FECHAMENTOS DO DIA: Feriado nos EUA – Dia do Trabalho – Bolsas fechadas

ARGENTINA-GOVERNO ADOTA O “SOY DOLLAR”: O Governo argentino adotou uma taxa diferenciada específica para as conversões dos dólares oriundos das exportações de soja para estimular vendas e aliviar escassez de dólares. O governo argentino anunciou ontem que produtores poderão comercializar soja com uma taxa de câmbio especial de 200 pesos por dólar (o dólar oficial estaria ao redor de $ 144,05 pesos e o dólar paralelo o blue estaria ao redor de $ 268 pesos).

A medida, que ficará em vigor até 30 de setembro, tem como objetivo estimular a venda de soja por parte de produtores e aliviar a escassez de dólares na Argentina. Com a alta inflação e uma taxa de câmbio que não incentiva as vendas, agricultores argentinos vêm segurando o produto.

“Queremos trazer transparência e certeza, gerando um esforço conjunto que permitirá aos produtores obter um melhor preço por sua produção”, disse o ministro da Economia, Sergio Massa, em publicação no Twitter. “Firmamos um compromisso de liquidação com as principais empresas agroexportadoras que prevê US$ 5 bilhões para este mês, dos quais US$ 1 bilhão nas primeiras 72 horas.”

MAS, PREOCUPA OUTROS SETORES DO AGRO: Para o presidente do Centro de Empresas Processadoras Avícolas da Argentina, Roberto Domenech, isso resultará em aumento do preço de pellets de soja, que são um componente importante da ração de aves. Segundo ele, isso será repassado de alguma forma aos preços de frango.

Além disso, produtores costumam manter estoques de determinados produtos para preservar seu capital, diante da inflação e da volatilidade do câmbio. Agora, com o estímulo à venda de soja, é possível que comecem a segurar cereais, disse Domenech. A medida também pode elevar os custos de confinadores e criadores de suínos.

FERTILIZANTES/RABOBANK-COM ESTOQUE DE PASSAGEM E VOLUME IMPORTADO, BRASIL ESTÁ EM SITUAÇÃO CONFORTÁVEL: O analista setorial de Insumos do Rabobank, Bruno Fonseca, disse que o cenário de abastecimento de fertilizantes no Brasil está mais tranquilo passados seis meses do início do conflito Rússia-Ucrânia. Em podcast, ele lembrou a incerteza após a eclosão da guerra por causa de sanções impostas à Rússia, de países que tentaram comprar fertilizantes e não conseguiram e de empresas que tiraram listas de produtos do mercado pois não tinham certeza de que conseguiriam importar. “Hoje, seis meses depois, a gente vive uma situação muito mais tranquila para o mercado de fertilizantes de forma geral no mundo, mas principalmente no Brasil”, disse Fonseca.

O analista citou as importações de fertilizantes, de 23,5 milhões de toneladas de janeiro a julho, quase 17% acima de igual período do ano anterior, e assinalou que em 2021 a compra do produto no exterior já havia sido recorde. Além disso, segundo Fonseca, o estoque de passagem de 2021 para 2022 foi mais alto do que em anos anteriores. “Quando somamos estoque de passagem e volume importado, a gente vê que o Brasil está em uma situação confortável.”

GIRO PELOS ESTADOS

Sem Chicago, os mercados de soja no Brasil ficaram totalmente parados. Mas, por quê?

Um feriado em Chicago – comemoração do Dia do Trabalho, que cai no dia 01, mas, como foi domingo, é celebrado hoje – fecha todas as Bolsas do país. E o que isto tem a ver com o Brasil? A relação com os preços domésticos da soja no Brasil é a seguinte: como cerca de 60,43% de uma safra cheia, como a de 20/21 foi para a exportação (foram 61,38% na última safra, mesmo com a quebra) o mercado de soja brasileiro é altamente dependente dos preços do exterior, cuja equação é: cotação de Chicago + prêmio x cotação do dólar.

Como um dos componentes do preço esteve ausente hoje, todo o mercado ficou absolutamente parado, porque tudo pode mudar a partir de amanhã, quando os mercados futuros de soja, farelo e óleo voltarem a funcionar. Mas, existe uma segunda correlação direta: as Tradings não tomam absolutamente nenhuma posição no mercado físico (compras diretas de agricultores que depositam nos seus armazéns, ou de lotes de cooperativas e cerealistas), sem fazerem a devida cobertura (operação inversa) na Bolsa de Chicago.

Assim, se Chicago está fechado, não podem tomar nenhuma posição no mercado físico de compra (na origem) ou venda (nos destinos). Percebe-se, então, que os preços apresentados pelos compradores de soja (e farelo e óleo para exportação) não nascem da cabeça dos gerentes das Tradings, mas, de uma sequência de cotações que começa na Bolsa de Chicago, passa pelos prêmios pagos pelos exportadores/importadores e pela cotação do dólar do dia.

Essa correlação existe também nas exportações de milho e de trigo. Por isso, ambas estiveram, também, ausentes nesta segunda-feira. Aliás, o mercado de trigo brasileiro se ressente justamente da falta de cobertura nos mercados futuros de Chicago, nesta temporada.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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