A semeadura foi ampliada e alcançou 94% da área projetada. Restam algumas áreas mais extensas na Metade Sul, onde as condições de umidade do solo — seja por déficit hídrico ou excesso de precipitações — têm limitado o progresso do plantio em determinados períodos e nas áreas em sucessão a milho e tabaco, especialmente em minifúndios.

De maneira geral, as lavouras apresentam germinação, população de plantas e desenvolvimento vegetativo satisfatórios, e o porte tem variado conforme a época de plantio. Quanto ao desenvolvimento das plantas, ocorre emissão de trifólios bem formados e folhas completamente expandidas e melhor desenvolvidas em comparação às semanas anteriores. As lavouras semeadas no final de outubro e início de novembro apresentam fechamento completo das entrelinhas, e a área foliar já cobre a superfície do solo. Entre as fases fisiológicas, 98% estão em desenvolvimento vegetativo e 2% estão em floração.

As primeiras lavouras implantadas estão recebendo aplicação de fungicidas em caráter preventivo. O foco tem sido a ferrugem-asiática, utilizando produtos de maior valor agregado e potencial de proteção. Complementarmente nas áreas semeadas em novembro, está sendo realizada a aplicação inicial com fungicidas de menor custo, visando à proteção do baixeiro contra manchas foliares, oídio e antracnose, em conjunto com a capina química.

A área de cultivo projetada pela Emater/RS-Ascar está estimada em 6.811.344 hectares, e a produtividade média em 3.179 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, o plantio aproxima-se da conclusão. Cerca de 95% foram implantados, restando as áreas com maior umidade e aquelas destinadas ao cultivo após a colheita do milho. Apesar das chuvas irregulares e dos baixos volumes nas duas primeiras semanas de dezembro, no extremo noroeste da região, o plantio avançou, apresentando bom estande das lavouras. Contudo, há relatos de replantio em algumas áreas semeadas em novembro, afetadas inicialmente pela falta de umidade após o plantio e, posteriormente, por chuvas intensas, que causaram o tombamento das plantas devido ao calor ou à ação de fungos de solo. A leste da região, algumas lavouras apresentam infestação de percevejo, mas sem necessidade de controle imediato em função do baixo impacto do inseto à fase vegetativa da cultura. Entretanto, com a entrada para aplicação de herbicidas, é prática comum dos produtores realizar a pulverização antecipada de inseticidas para controle de lagartas e percevejos.

Na região da Campanha, as lavouras demonstram bom potencial produtivo. As condições ambientais foram adequadas para o manejo em pós-emergência de plantas daninhas. Nas áreas tratadas com herbicidas pré-emergentes, os resultados têm sido excelentes, beneficiados pelas chuvas regulares, que mantêm as lavouras isentas de ervas por mais tempo e facilitam o controle com aplicações pós-emergentes.

Em Dom Pedrito, 94% da área prevista de 160 mil hectares foi plantada. Em razão das precipitações irregulares e de baixo volume em algumas localidades, ou da sua escassez em certas áreas, os produtores estão esperando para concluir a semeadura. Contudo, a umidade do solo está suficiente para atender às necessidades das lavouras estabelecidas. Em Hulha Negra, o plantio avançou sem restrições até 12/12, e os produtores puderam acessar as áreas recém-colhidas de trigo, aveia e coentro. Em algumas áreas, há infestação por plantas daninhas de difícil controle e problemas de estande devido à baixa qualidade das sementes utilizadas. Também foram relatadasfalhas em material certificado, que apresentou baixo vigor em comparação às sementes próprias colhidas antes das chuvas de maio.

Na de Caxias do Sul, a semeadura foi concluída. As lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, com estande adequado e desenvolvimento uniforme. As áreas semeadas precocemente iniciaram o fechamento das entrelinhas, e os produtores dão início às pulverizações com fungicidas para proteger as folhas do baixeiro contra doenças iniciais.

Na de Erechim, 90% das lavouras estão no estágio vegetativo e 10% em floração. As lavouras se desenvolvem adequadamente, mantendo a projeção inicial de produtividade.

Na de Frederico Westphalen, 97% foram semeados. As condições ambientais permanecem favoráveis, e o estande das plantas está adequado.

Na de Ijuí, a cultura apresenta bom desenvolvimento, favorecida pelas condições climáticas. A semeadura da cultura aproxima-se da conclusão, totalizando 98% da área semeada. Resta realizar o plantio em áreas de resteva, após a colheita de milho. Há pequena incidência de lagarta, mas sem necessidade de controle devido ao baixo nível de dano econômico. Os produtores seguem efetuando os tratos culturais, especialmente o controle de plantas daninhas e a aplicação de fungicidas preventivos, visando à manutenção do potencial produtivo.

Na de Pelotas, 83% foram implantados. As chuvas intensas em 14/12 interromperam temporariamente os trabalhos de campo. Estão 99% das lavouras em desenvolvimento vegetativo, e 1% iniciou a fase de florescimento. De modo geral, as chuvas têm mantido a umidade do solo em níveis elevados, favorecendo o bom desenvolvimento das plantas e o estande das lavouras. No entanto, em São Lourenço do Sul, houve problemas de germinação e emergência, resultando em falhas no estande e necessidade de replantio. Os sojicultores relatam que os fornecedores atribuem o problema aos produtos utilizados para tratamento das sementes.

Na de Santa Maria, o plantio ultrapassou 90% da área projetada. As lavouras semeadas no início do período recomendado iniciaram a floração.

Na de Santa Rosa, a semeadura alcançou 91% da área projetada. Aproximadamente 1% entrou na fase de floração, concentrada nas primeiras áreas implantadas com variedades precoces. As lavouras semeadas inicialmente apresentam redução no porte das plantas por causa da baixa disponibilidade hídrica durante o início do desenvolvimento. Já nas áreas implantadas após a retomada das chuvas, os produtores estão realizando o controle de plantas daninhas, combinado a princípios ativos específicos para monocotiledôneas como forma de reduzir a população de capim-amargoso (Digitaria insularis). As condições de estiagem no mês anterior favoreceram o aumento de populações de tripes nas lavouras estabelecidas inicialmente, tornando necessário o controle da praga.

Na de Soledade, a semeadura chega a 98%, restando áreas em sucessão a tabaco e milho para silagem, que estão sendo colhidas e liberadas para o plantio. O quadro geral da cultura é de normalidade. As plantas apresentam crescimento e desenvolvimento adequados, sem restrições significativas de umidade do solo, exceto em alguns pontos de Encruzilhada do Sul e Pantano Grande. Porém, mesmo nessas localidades, o déficit hídrico foi amenizado pelo retorno de chuvas expressivas no final da semana. A presença de ferrugem-asiática, detectada por coletores de esporos, tem demandado tratamentos preventivos, e muitos produtores estão seguindo o calendário de aplicação inicial (zero), especialmente nas lavouras mais adiantadas, onde já ocorre o fechamento das entrelinhas.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 1,56%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 129,41 para R$ 127,39.

Confira o Informativo Conjuntural n° 1846 completo, clicando aqui!

Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1846

Site: EMATER/RS

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