A cotação interna do algodão em pluma caiu ao longo de agosto, encerrando o período operando em torno dos R$ 3,90/lp – trata-se do terceiro mês consecutivo de baixa. O enfraquecimento dos preços no Brasil veio das desvalorizações internacionais, da entrada – ainda tímida – da temporada 2024/25 no mercado doméstico, da necessidade de parte dos vendedores em “fazer caixa” e da pressão exercida por compradores, que ofertam valores ainda menores.

Com o atraso da safra, a maior parte dos lotes vem sendo destinada ao cumprimento de contratos a termo, o que limitou a disponibilidade, sobretudo da fibra de melhor qualidade. Apesar do avanço da colheita, o beneficiamento e a classificação estão em fase inicial, mantendo o mercado lento.

Entre 31 de julho e 29 de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 5,49%, fechando a R$ 3,9068/lp no dia 29. Ainda assim, a cotação doméstica esteve, em média, 6,8% acima da paridade de exportação no mês – a menor vantagem desde fevereiro/25, quando a diferença foi de 5,7%.

Em agosto, o Indicador teve média de R$ 3,9737/lp, 3,49% inferior à de julho/25, 3,44% abaixo da de agosto/24 e a menor desde novembro/24 (R$ 3,9225/lp), em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de julho/25). Em dólar, a média mensal do Indicador à vista foi de US$ 0,7274/lp, 10,6% acima do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York (ICE Futures), de US$ 0,6578/lp, mas 7,4% abaixo do Índice Cotlook A (pluma posta no Extremo Oriente), de US$ 0,7297/lp.

MERCADO INTERNACIONAL – Cálculos do Cepea mostram que a paridade de exportação FAS (Free Alongside Ship) caiu 3,3% entre 31 de julho e 29 de agosto, para R$ 3,6782/lp (US$ 0,6786/lp) no porto de Santos (SP) e R$ 3,6887/lp (US$ 0,6805/lp) em Paranaguá (PR). O movimento refletiu a desvalorização de 3,23% do dólar frente ao Real, fechando agosto a R$ 5,42. O Índice Cotlook A encerrou o mês em US$ 0,7820/lp.

Na Bolsa de Nova York, entre 31 de julho e 29 de agosto, o contrato Out/25 caiu 0,61%, a US$ 0,6521/lp; o Dez/25 recuou 1,06%, a US$ 0,6654/lp; o Mar/26, 0,23%, a US$ 0,6844/lp. Já o vencimento Maio/26 subiu 0,07%, a US$ 0,6979/lp.

 

ICAC – O Icac (Comitê Consultivo Internacional do Algodão) estima a áreamundial em 30,8 milhões de hectares em 2025/26, queda de 0,76% frenteà safra anterior. A produtividade, porém, deve crescer 1,4%, para 829,18kg/ha, resultando em produção de 25,55 milhões de toneladas (+0,63% nacomparação anual). O consumo global pode chegar a 25,519 milhões detoneladas, quase em equilíbrio com a oferta. As exportações mundiaisdevem somar 9,628 milhões de toneladas (+3,2%), enquanto os estoquespodem atingir 16,598 milhões de toneladas, 2,92% abaixo do estimadoem agosto, mas ainda 0,15% acima de 2024/25.

No Brasil, a produção deve aumentar 7,19%, para o recorde de 3,92milhões de toneladas em 2025/26, sustentada pela maior área cultivada.O consumo interno é estimado em 752 mil toneladas (+0,27% ante a safraanterior), o maior desde 2014/15 (801 mil toneladas). As exportaçõespodem atingir 3,045 milhões de toneladas (+7,41%), também recorde.Com isso, os estoques finais devem chegar a 1,097 milhão de toneladas(+12,85%).

CAROÇO DE ALGODÃO – Os preços do caroço caíram em agosto, mas seguiram acima dos registrados há um ano. O mercado esteve mais ofertado, sobretudo na última semana do mês, à medida que a colheita e o beneficiamento da safra 2024/25 avançavam. Muitos vendedores liberaram mais lotes, enquanto compradores priorizaram contratos atermo, pressionando os valores para novas negociações.

Em agosto, a média do caroço no spot foi de R$ 758,90/t em Lucas do RioVerde (MT), queda de 17,6% em relação a julho/25, mas 46,4% superior àde agosto/24 (R$ 532,73/t), em termos reais – deflacionados pelo IGP-DIde julho/25.

Em Primavera do Leste (MT), a média foi de R$ 885,95/t (-22,9% mensal;+32,2% anual). Em Campo Novo do Parecis (MT), o recuo foi de 28,1%frente a julho/25, mas houve alta de 41,2% em relação a agosto/24, a R$851,74/t. Em Barreiras (BA), média foi de R$ 1.147,95/t (-4,8% mensal;+34,9% anual). Em São Paulo (SP), houve queda de 10,7% no mês, masavanço de 24,2% no ano, a R$ 1.349,80/t.

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS AGOSTO/2025

Site: CEPEA

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