Ao longo de maio, os preços da soja oscilaram dentro de uma faixa estreita, com as pequenas variações sendo influenciadas pelo contexto de oferta da América do Sul, pelo ritmo de cultivo da nova safra nos Estados Unidos, por impactos das tarifas norte-americanas sobre outros países e por reações dos governos impactados por tais medidas

A queda nacional foi intensificada pela desvalorização cambial (R$/US$) – o dólar cedeu 1,8% de abril para maio, à média de R$ 5,6706, a menor desde dezembro/24. Além disso, compradores estiveram na expectativa de que a oferta mundial supere a demanda, resultando em melhores oportunidades de negócios.

Com isso, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá da oleaginosa recuou 1,2% de abril para maio, com a média passando para R$ 133,10/saca de 60 kg no último mês. O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná caiu 1,3% no mesmo período, com a média a R$ 128,14/sc de 60 kg.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, de abril para maio, os preços da oleaginosa recuaram 2,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 1,3% no de lotes (negociações entre empresas).

Ressalta-se que as baixas no mercado interno foram limitadas pela valorização externa e pela maior demanda internacional pela oleaginosa brasileira. Em maio, o Brasil exportou 14,09 milhões de toneladas, 4,9% a mais que o escoado há um ano, mas 7,7% abaixo do volume de abril/25, de acordo com a Secex. Na parcial deste ano, os embarques somam quantidade recorde, de 51,52 milhões de toneladas de soja, 2,7% acima do volume exportado em período equivalente de 2024. O principal canal de escoamento foi o porto de Santos (SP), responsável por 37,5% das exportações de soja na parcial de 2025.

DERIVADOS – Os preços do farelo e do óleo de soja seguiram em queda no mercado brasileiro. A pressão veio, sobretudo, do menor interesse de compradores domésticos.

Levantamento do Cepea mostra que o preço médio do óleo de soja posto na região de São Paulo, com 12% de ICMS, cedeu expressivos 4,4% entre abril e maio, para R$ 6.422,16/t no último mês. Quanto ao farelo de soja, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, a desvalorização foi de expressivos 3,6% entre abril e maio.

A queda foi limitada pelo ritmo acelerado das exportações. De acordo com a Secex, os embarques de farelo de soja no Brasil alcançaram, em maio, o maior volume desde agosto de 2023, somando 2,36 milhões de toneladas, crescimentos de 11,2% frente ao volume de abril/25 e de 12,4% em relação ao de maio/24. Na parcial deste ano (de janeiro a maio), saíram dos portos brasileiros um recorde de 9,64 milhões de toneladas de farelo de soja, 2,95% acima do volume escoado em igual período de 2024. A Indonésia segue como o principal destino do farelo de soja brasileiro.

Quanto às exportações do óleo de soja, observam-se altas significativas nos volumes, de 66% na comparação mensal e de 44,65% na anual. A Índia foi o principal destino do óleo de soja brasileiro, recebendo 81,3% do volume embarcado.

FRONT EXTERNO – A maior oferta na Argentina, por sua vez, pode limitar o escoamento dos derivados no Brasil. De acordo com a Bolsa de Cereales, 88,7% da área de soja havia sido colhida no país vizinho até 4 de junho, ligeiros 3,5 pontos percentuais abaixo do mesmo período da safra passada. As atividades de campo seguem favorecidas pelas condições climáticas, e a Argentina deve colher 50 milhões de toneladas de soja.

Nos Estados Unidos, a demanda por óleo de soja esteve aquecida em maio, impulsionada pelo setor de biodiesel. Na Bolsa de Chicago (CME Group), o contrato de primeiro vencimento do óleo de soja subiu 3,2% de abril para maio, a US$ 0,4902/lp (US$ 1.080,66/t) – a maior média desde dezembro/23.

Esse cenário impulsionou os preços futuros do grão. Além disso, a “trégua” na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e a expectativa de um acordo entre os dois países deram suporte às cotações. Com isso, o contrato de primeiro vencimento da soja avançou 2,2% entre os dois últimos meses, com média de US$ 10,5111/bushel (US$ 23,17/sc de 60 kg) em maio. Quanto ao farelo de soja, o contrato de primeiro vencimento ficou praticamente estável (-0,1%), com média de US$ 291,45/tonelada curta (US$ 321,26/t) em maio.

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS MAIO/2025

Site: CEPEA

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