O mercado brasileiro de trigo terminou setembro em baixa, acumulando queda média de 5,2% nas cotações. O recuo mais acentuado ocorreu no Paraná, onde os preços caíram 10,7% no mês. No Rio Grande do Sul, a desvalorização foi de 4,0%, percentual semelhante ao registrado em Minas Gerais, enquanto em Goiás o recuo alcançou 3,8%.

Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Elcio Bento, a queda mais forte no Paraná reflete o avanço da colheita e a transição dos preços da safra velha para os da nova. Já no Rio Grande do Sul, onde os trabalhos ainda não começaram, os preços seguem atrelados à safra anterior.

“Em Minas Gerais e Goiás, a colheita está praticamente concluída e os ajustes de preços já haviam ocorrido em meses anteriores”, explicou.

Além dos fatores sazonais internos, o mercado foi pressionado pela fraqueza das cotações internacionais do trigo e pela desvalorização do dólar frente ao real.

No caso do Paraná, o quadro é particularmente delicado. De acordo com Bento, há boas produtividades e qualidade em parte das lavouras, mas os preços seguem pressionados pelas importações. “A safra é pequena e quase metade das lavouras ainda está no campo, sujeita a riscos climáticos. O desafio para os próximos meses será equilibrar a oferta interna com o volume importado, sem comprometer a atratividade do cultivo para a próxima safra”, avaliou.

Emater/RS

O cenário da safra do trigo no Rio Grande do Sul permanece favorável, e as lavouras apresentam elevado potencial produtivo, segundo informações da Emater. Do total implantado no Estado, 13% está em desenvolvimento vegetativo, 37% em floração, 40% em enchimento de grãos e 10% em maturação.

Na safra anterior, os cultivos em maturação totalizavam 16% neste mesmo período. Esse avanço para a fase de maturação demonstra o elevado potencial produtivo nesta safra, mas as lavouras ainda dependem de condições climáticas favoráveis até o final do ciclo para confirmação.

O tempo seco e a luminosidade beneficiaram o desenvolvimento das lavouras, que se encontram em fases reprodutivas críticas, como a antese (floração) e o enchimento de grãos. Essas condições ambientais também promoveram a aceleração da maturação fisiológica das espigas nas áreas implantadas mais precocemente, contribuindo para maior uniformidade do ciclo e potencial de acúmulo de matéria seca nos grãos.

O manejo fitossanitário foi intensificado, principalmente de forma preventiva em áreas com histórico de doenças fúngicas.

Deral

A colheita da safra 2024/25 de trigo no Paraná alcançou 53% da área até o dia 29 de setembro, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. O plantio ocupou 824,9 mil hectares, volume 25% menor que os 1,106 milhão de hectares cultivados em 2024.

As lavouras apresentam as seguintes condições: 90% estão classificadas como boas, 9% médias e 1% ruins. As fases de desenvolvimento estão divididas entre crescimento vegetativo (1%), /floração (11%), frutificação (37%) e maturação (51%).

Na semana anterior, em 22 de setembro, 89% das lavouras estavam em boas condições, 9% em situação média e 2% ruins, nas fases de crescimento vegetativo (5%), floração (12%), frutificação (33%) e maturação (50%). A colheita estava em 41%.

Para 2025, o Deral projeta produção de 2,678 milhões de toneladas, aumento de 15% frente às 2,324 milhões de toneladas colhidas na safra 2024. A produtividade média deve atingir 3.258 quilos por hectare, superior aos 2.139 quilos por hectare registrados em 2024.

Fonte: Ritiele Rodrigues – Safras News



 

FONTE

Autor:Ritiele Rodrigues/Safras News

Site: Safras & Mercado

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