A implantação das lavouras de soja evolui de maneira desigual no Estado em razão principalmente do prolongamento do ciclo das culturas de inverno e da irregularidade das chuvas, que causa variabilidade da umidade do solo.
A área semeada alcança 14% do previsto, mas os maiores avanços ocorreram em locais de precipitações mais regulares, que propiciaram boas condições para a germinação e emergência. Nessas áreas, as lavouras apresentam estandes uniformes e vigor adequado. Já onde a umidade está deficiente, verificam-se dificuldades no estabelecimento das plantas, além de falhas e desuniformidade na emergência, o que poderá repercutir em redução de potencial produtivo. A disponibilidade hídrica irregular tem também limitado o preparo de solo e a aplicação de herbicidas, especialmente os sistêmicos, devido ao estresse das plantas daninhas, que não absorvem corretamente o produto aplicado.
Em síntese, a semeadura ocorre em ritmo moderado, e os produtores esperam precipitações generalizadas que permitam a intensificação dos trabalhos de campo e o avanço do plantio até meados de dezembro, período usual de encerramento dessa fase da cultura. No entanto, observa-se redução no investimento em insumos — especialmente fertilizantes — em função do custo elevado e da limitação de crédito, o que poderá impactar as produtividades médias esperadas.
Para a Safra 2025/2026, no Rio Grande do Sul, a projeção da Emater/RS-Ascar indica o cultivo de 6.742.236 hectares e produtividade média de 3.180 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a semeadura segue de forma irregular, influenciada diretamente pela distribuição das chuvas. Na Fronteira Oeste, os volumes acumulados no período permitiram o início do plantio, que chega a cerca de 25% dos 23 mil hectares estimados em Itaqui. Em áreas da Campanha, a umidade do solo está escassa, levando produtores a realizar semeaduras em condições subótimas, que resultarão em lavouras com baixa população e desuniformidade. Em Hulha Negra, o preparo de solo está praticamente paralisado há quatro semanas devido à ausência de precipitações expressivas e ao solo composto por argilas expansivas. A continuidade e a normalização das atividades dependem da regularização das chuvas com volumes superiores a 40 mm. Em Caçapava do Sul, acumulados de aproximadamente 20 mm possibilitaram o avanço pontual do plantio, que alcançou 3.500 hectares de 40 mil estimados.
Na de Caxias do Sul, as primeiras áreas implantadas apresentam germinação satisfatória. O excesso de umidade, decorrente das chuvas frequentes, limita as operações, que deverão se estender até meados de dezembro, concomitantemente à finalização da colheita do trigo.
Na de Erechim, o plantio atinge 20% da área estimada. Observa-se a recorrente utilização de sementes próprias e a redução na adubação — em torno de 200 kg/ha — devido ao alto custo dos insumos e a restrições de crédito, o que poderá afetar a produtividade inicialmente projetada.
Na de Frederico Westphalen, o atraso na colheita das culturas de inverno retardou o início do plantio de soja, que chegou a apenas 10% da área prevista. A retomada das atividades está condicionada à melhora da umidade do solo, que ainda está insuficiente em diversos municípios.
Na de Ijuí, a semeadura apresenta ritmo inferior ao da safra anterior, abrangendo menos de 15% da área estimada. Em Ibirubá, o plantio atinge 25% devido à elevada capacidade operacional e ao tamanho menor das propriedades; já em Cruz Alta não ultrapassa 10%. Cerca de 80% das lavouras estão em fase de embebição e germinação, e 20% em emergência. As plantas emergidas mostram vigor e formação adequada dos primeiros trifólios e estrutura morfológica compatível com o estágio inicial de desenvolvimento.
Na de Passo Fundo, cerca de 15% estão em fase de germinação, em condições ambientais favoráveis à emergência. O avanço do plantio depende da manutenção da umidade e da disponibilização de áreas após a colheita de cereais.
Na de Pelotas, após a paralisação da semeadura por quatro semanas causada pela baixa umidade, as precipitações do período — com acumulados médios de até 20 mm e máximos de 43 mm em Arroio do Padre — restabeleceram a umidade no solo, permitindo o plantio, que alcança 12%.
Na de Santa Maria, as chuvas ocorridas na última semana permitiram a retomada do plantio, que supera 15% da área prevista. As lavouras emergidas apresentam população de plantas e estabelecimento inicial adequados.
Na de Santa Rosa, a umidade do solo tem possibilitado germinação uniforme e desenvolvimento inicial vigoroso nas áreas implantadas, que atingem 9% do total estimado. O escalonamento do plantio é estratégia adotada por grande parte dos produtores para reduzir riscos de estiagem.
Na de Soledade, as chuvas do período elevaram significativamente a umidade do solo, viabilizando a retomada intensa da semeadura, que atinge 22% do previsto. As precipitações também favoreceram a germinação e a emergência das áreas implantadas antes dos eventos pluviométricos. No Baixo Vale do Rio Pardo, onde a limitação hídrica em outubro foi mais severa, o percentual de área semeada está inferior ao observado no Alto da Serra do Botucaraí e no Centro Serra. Em algumas propriedades, a demora na retirada de rebanhos de áreas arrendadas contribuiu adicionalmente para o atraso das operações. Prossegue a dessecação de áreas destinadas a semeaduras tardias, previstas para o final de novembro.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,65%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 125,22 para R$ 126,03.
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Fonte: Emater RS





