Nova tensão no Leste Europeu
Em reflexo dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, a produção de milho na Ucrânia é estimada em 31,50 milhões de t para a safra 22/23, volume 26,00% menor se comparada à safra 21/22, segundo o USDA. Já as exportações estão projetadas em 13,00 milhões de t, 50,00% menor se comparado ao da safra passada (26 milhões de t).
Em jul.22, o acordo firmado entre a Rússia e a Ucrânia veio a reduzir os impactos na exportação de milho ucraniano em função da guerra que ocorre na região, abrindo o corredor logístico marítimo dos portos do sul do país. Contudo, as recentes declarações do presidente russo vêm causando incertezas quanto ao acordo firmado, uma vez que escoamento de grãos a partir do Mar Negro pode vir a ser prejudicado com as novas falas do líder russo.
Por fim, as novas tensões podem impactar a oferta mundial do grão que já está abaixo da safra 21/22, que pode vir a impulsionar as exportações brasileiras.
Confira os destaques do boletim
- MILHO CHICAGO: as cotações do milho no mercado internacional fecharam a semana com queda de 2,03%, devido à aversão ao risco pelos agentes de mercado.
- MILHO MT: o preço do milho em MT avançou 2,29%, em relação a semana anterior ficando cotado a R$ 65,62/sc, em função da demanda para às exportação.
- DÓLAR: a moeda ficou cotada a R$ 5,39/US$, alta de 3,97% no comparativo semanal. O avanço é pautado no aumento das tensões entre a Ucrânia e a Rússia.
Segundo a Conab, a semeadura do milho primeira safra 22/23 no Brasil se encontra em 19,30% das áreas cultivadas até a segunda-feira (26/09), avanço semanal de 6,50 p.p.
O início dos trabalhos se deu somente na região Sul do país e a produção aguardada para a região apresentou aumento de 53,34% em relação à safra 21/22, ficando estimada em 12,33 milhões de toneladas (t), o que representa 42,55% da produção total para o milho primeira safra brasileira. Diante desse cenário, os olhares se voltam para as condições climáticas na região, que segundo o NOAA, é esperado um volume de chuva significativo para as próximas semanas.
Esse quadro, pode auxiliar no desenvolvimento inicial das lavouras. Com isso, a expectativa da Conab é de que o Brasil colha 28,98 milhões de t., na primeira safra, volume 16,02% acima do observado na safra 21/22. Cenário que também está auxiliando na perspectiva de redução das importações brasileiras em 400 mil t. para o próximo ciclo.
Fonte: IMEA