Por T&F agroeconômica, comentários referentes à 09/05/2025
FECHAMENTOS DO DIA 09/05
O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,65%, ou $ 6,75 cents/bushel a $ 1051,75. A cotação de agosto, fechou em alta de 0,70% ou $ 7,25 cents/bushel a $ 1047,25. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -0,20 % ou $ -0,6 ton curta a $ 294,1 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em alta de 0,25 % ou $ 0,12/libra-peso a $ 48,57.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia em alta, mas o acumulado da semana em baixa. As cotações da oleaginosa conseguiram uma recuperação nas duas últimas sessões, com o acordo comercial com o Reino Unido sendo anunciado e com a reunião marcada entre o governo americano e chines neste final de semana. No entanto, o saldo semanal ainda foi negativo. A plena disponibilidade da safra brasileira no mercado internacional é um fator de pressão sazonal sobre os preços da soja.
No entanto, essa semana pode ser decisiva para os preços dos grãos de modo geral. Dois fatores esta semana vão demandar a atenção do operador de soja.
- 1. O boletim de oferta de demanda do USDA, onde se espera uma redução dos estoques americanos.
- 2. Os resultados da reunião entre EUA e China realizado na Suíça este final de semana, onde “avanços foram feitos”.
A China é maior comprador mundial de soja. Com isso a soja fechou o acumulado da semana em baixa de -0,59% ou $ -6,25 cents/bushel. O farelo de soja em queda de -0,94% ou $ -2,8 ton curta. O óleo de soja perdeu -1,74% ou -0,86 libra-peso no período.
Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA
a) Mercado estima produção e estoques menores: Na próxima segunda-feira, o USDA divulgará seu relatório mensal de estimativas agrícolas, que incluirá suas projeções para 2025/2026 pela primeira vez. Como acontece antes de cada relatório oficial, os investidores privados anteciparam os números que acreditam que a agência projetará. Para a soja dos EUA, eles previram produção e estoques finais em 118,06 milhões de toneladas e 9,85 milhões de toneladas, abaixo dos 118,84 milhões de toneladas e 10,21 milhões de toneladas estimados pelo USDA para a temporada atual.
b) Otimismo moderado do mercado em relação à primeira reunião formal entre autoridades americanas e chinesas neste fim de semana na Suíça. A premissa explicitamente apoiada pelo vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng e pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que participarão da reunião, é “aliviar” as tensões e depois passar a discutir acordos comerciais específicos.
FATORES DE BAIXA
a) Humor de Trump: Independentemente do que acontecer na cúpula, tudo dependerá do humor do presidente dos EUA, Donald Trump, que já demonstrou grande capacidade de queimar pontes e levar as negociações de volta à estaca zero. Em sua conta bastante ativa no Truth Social, o magnata escreveu pela primeira vez hoje: “A CHINA DEVERIA ABRIR SEU MERCADO PARA OS EUA — SERIA MUITO BOM PARA ELES! MERCADOS FECHADOS NÃO FUNCIONAM MAIS!” E então outra mensagem: “Uma tarifa de 80% sobre a China parece correta!”
b) A posição do governo chinês permanece firme: E, em segundo lugar, o governo chinês tem repetidamente afirmado que se os Estados Unidos realmente desejam resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, “devem parar de ameaçar e pressionar, e se envolver em um diálogo com a China com base na igualdade, respeito e benefício mútuo”. Um presidente que lança discursos ofensivos nas redes sociais, após ter declarado em uma coletiva de imprensa 48 horas antes que “não estava aberto a eliminar as tarifas de 145% sobre a China”, não parece ter muito interesse em resolver a crise, mas sim em agravá-la. Por outro lado, para fins comerciais, com tarifas de 145%, 125% ou 80%, quão competitivos os produtos de um país e de outro devem se tornar para serem efetivamente trocados?
c) Pressão sul-americana: No âmbito estritamente agrícola, o mercado segue pressionado pela entrada da soja sul-americana no mercado e pelas condições climáticas favoráveis para o plantio da safra 2025/2026 nos Estados Unidos.
d) No Brasil esta pressão da safra também está mantendo os preços baixos, embora com leve viés de alta.
Fonte: T&F Agroeconômica