Na última quinta-feira (24/06) a Bolsa de Cereales da Argentina divulgou o seu panorama agrícola semanal. Conforme o relatório, a colheita da oleaginosa no país vizinho chegou ao fim na quarta-feira da semana passada (23/06) com um avanço semanal de apenas 0,6 p.p., demonstrando a lentidão dos trabalhos nas lavouras causada pelo excesso de umidade nas últimas semanas.
Com isso, o ciclo 20/21 foi finalizado com uma produção acumulada de 43,5 milhões de toneladas. Além disso, segundo divulgado pelo órgão do governo argentino, o rendimento médio das lavouras ficou estimado em 44,5 sc/ha, valor 9,79% inferior ao registrado na safra 19/20, em que a média foi de 49,33 sc/ha.
O cenário de problemas climáticos na safra argentina além de impactar na produtividade final das lavouras também trouxe problemas logísticos com a diminuição no nível do Rio Paraná, principal rota de saída dos embarques.
Confira agora os principais destaques do boletim:
MT em queda: o preço disponível para saca de 60kg de soja em MT apresentou queda de 5,52% na última semana, pautado na desvalorização do dólar e menor demanda.
Queda em Chicago: a pressão de 3,05% nas cotações para a soja em Chicago na última semana foi movida pelas preocupações sobre as políticas de biocombustíveis nos EUA.
Maior margem: a margem bruta de esmagamento de soja apontou alta de 29,57% na última semana, influenciada pela nova desvalorização do grão no mercado interno.
Assim como a Argentina, os Estados Unidos vêm enfrentando problemas climáticos nas principais regiões produtoras da safra 21/22 de soja.
Com o plantio da safra estadunidense chegando à reta final, a atenção dos players no mercado fica voltada aos modelos climáticos. Após um período de seca no início dos trabalhos a campo, que contribuiu com uma redução na qualidade das lavouras de soja, as previsões climáticas vêm indicando chuvas significativas para algumas áreas do cinturão para os próximos dez dias.
Com chuvas mais volumosas e temperaturas mais amenas sendo previstas no país, o mercado espera que haja uma certa recuperação das lavouras nas próximas semanas.
Paralelamente a isso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trará no dia 30/06 o novo relatório de intenções de plantio, em que o mercado aguarda com uma expectativa de ampliação da área semeada com a oleaginosa na temporada 21/22.
Fonte: IMEA