As cotações do milho, em Chicago, voltaram a subir um pouco nesta semana, com o bushel do cereal, para o primeiro mês, fechando a quinta-feira (06) em US$ 6,75, contra US$ 6,69 uma semana antes. Já a média de setembro fechou em US$ 6,81/bushel, com aumento de 7,8% sobre agosto. Lembrando que a média de setembro de 2021 foi de US$ 5,18/bushel.

O relatório trimestral de estoques, nos EUA, indicou um aumento de 12% em 1º de setembro, sobre a posição de setembro de 2021, totalizando 34,6 milhões de toneladas. A produção final de 2021/22 acabou sendo levemente reduzida.

Quanto a colheita da nova safra nos EUA, a mesma atingia a 20% da área no dia 1º de outubro, contra 22% na média histórica. Do que falta colher, 75% das lavouras de milho estão em fase de maturação.

Por sua vez, a Comissão Europeia cortou sua projeção de safra de milho na União Europeia, trazendo a mesma para 55,5 milhões de toneladas. Com isso, vai se confirmando a tendência de os europeus terem a menor safra de milho dos últimos 15 anos. Foi a terceira redução, provocada pela seca que atingiu as plantações da União Europeia. Já para 2022/23 espera-se uma importação de milho ao redor de 21 milhões de toneladas naquela região, enquanto as exportações recuariam para 3,5 milhões. Já o uso de milho na ração animal recuou 4,2 milhões de toneladas, para ficar em 60,5 milhões de toneladas.

E aqui no Brasil, os preços do cereal se mantiveram estáveis, com a média gaúcha, no balcão, fechando a semana em R$ 84,02/saco, enquanto nas demais praças nacionais o produto permaneceu entre R$ 65,00 e R$ 85,00/saco. Por sua vez, no início do pregão do dia 06 de outubro, a B3 apresentava os seguintes valores: novembro/22 em R$ 86,21/saco; janeiro/23 em R$ 91,30; março/23 em R$ 94,01; e maio/23 em R$ 92,65/saco.

Enquanto isso, o plantio da nova safra de verão, no Brasil, atingia praticamente 37% da área até o dia 30/09, ficando dentro da média histórica. Por Estado produtor, o plantio de milho atingia a 66,8 % da área prevista de 1,204 milhão de hectares no Rio Grande do Sul; 50,2% da área estimada de 719.000 hectares em Santa Catarina; 60,3% da área prevista de 591.000 hectares no Paraná; 5,7% da área de 322.000 hectares em São Paulo; e 0,8% da área de 946.000 hectares em Minas Gerais. Em Mato Grosso do Sul, Goiás/Distrito Federal e Mato Grosso o plantio ainda não iniciou. (Safras & Mercado)

Nas exportações, o Brasil vendeu 6,78 milhões de toneladas de milho em setembro. O volume ficou 137,9% superior ao exportado em setembro de 2021. Esta boa exportação está sustentando os preços nos atuais níveis, mesmo com o país tendo colhido uma safrinha recorde. O Brasil ainda teria 40% da safrinha em mãos dos produtores, esperando para ser negociada, algo que equivale entre 35 e 38 milhões de toneladas. Já o preço da tonelada exportada subiu 51,3% em um ano, chegando a US$ 283,60. (cf. Secex)

Pelo lado das importações, o país comprou no exterior um total de 401.088 toneladas de milho em setembro. Em todo o mês o país recebeu 1,5% a menos de milho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Os preços médios de importação caíram 10,6% no ano, ficando atualmente em US$ 217,30.

Em termos estaduais, segundo o Imea, o Mato Grosso deverá semear 7,27 milhões de hectares de milho em 2022/23, ou seja, um aumento de 1,8% sobre o ano anterior. Com isso, em clima normal, o Mato Grosso deverá colher 45,5 milhões de toneladas de milho, com incremento de 3,9%. Espera-se uma produtividade média de 104,3 sacos/hectare.

No Mato Grosso do Sul, diante da revisão para cima na produção final de milho safrinha, o volume estimado está agora em 11,47 milhões de toneladas, com produtividade média de 96 sacos/hectare. Em relação à safra anterior, os novos dados representam incremento de 101% na produtividade e 75% na produção. Até o momento, foram comercializados 50,2% da safra do grão, ao preço disponível de R$ 72,24. (cf. Famasul)

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



 

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