Os valores internos do algodão em pluma registraram pequenos reajustes positivos ao longo de maio, acumulando avanço de 0,7% no mês e se caracterizando pelo quarto aumento mensal consecutivo. Os preços operam dentro de um estreito intervalo verificado desde meados de abril/25, entre R$ 4,30/libra-peso e R$ 4,40/lp.
No dia 30 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, fechou a R$ 4,4176/lp. As elevações foram influenciadas pela posição firme de vendedores diante da oferta atual restrita, devido à entressafra no País. Além disso, muitos se mostram capitalizados.
Compradores, por sua vez, seguiram adquirindo de forma pontual, atentos ao desempenho das vendas do varejo. Parte das empresas indicou ter dificuldades na aprovação de lotes e/ou no acordo quanto aos preços, contexto que limitou as negociações. Enquanto outra parcela das indústrias já busca por novas aquisições da matéria-prima, envolvendo a pluma das próximas safras (2024/25 e 2025/26).
A média de maio do Indicador foi de R$ 4,3950/lp, a maior desde março/23 (R$ 4,8618/lp) e, em termos reais, a mais elevada desde março/24 (R$ 4,5881/lp) – os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de abril/25. Ainda considerando os dados ajustados pela inflação, a média mensal superou em 2,75% a de abril/25 e em 6,31% a de maio/24 (R$ 4,1340/lp). A média de maio também ficou 14% acima da paridade de exportação, a maior vantagem desde fevereiro/23 – quando chegou a 16,2% superior à paridade.
Em dólar, a média mensal do Indicador à vista foi de US$ 0,7726/lp, 15,8% acima do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York (ICE Futures), de US$ 0,6671/lp, mas apenas 1% abaixo da do Índice Cotlook A, de US$ 0,7805/lp.
MERCADO INTERNACIONAL – Cálculos do Cepea apontam que a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) recuou 0,51% entre 30 de abril e 30 de maio, passando para R$ 3,8121/lp (US$ 0,6709/lp) no porto de Santos (SP) e R$ 3,8227/lp (US$ 0,6728/lp) no de Paranaguá (PR) no dia 30. O Índice Cotlook A registrou retração de 0,64%, para US$ 0,7725/lp no dia 30, enquanto o dólar se valorizou 0,14% frente ao Real, a R$ 5,682.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), de 30 de abril a 30 de maio, o contrato Jul/25 se desvalorizou 1,45%, a US$ 0,6613/lp no dia 30; o contrato Out/25 recuou 0,87%, a US$ 0,6809/lp, e o Dez/25 teve baixa de apenas 0,06%, a US$ 0,6869/lp. Já o vencimento Março/26 avançou 0,29%, indo para US$ 0,7011/lp.
OFERTA E DEMANDA MUNDIAL 2025/2026 – Dados divulgados no dia 1º de junho pelo Icac (Comitê Consultivo Internacional do Algodão) estimam área de algodão no mundo em 31,49 milhões de hectares na safra 2025/26, com produtividade de 827 kg/ha. Assim, a produção mundial deve somar 26,031 milhões de toneladas, apenas 0,11% menor que a da temporada anterior.
O consumo mundial de algodão, por sua vez, pode chegar em 25,693 milhões de toneladas, com elevação de 0,56% sobre o da safra 2024/25, mas 1,3% abaixo da oferta. Já a exportação mundial teve aumento 1,89% frente à temporada anterior, devendo somar 9,657 milhões de toneladas na 2025/26. Nesse cenário, o Icac projeta estoque de 17,785 milhões de toneladas, 1,69% superior ao da temporada 2024/25.
Quanto ao preço da temporada 2025/26, o Comitê aponta que pode ser de US$ 0,59/lp a US$ 0,95/lp, com média do Índice Cotlook A de US$ 0,73/lp, podendo ficar 10% inferior à estimada para a safra 2024/25, de US$ 0,81/lp.
CAROÇO DE ALGODÃO – Por mais um mês, os preços do caroço de algodão estiveram em alta no spot nacional. Os valores foram impulsionados pela baixa disponibilidade do produto e pela posição firme dos vendedores que ainda detêm algum estoque. Para a safra 2024/25, colaboradores do Cepea também apontam que os preços estão elevados, mas compradores ofertam valores inferiores para novas aquisições e/ou aguardam a entrada do produto no mercado para voltar a comercializar.
Levantamento do Cepea mostra que a média do caroço no mercado spot em maio/25 foi de R$ 1.717,46/tonelada em Campo Novo do Parecis (MT), altas de 18,7% em relação ao mês anterior e de expressivos 159,8% sobre maio/24 (R$ 661,11/t), em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de abril/25.
Em Lucas do Rio Verde (MT), o avanço foi de 10,7% na comparação mensal e de significativos 222,6% na anual, a R$ 1.702,74/t em maio/25. Em Primavera do Leste (MT), a média foi de R$ 1.723,97/t, respectivos aumentos de 12,3% e de 129%.
Confira a análise conjuntural do algodão de maio/2025 completa, clicando aqui!
Fonte: Cepea