As lavouras de soja no Estado encontram-se nas seguintes fases: 1% em desenvolvimento vegetativo, 7% em floração, 48% em enchimento de grãos, 36% maduro, e 8% das lavouras foram colhidas. O novo levantamento de produtividade até 09 de março aponta para uma redução média de -32,3% na produtividade das lavouras do Rio Grande do Sul, ficando em 2.245 quilos por hectare. A produção, por consequência, reduziu até o levantamento -32,2% do que era estimado inicialmente, baixando para 13,3 milhões de toneladas.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, 34% das lavouras estão em enchimento de grãos, 60% na fase de maturação e 6% já foram colhidas. O potencial produtivo tem reduzido devido à estiagem, que provoca maturação irregular das lavouras; em uma mesma área há plantas secas, plantas verdes, com retenção de folhas e plantas sem vagens. Com a umidade do ar muito baixa e devido à elevação das temperaturas durante a tarde, as vagens em estádio mais avançado de maturação estão se abrindo naturalmente (deiscência das vagens), somente sob a ação do clima, conferindo aumento das perdas.

Nas áreas mais afetadas, há aumento de solicitação de Proagro. Nas lavouras já colhidas, é baixa a qualidade das sementes, com grande quantidade de impurezas misturadas aos grãos. Já nas lavouras com irrigação, a produtividade está próxima a cinco mil quilos por hectare. Nos municípios mais ao Norte da região, onde as precipitações foram mais regulares e em maior volume, os produtores continuam a programação de controle de pragas e doenças, embora a pressão de doenças para esta safra seja considerada pequena.

Nos locais mais impactados pela estiagem, os produtores estão suspendendo a aplicação de fungicidas; seguem monitorando a incidência de ácaros e tripes e controlando quando necessário.

Na região de Santa Rosa, 3% da cultura está em desenvolvimento vegetativo, 4% em floração, 66% em enchimento de grãos, 24% em maturação e 3% foram colhidos. Com mais uma semana sem chuvas, associada à temperatura em elevação e baixa umidade do ar, o aspecto da cultura e a expectativa de produtividade apresentaram forte retrocesso, pois estão afetadas principalmente as culturas nas fases de maturação e formação de grãos, agravando a situação de perdas. Muitas lavouras apresentam maturação forçada e precoce.

Em áreas com solos rasos e pedregosos, assim como em lavouras com solos compactados, os sintomas de estresse hídrico têm se caracterizado por plantas com folhas murchas e viradas na maior parte das lavouras, além da má formação de vagens. Tal condição é preocupante, tendo em vista principalmente o forte calor e estiagem para lavouras que no momento estão em enchimento de grãos e maturação, e naquelas em que inicia a senescência de final de ciclo (amarelecimento); além disso, o estresse hídrico prejudica também a finalização das vagens do terço superior das plantas.



As lavouras implantadas na costa do rio Uruguai são as que apresentam o menor percentual de perdas; nos municípios localizados mais a Leste, os percentuais de perdas são maiores. A presença de pragas é pequena, mas registra-se a recorrência de percevejos. Boa parte das lavouras está recebendo a última aplicação de fungicida para controle de ferrugem, que não foi registrada nos monitoramentos realizados.

As doenças observadas estão fortemente relacionadas ao final do ciclo, sendo recorrente o
cancro da haste nas lavouras. Na de Santa Maria, as lavouras de soja estão predominantemente na fase de enchimento de grãos (56%), e a colheita já alcança 5% da área plantada. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a cultura é plantada mais cedo na Fronteira Oeste; 93% das lavouras estão em estádio reprodutivo (floração e enchimento de grão), 6% em maturação e em 1% inicia a colheita. Nos municípios ao Sul e
no centro da regional, em 100% das lavouras a fase é reprodutiva (floração e enchimento de grãos). As condições de falta de chuva têm causado queda de flores, redução do número de vagens e do peso de grãos. Produtores acionam seguros das lavouras e Proagro, sobretudo nos municípios de Manuel Viana, Maçambará e Hulha Negra.

Na de Soledade, 4% das lavouras se encontram em floração, 80% em enchimento de grãos, 15% em maturação e inicia a colheita em 1% da área cultivada. Diante do quadro atual de altas temperaturas, intensa insolação e sem precipitações, a cultura submetida ao estresse hídrico tem apresentado queda de vagens, falhas de grãos nas vagens e tendência de menor tamanho do grão, o que reflete em redução de rendimento. Em geral, o estado fitossanitário se mantém bom, com baixa incidência de doenças devido ao clima seco desfavorável às mesmas. Com relação a pragas, registrou-se de forma pontual a incidência
de lagartas, percevejos, tripes e ácaros.

Na de Frederico Westphalen, 1% das lavouras ainda estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 7% em floração, 40% em enchimento de grãos, 37% em maturação e 15% já estão colhidas. O rendimento médio obtido até o período é de 3.140 quilos por hectare. As perdas que ocorrem na região são maiores nas lavouras implantadas em solos rasos. Essas condições têm dificultado a realização dos tratos culturais de controle de doenças fúngicas e de pragas

Na de Erechim, 50% da cultura encontra-se em enchimento de grãos, 40% em maturação e 10% das lavouras já foram colhidas. O aspecto geral é muito bom. A produtividade alcançada é de 2.850 quilos por hectare.

Na região da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a área dos Coredes Serra, Campos de Cima da Serra e Hortênsias está sofrendo o terceiro período de estiagem durante essa safra: o primeiro, de novembro a janeiro, o segundo durante 25 dias em fevereiro e o terceiro perdura sem registro de chuva desde 26 de fevereiro até agora. A falta de umidade
no momento está afetando a finalização do enchimento de grãos, reduzindo o tamanho e o peso dos grãos. Permanecem baixos os níveis populacionais de pragas nas áreas onde os produtores utilizam as técnicas de monitoramento, dispensando a aplicação de produtos para controle até o momento.

A colheita já iniciou, com rendimento variando entre 1.500 e três mil quilos por hectare, conforme a localização das lavouras. Na de Porto Alegre, 4% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 16% em floração, 60% em enchimento de grãos, 19% em maturação e 1% foi colhido. A maior parte das áreas está em floração e enchimento de grãos, fases durante as quais a restrição de água é um fator crítico para o pleno desenvolvimento do potencial das plantas; assim, as perdas são inevitáveis. A região Carbonífera é onde se apresentam perdas mais significativas.

A colheita iniciada na semana em Arroio dos Ratos apresentou perda de produtividade, fechando entre 15 e 18 sacas por hectare. Em geral, as lavouras estão sadias, sem presença de doenças. Há ataque de lagartas, exigindo cuidados por parte dos produtores.

Na de Pelotas, as lavouras estão predominantemente em enchimento de grãos (66%) e em floração (21%), fases críticas para o consumo de água pelas plantas. A situação de estresse hídrico que as lavouras acumulam até aqui tem determinado a ampliação das perdas na regional devido à redução no potencial produtivo. A sucessão de dias secos, associada à radiação solar intensa e à baixa umidade relativa do ar, agrava ainda mais as perdas na cultura. Mesmo que os cultivares semeados sejam de ciclo indeterminado, com florações, formação de vagens e enchimento de grãos num período bem mais alongado, as perdas de produtividades estão se intensificando a cada dia em razão da falta de chuva.

A colheita que iniciou na região já evidencia esse quadro. Em São Lourenço do Sul e Pelotas, com 2% da área colhida, as produtividades estimadas atualmente variam entre 1.400 e 1.500 quilos por hectare, em oposição aos 1.500 e 1.920 hectares previstos anteriormente para cada município.



Na de Passo Fundo, 51% das lavouras estão em enchimento de grãos, 39% em maturação e 10% foram colhidas. Os produtores seguem realizando tratamentos fitossanitários para prevenção de doenças. Em geral, a ocorrência de insetos-praga é limitada. Mas a falta das precipitações dos últimos meses, associada às altas temperaturas, tem prejudicado o desenvolvimento da cultura, o que trará redução no rendimento.

Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar para a soja comercializada no Estado, a cotação média foi de R$ 83,35/sc., com aumento de 4,19% em relação à da semana anterior.

Na região de Santa Rosa, a soja foi comercializada a R$ 80,31; em Caxias do Sul, a R$ 82,75 e na região de Ijuí, ao preço médio de R$ 81,72; em Santa Maria, é de R$ 82,26 e na de Porto Alegre, de R$ 86,60. Na região de Bagé, o preço oscilou entre R$ 75,00 e R$ 88,00; em Erechim, é de R$ 84,00 e na de Soledade, R$ 81,50; na região de Frederico Westphalen, a variação foi entre R$ 81,00 e R$ 82,00; na de Pelotas, entre R$ 84,50 e R$ 92,00/sc.

Fonte: Emater/RS

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