FECHAMENTOS DO DIA 23/03: O contrato de soja para maio23 fechou em baixa de -2,00% ou $ -29,00 cents/bushel a $ 1419,50. A cotação de novembro23, a principal data negociada nos EUA, fechou em baixa de -1,14%, ou $ -14,50 cents/bushel a $ 1258,00. A cotação de maio24 fechou em baixa de -0,76% ou $ -9,75 cents/bushel a $ 1267,50. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -2,97% ou $ -13,3 ton curta $ 438,3 e o contrato de óleo de soja para maio fechou, em baixa de -4,52% ou $ -2,47/libra-peso a $ 52,17.
CAUSAS DA BAIXA: Todo o complexo da soja fechou novamente em forte queda. Para o complexo é o terceiro dia de queda, para o grão é o 13º dia de perdas. O principal fator é a falta de interesse da China pelo grão americano. Dado claro apresentado no último relatório do USDA sobre as vendas semanais. O que a China comprou de soja na semana entre 10 e 16/03, equivale à média das últimas compras diárias de milho americano. A estimativa da safra no Brasil entre 153 e 155 MMT abre espaço para uma exportação de até 90 MMT, o que supriria a demanda chinesa e até uma possível demanda argentina para as indústrias de farelo, dado a quebra da safra nosso país vizinho. Com os olhos chineses voltados para a grande safra brasileira, a soja americana continua pressionada.
NOTÍCIAS IMPORTANTES DO DIA 23/03
BRASIL-ÓLEO DE SOJA – O aumento da mistura deve limitar as exportações de óleo de soja pelo Brasil: O Brasil provavelmente terá de reduzir o nível de exportação de óleo de soja em relação às expectativas iniciais para atender à demanda total de biodiesel prevista para o ano com a adoção do mandato B12 (com 12% de mistura do biocombustível ao óleo diesel). A afirmação é do Itaú BBA, que revisou suas previsões para o País considerando a definição de um aumento gradual da mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel. O banco prevê que o País precisará de cerca de 5,1 milhões de toneladas de óleo de soja em 2023, com a mudança no mandato, o que é 800 mil toneladas acima do que seria necessário para a mistura anterior de 10%. “O crescimento da mistura obrigatória de biodiesel, mesmo que em 2%, tende a deixar o balanço interno de oferta e demanda de óleo de soja apertado”, afirmou o banco.
BRASIL-BIODIESEL: A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) prepara uma proposta legislativa de plano de 10 anos para a produção e expansão do biodiesel no País, disse hoje o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), ao tomar posse no cargo de presidente da entidade. A cerimônia ocorreu no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília. O governo federal decidiu na sexta-feira (17) restabelecer um cronograma para elevar gradualmente a mistura do biodiesel ao óleo diesel no País. O mandato passa de 10% para 12% a partir de 1º de abril deste ano e será elevado para 13% em igual mês de 2024, 14% em 2025 e 15% em 2026. Segundo o presidente da FPBio a decisão assegura previsibilidade e segurança jurídica ao setor. “Com o Plano Decenal vamos aprimorar ainda mais as bases para a expansão sustentável do biodiesel no Brasil”, disse o deputado federal durante o evento.
ARGENTINA: CHUVAS MELHORAM CONDIÇÃO HÍDRICA NAS ÁREAS DE SOJA: A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou nesta quinta-feira, em relatório semanal, que 2% da safra de soja da Argentina apresentava condição boa ou excelente na última semana, sem variação ante a semana anterior. A parcela em condição normal passou de 23% para 25%, enquanto o porcentual em condição regular ou ruim diminuiu de 75% para 73%. Segundo a bolsa, chuvas nas últimas semanas melhoraram a condição hídrica nas áreas semeadas, mas não afetaram os rendimentos. A bolsa informou também que teve início a colheita de soja primeira safra no centro da área agrícola. Os rendimentos até agora estão abaixo das mínimas históricas e das expectativas iniciais. Caso essa tendência persista, a estimativa atual de produção, de 25 milhões de toneladas, poderá ser reduzida, disse a bolsa.
USDA APONTA ABAIXO VOLUME DE VENDAS PARA A SOJA: em seu relatório semanal de exportações, para a semana de 10 a 16 de março, o USDA apontou vendas de soja 2022/2023 de 152,5 mil toneladas, abaixo das 665 mil toneladas do relatório anterior e da faixa prevista pelas operadoras. A estimativa estava entre 400.000 a 900.000 toneladas. Das 137,7 mil toneladas compradas pela China, 126 mil toneladas corresponderam a operações originalmente nomeadas como destinos desconhecidos. Além disso, a agência levantou vendas 2023/2024 de 199 mil toneladas.
GIRO PELOS ESTADOS
RIO GRANDE DO SUL: Dia de quedas expressivas de até R$ 3,00/saca
CONTEXTO DO DIA: as perdas seguiram no dia de hoje, mais notadamente em Chicago. Embora prêmios também caíram. Reporte de vendas de soja do Brasil para os EUA, ajudaram a empurrar o mercado mais para trás ainda. No mercado gaúcho, mesmo com ajustes, as fábricas foram mais competitivas. NO PORTO: a indicação de preço para pagamento em maio é de R$ 158,00 sobre rodas no melhor momento. Isso representa baixa expressiva de R$ 4,00/saca. NO INTERIOR: nas cidades de Cruz Alta e Ijuí os preços foram respectivamente de R$ 152,00 marcando baixa de R$3,00/saca e R$ 152,00, marcando baixa de R$ 3,00/saca. Em Santa Rosa, assim como em São Luiz os preços marcaram queda de R$ 4,00/saca e foram a R$ 152,00. Em Passo Fundo, por fim, o preço caiu R$ 5,00/saca, indo a R$ 151,00.
EMATER-RS: A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade está estimada em 2.175 kg/ha, representando um decréscimo de 30,52% na estimativa inicial. A colheita teve prosseguimento e alcançou 4% da área cultivada. No entanto, a maior parte da cultura encontra-se em enchimento de grãos – 52% – e em maturação – 30%. As lavouras colhidas ainda apresentam resultados entre 300 e 3.000 kg/ha, mantendo a grande amplitude da safra.
SANTA CATARINA: Preços seguem em queda, nada de negócios
CONTEXTO DO DIA: preços seguem marcando quedas expressivas diante da queda dos prêmios e crescimento da oferta causada pela super safra em algumas regiões. Diante da decadência dos valores praticados, produtor fecha suas portas e não demonstra vontade de efetuar negócios com fábricas ou tradings. PREÇOS DE HOJE: No porto de São Francisco do Sul, o preço ficou a R$ 154,00 para abril com entrega ainda em março, marcando queda de R$ 6,00/saca.
PARANÁ: Preços seguem em queda, mas negócios vão saindo por necessidade
CONTEXTO DO DIA: com novas quedas de preços ocorrendo por todo o Brasil, em especial em virtude das quedas de Chicago, produtores seguem segurando negócios na medida do possível, mas isso não significa que não há negócios ocorrendo, pelo contrário, volumes tem saído todos os dias, mas com o máximo controle dado a capitalização. NO PORTO: cif Paranaguá a R$ 154,00 com pagamento em 30/04 e entrega em abril marcando queda expressiva de R$ 6,00/saca.
NO INTERIOR: o mercado de soja spot registrou baixa de R$ 6,00/saca em Ponta Grossa, o que levou seu preço a R$ 149,00. Nas demais posições de Cascavel, Maringá e Pato Branco, quedas de R$ 4,00/saca. Os preços foram respectivamente de R$ 139,00, R$ 139,00 e R$ 138,00. NO BALCÃO: Os preços em Ponta Grossa ficaram em R$ 147,00, marcando queda de R$ 7,00/saca. AS COTAÇÕES INTERNACIONAIS: o complexo de soja marcou algumas baixas expressivas, com o grão de soja passando por baixa de -2,00%, o farelo em baixa de -2,97% e o óleo em baixa de -4,52%. Já o dólar se recupera bem em 1,01%, sendo cotado a R$ 5,29000 ao fim do pregão.
MATO GROSSO DO SUL: Dia de baixas expressivas de até 5,00/saca
CONTEXTO DO DIA: mercado segue lento e sem muitos negócios sendo efetuados. O produtor regula fortemente a oferta de soja nesse momento, não satisfeitos com os preços que continuam caindo, hora em virtude de Chicago, hora dos prêmios. PREÇOS DE HOJE: a maior parte das posições se desvalorizaram em R$ 4,00/saca, com exceção de Chapadão que caiu em R$ 5,00/saca – em Dourados, o preço foi cotado a R$ 138,00, em Maracaju a R$ 137,00, em Sidrolândia a R$ 136,00, em Campo Grande a R$ 138,00 e em Chapadão do Sul a R$ 134,00.
MATO GROSSO: Dia de predominância de baixas, negócios seguem lentos
CONTEXTO DO DIA: semana continua sem nenhuma mudança, preços continuam em queda e negócios mantidos por baixo do radar, com produtor tentando controlar o escoamento e larga insatisfação com os preços. O mercado começa a gerar preocupações tanto nos produtores quanto nos trabalhadores de escritório da região, que reclamam das condições. PREÇOS PRATICADOS: as variações do dia foram bastante dispersas, com Campo Verde caindo em R$ 1,20/saca levando o preço a R$ 140,30. Lucas do Rio Verde a R$ 136,44 após queda de R$ 0,85/saca. Nova Mutum a R$ 137,16 após queda de R$ 0,84/saca. Primavera a R$ 141,36 após alta de R$ 1,36/saca. Rondonópolis a R$ 144,00, queda de R$ 1,00/saca. Sorriso, por fim a R$ 136,50 após queda de R$ 0,89/saca
MATOPIBA: Queda única de R$ 1,00/saca, mercado travado
CONTEXTO DO DIA: o avanço da safra segue em ritmo normal. A maior parte das regiões do complexo de MATOPIBA lidam com boas condições e esperam boa produtividade, mas assim como as demais posições, passam a sentir as quedas de preços incentivadas hora por Chicago e hora pelos prêmios. PREÇOS PRATICADOS: apenas Pedro Afonso marcou queda de R$ 1,00/saca, demais posições seguem paradas – Em Balsas, Maranhão, as cotações fecharam em R$ 138,00 No Porto Franco-MA o preço foi a R$ 144,00. Em Pedro Afonso, que agora é a referência nas cotações, o preço ficou a R$ 137,00. Uruçuí-PI encerrou o dia a R$ 158,00. Em Luiz Ricardo Magalhães, na Bahia, por fim, fechou a R$ 139,00.
Fonte: T&F Agroeconômica