As cotações do milho, em Chicago, recuaram um pouco durante a semana, fechando o dia 14/09 (quinta-feira) em US$ 4,62/bushel, contra US$ 4,70 uma semana antes. O relatório do USDA, divulgado no dia 12/09, também foi baixista para o milho, embora o mercado considere que o mesmo esteja muito otimista. Ele indicou, para 2023/24, uma produção de milho, nos EUA, em 384,4 milhões de toneladas, volume um pouco superior ao indicado em agosto. Já os estoques finais estadunidenses igualmente subiram um pouco, ficando em 56,4 milhões de toneladas.

Quanto a produção mundial do cereal, a mesma foi elevada para 1,214 bilhão de toneladas e os estoques finais mundiais para 314 milhões de toneladas. A produção brasileira permaneceu projetada em 129 milhões de toneladas e a da Argentina em 54 milhões. O Brasil deverá exportar 55 milhões de toneladas e a Argentina 40,5 milhões neste próximo ano comercial  2023/24. Com isso, o preço médio do bushel de milho, para o produtor estadunidense, permaneceu projetado em US$ 4,90, contra US$ 6,55 estimado para 2022/23.

Por outro lado, na semana encerrada em 10/09, a qualidade das lavouras de milho nos EUA recuou igualmente, com as boas e excelentes ficando em 52%, enquanto outros 30% estavam regulares e 18% entre ruins a muito ruins. Até aquela data a colheita do cereal, nos EUA, chegava a 5% da área plantada, contra 4% na média.

Em paralelo, na semana encerrada em 7 de setembro, os EUA embarcaram 623.862 toneladas de milho, ficando dentro das expectativas do mercado.

Já na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita de milho no vizinho país encerrou com um total de 34 milhões de toneladas, contra uma expectativa inicial de 54 milhões. A produtividade média final ficou em 84,3 sacos por hectare, o que é uma redução de 40,3 sacos sobre a média histórica dos últimos cinco anos. A Argentina colheu, ao todo, 6,72 milhões de hectares do cereal.

Enquanto isso, a produção de milho na Ucrânia, para 2023, está prevista em 32,8 milhões de toneladas, contra 29,1 milhões previstas em junho. O volume indicado fica 3% abaixo da média histórica local e 22% abaixo da safra de 2021, último ano antes da guerra com a Rússia.

E no Brasil, o preço do milho, após ensaiar uma pequena recuperação, voltou a ceder.

A média gaúcha fechou a semana em R$ 52,95/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços oscilaram entre R$ 35,00 e R$ 54,00/saco. Em tal contexto, a comercialização da última safra de verão, no Centro-Sul nacional, chegou a 72,4% da produção total, contra 83,4% na média histórica. Já a comercialização da safrinha 2023 atingiu a 51,7% do volume esperado, contra 68,6% na média histórica. (cf. Datagro)

A colheita geral da safrinha atingia a 93% da área no dia 7 de setembro, enquanto o plantio da nova safra de verão 2023/24 chegava a 17% no Centro-Sul brasileiro, segundo a AgRural. O excesso de chuvas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina vem atrasando o plantio.

No Mato Grosso especificamente, a comercialização da safrinha 2022/23 atingiu a 65,3% no final da semana passada. O preço médio do milho do Mato Grosso fechou agosto na casa dos R$ 36,07/saco, com uma alta de 4,86% em relação ao registrado em julho/23. Já as vendas de milho, relativas a safra 2023/24, atingiam a 7,9% do total previsto, na mesma época. Lembrando que a média histórica é de 35,5% para este período do ano. Tamanho atraso se deve ao baixo preço praticado atualmente e a incerteza quanto a uma possível melhoria nos mesmos quando da nova colheita. Afinal, os preços atuais não estão cobrindo o custo operacional das lavouras do cereal no Mato Grosso. (cf. Imea)

Por sua vez, no Paraná a colheita da safrinha atingiu a 89% da área no final da semana passada, sendo que as lavouras restantes apresentavam classificação de 78% em boas condições, 21% estavam médias e 1% ruins. Quanto ao plantio da nova safra de verão, o mesmo chegava a 42% da área esperada. (cf. Deral)

E no Mato Grosso do Sul, a colheita da safrinha chegava a 75,6% da área no dia 08/09, contra 96,1% na média histórica. O período entre os dias 07 e 09 de setembro foi marcado por muita chuva naquele Estado, atrasando ainda mais a colheita. Mesmo assim, a estimativa é de que o Estado colha 11,2 milhões de toneladas de milho safrinha, sendo este 12,3% menor do que o volume colhido no ano anterior. Já o preço do milho no Estado, nos primeiros 11 dias de setembro, subiu um pouco, passando a R$ 38,94/saco, na média. Até esta data, 43,6% da safra estimada estava comercializada no Mato Grosso do Sul. (cf. Famasul)

Enfim, nos primeiros cinco dias úteis de setembro o Brasil exportou 1,96 milhão de toneladas de milho. No momento, a demanda pelo milho brasileiro está forte no exterior. (cf. Secex) A estimativa é de que o país exporte 10,7 milhões de toneladas somente em setembro, batendo o recorde histórico e superando em mais de 3 milhões de toneladas o que foi exportado no mesmo mês de 2022. (cf. Anec) Se isso vier a  ocorrer, o Brasil poderá sim alcançar uma venda total de milho, em 2023, superior a 50 milhões de toneladas

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

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