As colheitas da primeira e segunda safras de milho avançaram na maior parte das regiões brasileiras durante o mês de maio. No entanto, a oferta do cereal esteve limitada no spot nacional, com produtores atentos aos possíveis impactos do clima quente e seco sobre as lavouras especialmente do Sul, Sudeste e de partes do Centro-Oeste.
De modo geral, as negociações estiveram lentas, com vendedores indicando que, se, de fato, as próximas estimativas oficiais apontarem queda na colheita nacional de milho, a demanda pode crescer diante da provável redução do volume estocado. Compradores, por sua vez, acompanharam o mercado priorizado o consumo de estoques ao longo de maio. Muitos estão à espera de desvalorizações do cereal com o avanço da colheita, para, então, adquirirem novos lotes.
PREÇOS – Entre 30 de abril e 31 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), subiu 2,5%, fechando a R$ 59,36/sc de 60 kg no dia 31. Já a média mensal, de R$ 58,92/sc de 60 kg, caiu 1,2% em relação à de abril. Na média das regiões pesquisadas pelo Cepea, os preços subiram 6,5% no mercado de balcão (recebidos por produtores) e 1,6% no de lotes (negociação entre empresas), no acumulado de maio. Comparando-se as médias mensais, a variação foi positiva em 2,2% no balcão, mas negativa em 0,4% no de lotes. Na B3, influenciados pelos preços internacionais e pelo avanço da colheita no Brasil, os futuros recuaram em maio. O contrato Jul/24 caiu 0,66% no balanço do mês, a R$ 58,22/sc de 60 kg no dia 31. O vencimento Set/24 se desvalorizou 3,2% para R$ 61,45/sc.
PORTOS – A demanda no spot de milho para exportação esteve baixa em maio, mas as aquisições para entrega nos próximos meses se mostraram mais aquecidas. A média de maio em Paranaguá (PR), de R$ 61,33/sc de kg, superou em 1,1% a de abril, enquanto para entrega nos próximos meses (agosto e setembro), os valores estiveram abaixo de R$ 60/sc de kg. Quanto aos embarques, dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) apontam que as exportações brasileiras de milho totalizaram 277,72 mil toneladas nos primeiros 17 dias úteis de maio, contra 384,88 mil toneladas em todo mês de maio/23 (22 dias úteis).
CAMPO – De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a colheita da segunda safra chegou a 3,7% da área nacional até o dia 2 de junho, acima do 0,7% registrado no mesmo período de 2023. Em Mato Grosso, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) indicou que 4,73% da área estadual havia sido colhida até o dia 31 de maio, avanço anual 1,26 p.p.. No Paraná, do total da área estimada para o milho segunda safra, 7% haviam sido colhidos até o dia 3 de junho, conforme a Seab/Deral. Em maio, a Secretaria estimou a produção da segunda safra em 13,22 milhões de toneladas, 7% a menos que na temporada passada e abaixo da projeção inicial, de 14,7 milhões de toneladas.
Quanto à safra verão, a colheita chegou, até o dia 2 de junho, a 81,6% da área nacional, segundo relatório da Conab. No Paraná, a colheita da primeira safra foi finalizada, e a Seab/Deral estimou a produção em 2,55 milhões de toneladas, 33% inferior à da temporada 2022/23. No Rio Grande do Sul, as chuvas e o clima úmido dificultaram a colheita; além disso, em algumas regiões, como da Serra e Campanha, os danos causados pelas enchentes inviabilizam a comercializações dos grãos. Com isso, até a última semana do mês, haviam sido colhidos 93% da área estadual, conforme a Emater/RS.
INTERNACIONAL – Nos Estados Unidos, o avanço da semeadura pressionou as cotações no acumulado de maio. Por outro lado, temores com o clima desfavorável no Meio-Oeste durante parte do mês limitaram as quedas. Na Bolsa de Chicago (CME Group), o primeiro contrato (Jul/24) caiu 0,11%, para US$ 4,4625/bushel (US$ 175,68/t); o vencimento Set/24 acumulou perda de 0,38%, a US$ 4,54/bushel (US$ 178,73/t). Quanto aos trabalhos de campo, nos Estados Unidos, relatório semanal do USDA aponta que 91% da área da atual temporada havia sido cultivada até o dia 2 de junho, ante os 95% registrados no mesmo período de 2023. Na Argentina, a colheita avançou lentamente, à medida que a umidade dos grãos reduzia; até o dia 29, as atividades correspondiam a 30,1% da área nacional, segundo a Bolsa de Cereais.
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Fonte: CEPEA