A colheita do trigo avançou, de forma acelerada, em todas as regiões produtoras, beneficiada pela predominância de condições meteorológicas secas e ventos constantes, que favorecem a redução da umidade dos grãos, a trilha e o desempenho das máquinas no campo.

Estima-se que cerca de 27% da área cultivada tenha sido colhida; 42% encontram-se em maturação; 28% em enchimento de grãos; e 3% em floração. As produtividades registradas até o momento variam amplamente, entre 2.100 e 4.200 kg/ha, conforme o regime de chuvas, o nível tecnológico e o manejo empregado.

De modo geral, a cultura apresenta bom desempenho, especialmente nas áreas implantadas dentro do período de zoneamento e onde as plantas mantiveram a sanidade, como a baixa incidência de doenças fúngicas, seja pelo manejo correto, seja pelas condições ambientais impróprias à disseminação de patógenos.

Nas lavouras em maturação, a qualidade dos grãos está satisfatória, e o peso hectolitro (PH) entre 78 e 84 pontos, padrão considerado comercial. Entretanto, a ocorrência de chuvas excessivas, em algumas localidades, tem provocado redução pontual no rendimento e no PH, especialmente onde a colheita foi retardada. Registra-se também heterogeneidade entre talhões: produtividades mais elevadas em áreas de maior investimento; e queda de rendimento em cultivos que receberam menos insumos ou de menor qualidade, além de sementes não certificadas.

A Emater/RS-Ascar estima a área cultivada de trigo no Estado em 1.141.224 hectares. A produtividade está em 3.261 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, a colheita avançou de forma expressiva, impulsionada pelo clima seco e ventos frequentes. Em São Borja e em Itacurubi, o volume de chuvas acumulado desde setembro ultrapassou 500 mm, afetando o rendimento e a qualidade dos grãos em áreas ainda não colhidas. As produtividades variam entre 2.100 e 3.000 kg/ha, e o PH entre 75 e 80. Em razão das perdas provocadas pelo excesso de precipitação, parte dos triticultores tem recorrido à cobertura do Proagro.

Considerando os custos de custeio praticados pelos agentes financeiros locais, estima-se ser necessário um rendimento superior a 3.000 kg/ha de grãos com qualidade adequada para assegurar a viabilidade econômica e a quitação dos financiamentos. Na região da Campanha, em Caçapava do Sul, Candiota e Lavras do Sul, as lavouras mais adiantadas evoluem para a fase de maturação fisiológica. Em Hulha Negra, o período superior a três semanas sem precipitações significativas acelerou o ciclo da cultura, antecipando a maturação de áreas que completariam o desenvolvimento apenas na segunda quinzena de novembro.

Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, o tempo seco e os ventos favoreceram a sanidade das espigas, reduzindo o risco de infecção por giberela. A cultura se encontra principalmente em floração, etapa crítica para o controle de doenças fúngicas.

Na de Erechim, a cultura apresenta bom estado fitossanitário. A colheita alcança 10% da área. As produtividades iniciais se mantêm em cerca de 3.300 kg/ha.

Na de Frederico Westphalen, 20% das lavouras estão em enchimento de grãos; 50% em maturação; e 30% colhidas, com produtividade média estimada em 3.340 kg/ha. Observa-se elevada pressão de doenças de final de ciclo, como giberela e brusone, o que pode impactar negativamente a produtividade e o PH dos grãos de cultivos remanescentes.

Na de Ijuí, a cultura apresenta elevado potencial produtivo. Estão 60% em maturação e 12% colhidos. O rendimento médio parcial é de aproximadamente 3.300 kg/ha, variando entre 2.400 e 4.200 kg/ha conforme o manejo e a tecnologia empregada. Os valores de PH oscilam entre 78 e 84, considerados satisfatórios para a comercialização. Na Região Celeiro, em Santo Augusto e Tenente Portela, as produtividades situam-se, respectivamente, em 3.600 e 3.000 kg/ha, mantendo o padrão esperado.

Na de Pelotas, 20% da área foi colhida; 50% estão em enchimento de grãos; 30% em maturação. A produtividade está em 2.770 kg/ha, considerada adequada em razão das condições climáticas do período e dentro da média histórica regional.

Na de Santa Rosa, a colheita alcança 30% dos cultivos; 56% estão maduros; 15% em enchimento de grãos. As produtividades variam de 2.100 a 3.900 kg/ha, e o PH está superior a 78 pontos. Registra-se infestação de azevém em alguns talhões, o que pode elevar o índice de impurezas e reduzir a qualidade comercial do produto.

Na de Soledade, 90% estão em maturação fisiológica; 9% em colheita; 1% em enchimento de grãos. As produtividades esperadas variam entre 3.000 e 3.900 kg/ha.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, decresceu 2,29% quando comparado à semana anterior, passando de R$ 61,50 para R$ 60,09.

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Fonte: Emater RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1891

Site: Emater RS

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