A China divulgou na semana passada o Índice dos Gerentes de Compras (PMI). Segundo o relatorio, o PMI chegou a 51,2, um indicador acima do que o mercado esperava, de 50,5. Desse modo, com um índice um pouco acima de 50,0 nesta projeção, as indústrias chinesas apontam uma retomada lenta nas suas atividades.
Esse avanço no indicador só foi possível devido ao afrouxamento das medidas impostas no combate ao Covid-19 no país asiático. No entanto, as exportações de produtos chineses (vestuário) continuam a recuar em 2020, principalmente para os países que são grandes consumidores, onde boa parte deles não conseguiram reabrir totalmente suas atividades econômicas devido à pandemia.
Diante desse cenário, mesmo com uma retomada gradual nas atividades das indústrias têxteis nos próximos meses, não significa uma garantia de que a demanda irá retornar forte, visto que o setor vestuário não demonstrou uma recuperação econômica.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• O preço Imea-MT finalizou a semana a um preço médio de R$ 83,65/@, obtendo um leve aumento de 0,31% em comparação à semana passada.
• Devido aos novos temores da segunda onda de Covid-19, a moeda norte-americana avançou 1,55% ao comparar com a última semana, fechando a R$ 5,39/U$D.
• Em comparação à última semana, os subprodutos mato-grossenses obtiveram avanços semanais de 0,37%, 0,28% e 0,43%, finalizando a um preço médio de R$ 629,78/t, R$ 650,46/t e R$ 2592,56/t, para caroço, torta e óleo de algodão, respectivamente.
• Na semana passada, a colheita do algodão mato-grossense avançou 1,91 p.p. em relação à semana anterior, alcançando 2,24% da área total estimada. Os trabalhos nas lavouras iniciaram na maioria das regiões do estado, com exceção da noroeste, que possui somente áreas de segunda safra.
Recuo:
O USDA divulgou as áreas semeadas com o algodão americano para a safra 20/21, trazendo uma redução nos principais estados produtores da fibra. Assim, foram semeados 4,93 milhões de ha, uma redução de 11,08% em relação ao relatório passado (março) e 11,29% em relação à safra 19/20.
Tal diminuição está atrelada ao recuo da demanda internacional, aliado ao aumento da oferta, o que refletiu na queda dos preços da pluma nos EUA, desmotivan-do cotonicultores a semear nesse ciclo.
No principal produtor do país também não foi diferente, o Texas reduziu 9,55% em relação ao relatório de março, reflexos dos problemas que o estado vem enfrentando, como: ventos extremamente fortes por longo período e alto índice de seca em alguns municípios.
Por fim, é importante destacar que a demora na recuperação da demanda afetará, além dos EUA, outros países, como o Brasil, que já sinaliza uma redução de área para a safra 20/21, caso o cenário persistir até o fim da aquisição dos insumos.
Fonte: Imea