Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 11/06/2025
FECHAMENTOS DO DIA 11/06

O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,69%, ou $ -7,25 cents/bushel a $ 1050,50. A cotação de agosto, fechou em baixa de -0,38% ou $ -4,00 cents/bushel a $ 1045,50. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -0,57 % ou $ -1,7 ton curta a $ 294,2 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em alta de 0,48 % ou $ 0,23/libra-peso a $ 48,02.

ANÁLISE DA BAIXA

A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta quarta-feira. As cotações da oleaginosa sentiram a ausência de notícias concretas sobre os produtos agrícolas na reunião entre EUA e China sobre as tarifas. Além do mercado avaliar que o acordo não foi bom para a China, o que pode desestimular um aumento comercial de commodities, o acordo ficou concentrado nas terras raras e nos estudantes Chineses. “Houve otimismo desde o início nas negociações comerciais entre EUA e China. Depois, à medida que avançávamos, falávamos muito sobre terras raras…e pouco sobre agricultura, pelo que vi. Acho que o diabo está nos detalhes”, disse Don Roose, presidente da U.S. Commodities, para a Reuters nesta quarta. Os dois presidentes ainda precisam assinar o acordo, o que dá mais um grau de incerteza sobre os termos negociados.

O mercado também fez ajustes antes do relatório WASDE, onde a expectativa do mercado é um leve aumento nas exportações 24/25 e 25/26, mas com o volume da próxima safra muito abaixo da anterior. O óleo de soja subiu acompanhando a alta do petróleo, depois de uma recomendação dos EUA, para que seus cidadãos deixem os países do Oriente Médio.

NOTÍCIAS IMPORTANTES
O ACORDO COM A CHINA (altista)

A soja fechou em baixa em Chicago devido às fracas expectativas dos traders após as negociações entre os Estados Unidos e a China realizadas na segunda e terça-feira em Londres. As declarações de ambos os lados estiveram mais próximas de declarações de boa vontade do que da certeza de acordos concretos. O fornecimento de terras raras chinesas aos Estados Unidos e a flexibilidade dos EUA para o envio de bens de alta tecnologia para a China, como semicondutores, foram os pontos mais relevantes das discussões, sem nenhuma referência a produtos agrícola.

Com seu histrionismo habitual, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou hoje em sua conta no Truth Social sobre essas negociações: “Nosso acordo com a China está fechado, sujeito à aprovação final do presidente Xi e minha. A China fornecerá os ímãs e terras raras necessários com antecedência. Também forneceremos à China os termos acordados, incluindo acesso a estudantes chineses em nossas universidades (com o qual sempre concordei!). Receberemos tarifas integrais de 55%, enquanto a China receberá 10%. Nosso relacionamento é excelente!” A tarifa de 55% não implica um aumento em relação aos 30% acordados após a trégua com a Suíça, mas sim se refere aos 30% mais os 25% que estavam em vigor antes da escalada provocada por Trump.

EUA-VITÓRIA MOMENTÂNEA NOS TRIBUNAIS (altista)

Além disso, Trump comemorou hoje um aparente pronunciamento dos tribunais sobre suas tarifas: “O Tribunal Federal de Apelações acaba de decidir que os Estados Unidos podem usar tarifas para se proteger de outros países. Uma grande e importante vitória para os Estados Unidos.” A rigor, o que este tribunal fez foi estender o prazo para resolver o mérito da questão, ou seja, para se pronunciar sobre a decisão do Tribunal de Comércio Internacional que vetou o poder da Casa Branca de impor tarifas unilateralmente a outros países. O que Trump comemorou foi que, enquanto esse processo continua — aparentemente em ritmo lento — as tarifas já impostas foram prorrogadas.

BRASIL-ANEC ELEVA EXPORTAÇÕES DE MAIO (altista para o Brasil, baixista para CBOT)

Em sua revisão semanal, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais do Brasil (ANEC) elevou sua projeção para as exportações brasileiras de soja em junho de 12,55 para 14,08 milhões de toneladas, ante 14,20 milhões em maio e 13,83 milhões no mesmo mês de 2024. Em relação às vendas de farelo de soja, a entidade elevou sua estimativa para os embarques de junho de 1,29 para 2,07 milhões de toneladas, ante 2,20 milhões no mês anterior e 2,05 milhões no sexto mês do ano passado.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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