estoque nos Estados Unidos, que vieram acima da expectativa do mercado a oleaginosa se recuperou das três sessões negativas anteriores. Os ganhos foram sustentados pelo desempenho do óleo de soja, que subiu mais de 4%, e por preocupações com as enchentes no Rio Grande do Sul.

A aguardada safra recorde de soja 2023/24 no Rio Grande do Sul certamente será frustrada, disse a especialista em grãos do Rabobank. Os cortes na produção do Brasil no relatório de oferta e demanda do USDA ainda não levaram e consideração as possíveis perdas do estado.

Com isso a soja fechou o acumulado da semana em alta de 0,33% ou $4,00 cents/bushel. O farelo de soja acumulou leves perdas de -0,4% ou $ -0,09 ton curta. O óleo de soja somou ganhos de 3,16% ou $ 1,36 libra/peso no período.

Fonte: T&F Agroeconômica



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