A colheita de soja teve prosseguimento entre os dias 22 e 25/05, proporcionada pelo tempo seco e dias ensolarados. A operação foi interrompida a partir do dia 26/06 em função da ocorrência de chuvas, que se estenderam até 29/05. Esse fator e a existência de algumas lavouras ainda em maturação, semeadas ou ressemeadas tardiamente, após o período de estiagem, condicionaram a não finalização da colheita no período.
O índice colhido evoluiu de 95% para 97% da área implantada no Estado. Em algumas regiões, como Alto Uruguai, Planalto, Serra e Fronteira Oeste, os cultivos foram totalmente colhidos. Nas regiões Noroeste, onde houve maior replante tardio, e Sudeste, que costumeiramente utiliza cultivares de ciclo mais longo, a operação deverá ser finalizada nos próximos dias.
A produtividade estimada aponta rendimentos entre 1.400 e 1.500 kg/ha na média estadual, representando variação negativa de 55% da produtividade inicialmente projetada. De modo geral, a produtividade é menor em lavouras a Oeste, mas aumenta à medida que nos deslocamos para Leste do Estado, retratando os maiores efeitos da estiagem no Oeste.
Na região administrativa da Emater/RS Ascar de Bagé, sojicultores aproveitaram o tempo seco no início do período para realizar a colheita em turnos prolongados, inclusive com contratação de colheitadeiras de outras propriedades que já concluíram a operação. Atrasos também foram registrados devido à frequência de problemas mecânicos nas máquinas, que interrompem os trabalhos mesmo em dias com clima adequado.
As áreas mais sujeitas a perdas pelo excesso de umidade são aquelas onde já ocorreram chuvas volumosas após a fase de maturação de colheita, sobretudo nas áreas de várzeas onde ainda se observa lâmina d’água sobre o solo. Muitos produtores da região da Campanha, que estão habituados a reservar parte dos grãos colhidos para ser utilizados como sementes para a próxima safra, podem ter problemas devido à perda da qualidade fisiológica e sanitária decorrente das chuvas registradas. Com o avanço da colheita, ficou evidente a grande diferença de produtividade nas lavouras da região da Campanha em comparação com as lavouras da região Fronteira Oeste.
São frequentes as médias superiores a 2.400 kg/ha em lavouras expressivas nos municípios de Hulha Negra, Aceguá, Candiota e Bagé, ao passo que na Fronteira Oeste, as médias oscilam entre 600 e 900 kg/ha; porém o desempenho é um pouco melhor nas lavouras implantadas entre o final de dezembro e durante o mês de janeiro em São Gabriel, que alcançaram até 1.800 kg/ha. Na regional de Ijuí, a colheita foi realizada até 25/05, e já se aproxima da finalização da safra. As lavouras apresentam elevação da produtividade à medida que o final da colheita se aproxima, reflexo do período de semeadura no final de janeiro e do baixo impacto sofrido com a estiagem. O produto colhido apresentou sinais de perda de qualidade, mas não a ponto de comprometer os parâmetros de aceitação no mercado.
Na de Pelotas, a colheita avançou lentamente na metade inicial do período, onde o tempo permaneceu seco; contudo, o excesso de umidade nos solos ainda prejudica o andamento. Adicionalmente os sojicultores enfrentam um aumento nos valores dos fretes contratados devido às condições muito ruins de trafegabilidade nas estradas. As lavouras ainda não colhidas estão no estádio de maturação, e não há indicativo de perdas em decorrência do período chuvoso. Na de Santa Rosa, o retorno das chuvas na metade do período impediu a finalização da colheita das áreas de replantio em safrinha.
A produtividade dessas lavouras é considerada adequada, variando de 1.300 a 1.800 kg/ha, já que as lavouras anteriores renderam, em média, apenas 525 kg/ha. O destino dos grãos colhidos, no momento, pode ser o uso como sementes para a próxima safra. Na de Santa Maria, a colheita está praticamente encerrada; falta menos de 1% a ser colhido. Na de Soledade, restam 4% a serem colhidos, mas um grande número de municípios se encaminha para a finalização. Já em outros, a continuidade das chuvas impossibilitou a conclusão da colheita; nestes, as lavouras iniciaram a apresentar indicativos de perda de qualidade dos grãos, além da abertura e da debulha natural de vagens.
A sequência de dias de tempo seco até o dia 25/05 foi favorável para o andamento da colheita, que pode ser considerada tecnicamente encerrada nas regionais de Caxias do Sul, Passo Fundo e Erechim. Contudo, nesta última, algumas lavouras semeadas em safrinha foram perdidas pela impossibilidade de acesso de máquinas e pelo excesso de chuvas.
Comercialização (saca de 60 quilos)
De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, houve redução de -2,63% em relação à semana anterior, passando de R$ 184,72 para R$ 179,87. O produto disponível em Cruz Alta foi cotado a R$ 189,00 representando decréscimo de -1,56%.
Fonte: Emater-RS